Aventuras na História Nº 45 (Maio de 2007)

Aventuras na História Nº 45 (Maio de 2007) Reinaldo José Lopes




Resenhas - Aventuras na História


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z..... 16/09/2019

Maio de 2007
A leitura da revista não empolgou, mas teve coisas curiosas, como:

- A nota histórica sobre a expedição de 10 dias em que Guimarães Rosa acompanhou uma boiada, mais de 200 quilômetros, em maio de 1952, o que lhe rendeu preciosas experiências e anotações como inspiração para suas obras.
Em certo momento, encontraram equipe da revista Cruzeiro, que certamente fez reportagem. Tenho consultado o acervo histórico dessa revista, descobrindo coisas fantásticas. Talvez tope com essa reportagem...

- O "Dito e Feito", em que, entre as duas informações, gostei mais da etimologia da expressão "Tirar o cavalo da chuva". Vem da época colonial, em que o cavalo era o principal meio de transporte. Numa visita, a permanência do visitante era expressa na forma como guardava seu cavalo. Se na frente da casa, exposto ao clima, era sinal de visita rápida. Se o cavalo fosse amarrado em local protegido de possíveis intempéries, então era sinal de que ia demorar. Com o tempo a expressão virou sinônimo de desistência, numa alusão à visitas demoradas indesejadas, que gostariam que não acontecessem, quando fulano tirava o cavalo da chuva...

- Outra nota histórica refere-se ao trabalho infantil nos séculos coloniais, especialmente com o advento da Revolução Industrial. Quanta exploração...

- O "Infográfico" trouxe mais uma das Sete Maravilhas da Antiguidade: a Pirâmide de Quéops em Gizé. Fiquei intrigado com o fato da revista sugerir que ainda não foi explorada em todas as suas possibilidades, tendo câmaras secretas intransponíveis, em que o acesso só seria possível com uso de explosivos, o que não se permite por conta dos danos que seriam provocados. Será mesmo que ainda existem coisas a serem descobertas, ou seriam só mecanismos de despistar na tecnologia do Egito antigo... Talvez existam também outros meios de exploração, tipo escaneamento com máquinas ultra-sofisticadas, raio-x ou algo assim... Registre-se também que algumas câmaras foram encontradas e saqueadas a séculos...

- Das dicas de leitura, registro "Kafka de Crumb". Biografia em quadrinhos com a assinatura de um dos mais renomados e badalados desenhistas da atualidade: Robert Crumb. Ainda leio essa obra, vontade não falta...

- Nas grandes reportagens, o destaque vai para:
"O império do Vaticano", a reportagem de capa. Não trouxe nenhum fato desconhecido ou impactante, e vemos os interesses escusos dos homens sobrepondo a mensagem evangelística original de Jesus Cristo.
Um grande erro que se promulga até hoje é sobre versículo que interpretam Pedro (e os papas) como a pedra fundamental da igreja. Essa pedra é Jesus Cristo, e Pedro, em verdade, foi uma alusão aos discípulos, incubidos por Jesus da evangelização. Nesse desdobramento, Pedro foi o primeiro deles que começou a pregar após o pentecostes em Jerusalém. Todo cristão deveria estar mais atento aos ensinos de Jesus, não à manipulação dos homens em todos os seguimentos do cristianismo...
- "Três vezes Copacabana" conta um pouco da famosa praia e bairro. Uma informação pouco disseminada, incluindo o texto da revista... A reportagem diz que as linhas do famoso calçadão foram baseadas no rio Tejo, de Portugal. Balela! Como outros nortistas, acredito que é cópia de uma praça de Manaus do tempo do ciclo-da-borracha: o Largo São Sebastião.
Por que o desprestígio com a história? Existe muita ignorância, alienação e descaso com a Região Norte. Essa história não difundida é mais uma. Não sei o significado das linhas na praça manauara, mas que o calçadão de Copacabana imita, isto é certo... Só comparar as imagens...
- "Chuva de Fogo" relembra o bombardeio em Guernica, cidade basca da Espanha, em 1937. O país estava numa guerra civil, com o apoio da União Soviética ao seguimento dissidente, considerado de esquerda; e dos nazistas e facistas ao governo do general Franco. O bombardeio não foi apenas um ato covarde e desumano, permitido sobre a própria nação; foi também propaganda do potencial bélico dos governos totalitários da Alemanha e Itália, e também teste para suas máquinas de guerra. Segundo o texto, foram usados pelo menos sete tipos de avião (depois alguns foram considerados obsoletos e não mais usados).

- Finalizando, "Páginas Amarelas" trouxe hipotética entrevista com Karl Marx. Acredito que o ponto mais curioso é o não reconhecimento da experiência russa como o comunismo que propagou, reduzindo-se a uma ditadura sobre o proletariado e não governo do proletariado.
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