O Zero e o Infinito

O Zero e o Infinito Arthur Koestler




Resenhas - O Zero e o Infinito


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Geógrafo da Alma (Poeta) 31/05/2009

O livro para mim revelou muitas nuances, não apenas de um fanatismo político, por parte de seu protagonista. Mas todo o mal que pode representar a obdiência cega a qualquer regime ou idéia pré-estabelecida, visto que quando perdemos o nosso livre arbítrio, hoje podemos ser algozes e amanhã vitimas. Leitura muito interessante onde o leitor mergulha nas conjecturas e análises de Rubachov, personagem este que para mim ficará marcado.
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GCV 19/03/2009

Ilusão do 'eu', realidade do 'nós'
Quando decidiu criticar o regime soviético stalinista, o autor anglo-húngaro Arthur Koestler estava, já em 1940, revendo certas posturas da União Soviética. Quase 70 anos depois, parece natural e óbvio criticar um regime que matou algo em torno de 20 milhões de russos, boa parte durante Stalin; mas nos anos 40, e principalmente 50 e 60, soova burguês, anti-revolucionário e pró-imperialismo ianque.

Koestler, contudo, estava longe de ser um pequeno burguês. Sua crítica é de alguém que esteve próximo aos Grandes Expurgos, que viu a própria URSS remodelar de modo assustador seu próprio passado. Seu protagonista, Rubashov, de acordo com George Orwell, "poderia ser chamado de Trotsky, Bukharin, Rakovsky".

Embora seja uma tragédia anunciada desde a primeira página, "O Zero e o Infinito" não recorre a descrições de brutalidade e tortura gratuita. Sua grande virtude é não utilizar do choque fácil da dor física, mas descrever a requintada frieza de um pogrom silencioso. Rubashov, por ser um dos últimos a ser preso, sabe que não lhe será dado o perdão: "o horror que emanava do N.º 1 consistia, sobretudo, na possibilidade de que estivesse com a razão, e de que todos quantos matava tivessem de admitir, mesmo com a bala na nuca, que era concebível que estivesse com a razão" (p. 23).

Com uma prosa direta e bem fluida, Koetler acerta a mão em um estilo quase "invisível", deixando seu objeto de crítica sob os holofotes, sem miçangas. A discussão do método soviético, que se segue por toda a obra, vale por uma aula de história, mas também aponta para questões de cunho filósofico: bendito seja o tradutor francês que optou por "Le Zéro et l'Infini" em detrimento do burocrático "Darkness at Noon". Após a leitura, repensar sobre a relação de valores entre Zero, Infinito e Um (não nomeado, mas é Stalin) toma proporções filosóficas bem mais amplas. Ponto para Koetler.
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cid 18/03/2010minha estante
Excelente resenha. Mas, fiquei me perguntando ao final do livro ,o porquê de Koestler utilizar um personagem tão apegado ao partido, que parece acreditar não haver vida fora dele. Talvez seja a sua perplexidade perante o fato de tantos terem confessado crimes que não cometeram e aceitado a morte como um ultimo ato revolucionário. Como entender Nikolai Bukarin, Kamenev e outros. Parece que só Trotsky manteve o bom senso. Mas, ele via o problema de fora. Um abraço Cid




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