Peleteiro 27/03/2016Um homem que entendia de metáforasNão posso negar que me perdi diversas vezes e tive de reler. É um livro denso, contudo, extremamente poético. Fantástico, com certeza um livro de grandeza peculiar. Não costumo gostar de metáforas, mas se alguém sabia como utiliza-las, este alguém foi William Blake.
Para quem ainda está em dúvida quanto a leitura, deixo aqui um trecho da obra:
"A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria. A prudência é uma velha donzela feia cortejada pela Incapacidade. Quem deseja, mas não age, gera a pestilência. A minhoca cortada perdoa o arado. Mergulha no rio quem ama a água. Um tolo não vê a mesma árvore vista por um sábio. Aquele cuja face não tem luz nunca se tornará uma estrela. A eternidade está apaixonada pelas produções do tempo. A abelha ocupada não tem tempo para a tristeza. As horas de tolice são medidas pelo relógio, mas as de sabedoria, nenhum relógio pode medir.
Toda comida saudável é apanhada sem rede ou arapuca. Ressalte os números de peso e medida em um ano de escassez. Nenhum pássaro voa alto demais, se voa com as próprias asas. Um corpo morto não se vinga de ofensas. O mais sublime ato é pôr outro antes de você. Se o tolo persistisse em sua tolice, ele se tornaria sábio. A tolice é o disfarce da patifaria. A Vergonha é o disfarce do Orgulho."