Cris Paiva 04/12/2013Eu amo romances policiais que me deixam ligada à trama. Não existe coisa melhor que se aninhar no sofá com uma história que faz você se esquecer da vida e não ver o tempo passar. Os melhores livros do gênero que eu li me deixaram sem almoço, e até mesmo sem jantar. E isso não é fácil de acontecer porque eu sou fominha!
Quase que li o livro num fôlego só, mas como comecei a ler de noitinha e precisei ir dormir, porque sou uma bibliotecária trabalhadora e preciso acordar cedo, tive que interromper a leitura. Depois demorei um tempão para pegar de novo, porque detesto parar no meio da história, então esperei ter um tempo livre para poder terminá-la de uma vez só.
A narrativa realmente não permite que você faça pausas, tudo acontece em um período de tempo muito curto e com muita ação entre as cenas. Uma coisa vai ligando a outra, novas informações e ações vão se sucedendo de uma forma vertiginosa. Não é o tipo de história policial na qual você fica no escuro até a revelação final. A autora vai soltando as informações e você vai ficando meio estarrecida com o tipo de coisa com qual o casal está lidando. Parece areia demais para o caminhãozinho deles.
Deixa eu falar um pouquinho sobre isso, mas só um pouco para não soltar spoilers. Cathy atropela um homem numa estrada deserta, em uma noite chuvosa. Ele apareceu do nada na frente do carro e ela não teve como evitar o acontecido. Cathy dá um jeito de levá-lo para o hospital e é ai que seus problemas começam: sua amiga é assassinada, alguém passa a persegui-la e também a outras mulheres com o mesmo nome que ela.
Victor Holland trabalha em uma empresa farmacêutica e seu amigo foi assassinado, depois de ter feito uma descoberta estarrecedora. O amigo lhe confiou uns documentos comprometedores, e agora, a mesma pessoa que o matou está atrás dele. Para piorar a sua sorte, ele é atropelado pela mocinha, e mesmo gravemente ferido, foge do hospital para tentar salvar a vida dela. Infelizmente ele chega tarde demais. Ou pensa que chegou...
Depois de descobrir que Cathy não morreu, ele tenta convencê-la a fugir para salvar a própria vida, mas ela tem planos próprios e resolve salvar Victor, o mocinho quarentão de cabelos grisalhos, que é a cara do George Clooney. Eu senti segundas intenções da parte dela quanto ao Victor, mas não posso culpá-la, pois o George Clooney realmente é irresistível e vale o sacrifício.
Os dois se unem e passam o livro inteiro correndo, sem dinheiro. ambos fogem de um matador profissional, do FBI e também de figurões da empresa, que querem calá-los a qualquer custo. Entretanto, eles não estão sozinhos nessa empreitada, ainda contam com a ajuda do ex-marido calhorda da Cathy, dos amigos malucos dos tempos da faculdade do Victor, de um investigador rebelde do FBI e da supercaixa de maquiagem da Cathy. Esses elementos tornam o livro, apesar de tenso, um romance delicioso e às vezes até engraçado. Não pude deixar de dar risadas com a banda formada pelos amigos do Vic, onde a única exigência para entrar é tocar mal (e muito mal).
Nunca havia lido nada mais leve da Tess Gerritsen, ela escreveu esse romance para a Harlequin antes de se tornar uma renomada escritora policial, e acho que justamente por isso, o livro ficou ao meu gosto. A história tem a pegada tensa dos bons romances policiais, mas também tem a parte mais leve do romanção. Isso pode não agradar a todos, mas me pegou de jeito.
Resenha no Blog:
http://www.romancesinpink.com.br/2013/11/o-delator-tess-gerritsen.htmlsite: