A ausência que seremos

A ausência que seremos Héctor Abad




Resenhas - A Ausência que Seremos


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Livrística 11/08/2024

Nós já somos a ausência que seremos
Livro devastador em que podemos sentir todas as dores da história latino americana através da luta e da existência de um homem, Héctor Abad Gomes, médico sanitarista colombiano, narradas por seu filho, Héctor Abad, que ao mesmo tempo em que nos conta a exemplar batalha (até a morte) de seu pai contra as desigualdades de seu país , também revisita lindamente, num texto encantador e delicioso, suas memórias mais íntimas.
Um livro que vai ficar em mim pra sempre e uma das melhores leituras do ano, sem dúvidas!
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Gisele Gusmão 03/09/2020

A ausência que seremos, Héctor Abad
As memórias de Héctor Abad de seu pai Héctor Abad Gómez (1921-87) que foi um médico sanitarista colombiano. Um relato emocionante de um amor imenso entre o filho e seu pai, das alegrias e tristezas de sua família e sobretudo das lutas de seu pai por um país mais justo denunciando as torturas e execuções de pessoas que lutavam por causas sociais e direitos humanos.
"Vivemos uma época violenta, e essa violência nasce do sentimento de desigualdade. Poderíamos ter muito menos violência se todas as riquezas, incluindo a ciência, a tecnologia e a moral -- essas grandes criações humanas --, estivessem mais bem distribuídas sobre a Terra." Héctor Abad Gómez (1921-87)
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Dudu Menezes 07/08/2022

As ideias sobrevivem pelo exemplo e pelas palavras
Muitas coisas a falar sobre esse livro! Em breve, vou fazer isso em formato de vídeo, no canal do Sujeito Literário, por meio de uma resenha.

Mas já adianto que, para além da relação do autor com o seu pai - o sanitarista colombiano, Héctor Abad Gómez -, e demais relações familiares relatadas, somos convidados a refletir sobre a ausência que, um dia, todos nós seremos, sobretudo para os que nos amam, até não sermos nem mesmo isso.

Este foi o melhor relato das atrocidades cometidas na Colômbia, no final da década de 1980, que tive contato até agora.

Ao acompanharmos a história de vida do professor universitário, médico sanitarista e ativista político em defesa dos direitos humanos, Abad Gómez, pai do autor, temos uma boa dimensão de onde o fanatismo religioso e político, de cunho nacionalista, pode nos levar.

O fascismo tem como principal meta "anular cérebros", como dizia o autointitulado "patriota", assassino, Carlos Castaño, chefe do principal grupo paramilitar da extrema-direita colombiana - as AUC. Mal sabia ele que ideias sobrevivem através da sua principal arma: os livros!

"A ausência que seremos" nos revela que o afeto de um filho pode manter vivas as ideias de um pai e, além disso, é capaz de produzir excelente literatura, apenas partindo das lembranças e do exemplo.

Mas essa obra é uma biografia que não fica apenas nos elogios, já que mostra, também, os defeitos do biografado - o lado humano, do humanista, que se torna ativista político e compreende que a única saída para vencer a violência das desigualdades sociais é dedicar sua vida à luta pela implementação de programas de saúde pública que levem em conta o contexto de vida das pessoas a serem atendidas.

É importante ressaltar, ainda, que o autor não poupa nenhum lado dos conflitos que se seguiram na Colômbia, ao relatar a extrema violência da disputa pelo poder no país, nos deixando grandes aprendizados sobre a natureza humana, os riscos da idolatria e a importância da independência de pensamento; reverenciando a liberdade de expressão, para além de cartilhas e dogmas de qualquer ordem, sejam religiosos ou políticos.
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Leila 12/02/2024

A Ausência que Seremos é uma obra comovente escrita pelo autor colombiano Héctor Abad, na qual ele presta uma belíssima homenagem a seu pai, um homem extraordinário e médico sanitarista que dedicou sua vida à família e ao bem dos mais pobres e oprimidos. Para mim, que tenho apreciado profundamente livros de memórias, esta leitura foi uma experiência muito feliz. Amei de paixão.
A narrativa é permeada por uma profunda admiração e reverência de Héctor Abad Filho por seu pai. Através das lembranças do autor, somos apresentados a um homem comprometido não apenas com sua profissão, mas também com causas sociais, sendo um pai exemplar e carinhoso. A visão parcial do filho sobre o pai cria uma atmosfera de reverência e afeto, tornando a leitura uma jornada emocional.
O livro transcende a esfera pessoal ao abordar o contexto político da Colômbia, oferecendo uma perspectiva única sobre o início da formação dos cartéis e a violência que deles resultou. A habilidade do autor em entrelaçar a história pessoal e essas pinceladas de eventos políticos é notável, proporcionando uma compreensão mais profunda do impacto desses acontecimentos na vida de sua família e, por extensão, na sociedade colombiana.
A escrita envolvente de Héctor Abad proporciona uma imersão total na narrativa, tornando fácil para o leitor se conectar emocionalmente com os personagens e eventos. A sensibilidade do autor ao abordar temas complexos e dolorosos, como a violência política e a perda, acrescenta camadas de profundidade à obra (confesso que teve episódios que chorei merrrmo) .
Enfim, A Ausência que Seremos é uma leitura que transcende as fronteiras da biografia, oferecendo não apenas uma homenagem tocante a um pai excepcional, mas também uma reflexão sobre os desafios enfrentados por uma sociedade diante das transformações políticas e sociais. Héctor Abad cria uma obra-prima que não apenas celebra a vida de seu pai, mas também ilumina os cantos mais sombrios da história colombiana, proporcionando uma experiência literária rica e memorável. Recomendo enfaticamente este livro a todos os amantes de narrativas envolventes e profundas e principalmente para aqueles que assim como eu, amam livros de memórias (prato cheio).
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Marcianeysa 27/03/2024

Uma carta de amor
Um livro belíssimo, extremamente bem escrito, que conta a história do pai do autor, um professor e ativista colombiano.
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Isabela.Norberto 09/05/2021

Leitura obrigatória
Já li em alguns lugares a fala "a história é cíclica" e acompanhada dela diversos exemplos comprovando a afirmação. O que mais me fez gostar da leitura é como o relato lindo do Héctor corrobora isso. Vivemos em tempos em que se posicionar contra injustiças coloca um alvo no meio do nosso peito e é sempre importante lembrar como situações extremas vão se criando no dia a dia, dentro de um plano pensado para que nunca revista igualdade entre as pessoas.
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Elaine Aliaga 13/09/2012

Um livro fabuloso, tocante, que só poderia ser escrito por alguém com a alma sensível que possui Héctor Abad.
Menos de trinta páginas e eu já estava me debulhando em lágrimas.
A relação entre pai e filho, o cotidiano de uma família, os tempos dourados e os difíceis e as relações estampadas nas páginas deste livro fazem-nos respirar mais devagar para sorver cada gota de vida e amor que das páginas escorre.
Houvessem mil livros do Abad traduzidos para o português eu leria todos!
Recomendo também: "Livro de receitas para mulheres tristes", para mulheres de todos os tipos, idades e vivências.
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fev 18/08/2022

Um deleite!
4,25

A ausência que seremos é uma montanha-russa de sentimentos. Nesse livro de memórias Héctor Abad relembra os momentos de sua vida, mas com foco em seu pai o médico-sanitarista colombiano Héctor Abad Gómez. Héctor filho vai relembrando os momentos marcantes da vida de sua família até o dia do assassinato de seu pai.

No entanto, esse livro é muito mais sobre o amor. A relação entre um pai amoroso, seu filho e família. Pela luta por direitos e saúde dos mais pobres e oprimidos. Pela defesa dos direitos humanos. É uma homenagem ao grande amor que um filho recebeu de seu pai. Mas o interessante e intrigante é que Héctor Abad não constrói uma imagem perfeita do próprio pai. Mesmo sendo um homem que defendia com unhas e dentes os mais necessitados, Héctor Gómez tinha suas fraquezas e seus preconceitos. Ao ler sobre esses momentos pus-me a pensar mais uma vez que nós seres humanos não somos inteiramente maus ou bons. É claro que não abro um espaço aqui para defender pessoas que comentem atos atrozes. É preciso discernir e ponderar.

Enfim, a questão é Héctor Abad Gómez foi um grande homem, com consciência dos seus privilégios e justamente por ter esse esclarecimento que lutou tanto por aqueles que não conseguiam ou tinham voz. Acompanhar as memórias de seu filho é também acompanhar suas lutas, amores, dores e tentativas de mudar o mal que assombra a América Latina. Diferente do que muitos pensam esse mal não é o comunismo. É a pobreza, a ditadura, a violência, o capitalismo e os seus desdobramentos. É triste perceber que o que aconteceu com Abad Gómez na Colômbia poderia acontecer em qualquer outro território latino-americano.

É livro permeado de momentos agradáveis, felizes e de muito amor que oscilam com tragédias, violências, escárnio, revoltas. É uma leitura que nos deixa eufórico e em prantos. Mas nos ensina muito. Seguir o caminho de quem luta e defende os direitos humanos é o caminho mais certeiro e honesto. Uma inspiração.

Recomendadíssimo.
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Vinder 29/04/2024

Excelente! Um relato muito profundo, de filho para pai, num período violento e conturbado da Colômbia, quando lutar pelos direitos dos mais vulneráveis se torna uma sentença de morte.
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araujo 15/04/2013

Bom livro, mas não entusiasma.
Gostei de ter lido, mas achei que o autor não lapidou o texto. Muitas repetições que poderiam ser eliminadas. O livro é mais uma biografia sentimental do pai do autor, porém o autor não me pareceu conseguir um distanciamento para escrever um texto isento. Com isso, sai um retrato de um pai e de um homem perfeito demais.
Mas o texto vale a pena, sem esperar uma grande obra literária.
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Lurdes 18/07/2024

Héctor Abad conta, em A ausência que seremos, a história real de seu pai, cruelmente assassinado por esquadrões da morte, em 1987, na Colômbia, aos 66 anos.

Seu pai, também chamado Héctor Abad, era médico sanitarista e dedicou a vida a causas sociais.
Para ele, a medicina deveria ser mais do que tratar os doentes, mas principalmente lutar para prevenir doenças que poderiam ser evitadas através de vacinação, alimentação adequada e medidas sanitárias. Ele não aceitava a desigualdade social e o descaso do governo com sua população. Seu posicionamento enfático contra as injustiças o levava a ser alvo de desconfiança das classes dominantes, fossem do governo, de grandes corporações, da igreja, de facções criminosas e de quem mais sentisse seus privilégios ameaçados por aquele médico idealista e com graves "tendências comunistas".
O livro traz três momentos significativos:
Em um primeiro momento, temos a vida familiar deste marido e pai amoroso, onde conhecemos o caráter e índole generosa de um homem que não se envergonha de abraçar e beijar o filho em público. Um pai que não achava que pudesse haver amor demais para os filhos.
Quanto mais amor, mais felicidade, dizia ele.

Mais adiante, já adulto, Héctor começa a compreender melhor as posições de seu pai e o quanto o contexto social e político da Colômbia coloca em risco o trabalho e até a vida de seu pai e de seus amigos.

Nos últimos capítulos, a narrativa se dedica especificamente a esta ausência, após o assassinato de seu pai. As repercussões públicas, os amigos ameaçados, exilados, o próprio autor abandonando seus país, já que também estava sob ameaça.

O título do livro é o primeiro verso do poema Epitáfio, de Jorge Luis Borges, que seu pai carregava, anotado em um papel, no bolso da camisa, quando foi assassinado:

"Já somos a ausência que seremos. O pó elementar que nos ignora, que foi o rubro Adão, e que é agora todos os homens..."

Héctor lembra de todos que resistiram e arriscaram suas vidas em busca de justiça para que suas ausências não sejam em vão.
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