O Caminho do Fogo

O Caminho do Fogo Christian Jacq




Resenhas - Os mistérios de Osíris - 03 - O Caminho do Fogo


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Carol.Alves 21/03/2021

A aventura continua
O Egito está em paz, mas por quanto tempo o Anunciador se manterá às sombras? A acácia de Ábidos ainda não se recuperou, desse modo, Osíris não pode ressuscitar e o Egito corre o risco de sucumbir ao mal.
Sesóstris confia a missão de encontrar o ouro que cura a Iker e, a Ísis. Será que o escriba e a sacerdotisa conseguirão?

Muitos perigos os aguardam nessa difícil jornada, cercada de magia, fé e aprendizado.

O terceiro livro é surpreendente e traz revelações maravilhosas.
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Livros da Julie 16/11/2022

Continuidade morna, mas ainda instigante
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"As tribos não deixarão de lutar e de se destruir, as alianças continuarão volúveis e ladrões e mentirosos sempre disputarão o poder. Por mais generosas que sejam, as tentativas de mudança das mentalidades fracassarão."
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"O sagrado separa o essencial do inútil, ilumina e desimpede o caminho, dissipa as miragens e as brumas."
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"Nenhum argumento, nem mesmo um exército poderoso, convencerá os fanáticos a desistirem dos projetos."
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"saber tudo sobre os indivíduos sem que eles percebam, tecer uma teia, manipular os fantoches! Essas atividades embriagavam mais do que um vinho capitoso."
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"não basta clamar as palavras 'amor, paz e fraternidade" para que sejam respeitadas. O homem não nasce bom. As inclinações naturais são inveja, violência e desejo de dominar."
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"Medrosos e incapazes fazem fracassar as expedições mais bem preparadas."
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"O mal e a violência sempre encontram os alimentos necessários para renascer"
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"Continuar pacífico quando se é atacado encoraja o agressor a perseverar. Combater exige coragem, o covarde recua. E mais covarde ainda é aquele que não defende o seu território."
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"Quando o rei é justo, tudo é justo."
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"Raramente os seres humanos admitem os próprios erros. Mais raramente ainda escolhem o caminho certo e nele se mantêm, quaisquer que sejam os obstáculos."
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"O saber é analítico e parcial; o conhecimento, global e brilhante."
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"formular um pensamento é mais difícil do que qualquer outro trabalho."
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O caminho de fogo é o terceiro livro da série Os mistérios de Osíris, lido com as @mafaguifinhos e @nleituras.

Iker já havia percebido o seu erro de cálculo. A grande ameaça à paz do Egito não era o faraó Sesóstris III, mas sim o Anunciador, que havia amaldiçoado a acácia de Osíris, em Ábidos.

Reconhecido pelo faraó como alguém que poderia ajudar a assegurar o futuro do reino, Iker é nomeado Filho Real. Para dirimir a desconfiança de alguns sobre sua lealdade, ele se voluntaria para uma tarefa difícil e perigosa: se infiltrar entre os seguidores do Anunciador em Canaã e descobrir o seu esconderijo.

Enquanto isso, Sesóstris e a sacerdotisa Ísis continuam fazendo o possível para salvar a acácia e o Egito. Ele prossegue na luta para extinguir rebeliões internas e pacificar as fronteiras do país e ela se debruça sobre livros antigos, na busca por fórmulas esquecidas que possam trazer vida à àrvore, enquanto aguarda ansiosa pela volta de Iker. O Anunciador, contudo, se preparava para atacar novamente, dessa vez com o auxílio da Núbia, de onde viria mais uma cheia do Nilo.

O início apresenta um breve resumo dos livros anteriores. Apesar de todas as desventuras de Iker, então com apenas 17 anos, a narrativa é bastante lenta, mas mesmo assim permite uma leitura rápida. Boa parte da história apenas prepara o cenário para o tão esperado ataque do antagonista. Uma maior tensão e ação, porém, acontece ainda depois, mais para o final.

O autor tem a habilidade de apresentar seu conhecimento sobre os textos egípcios sagrados de forma palatável, com o detalhamento de crenças e rituais, de modo a nos fazer compreender o alcance da mitologia nos diversos âmbitos da cotidiano. Há momentos em que a escrita ganha um tom de fábula infanto-juvenil, especialmente quando Jacq entremeia à trama principal o que parecem ser adaptações de antigas lendas. Contudo, as sutilezas das implicações éticas das atitudes dos personagens retomam a profundidade do enredo.

Jacq passa uma impressão mais forte de que as pregações do Anunciador seriam um prenúncio do que viria a compor o Islamismo (que só surgiria bem mais à frente). Algumas das proposições, como a inferioridade das mulheres, já deveriam estar tomando forma isoladamente naquela época. O medo imposto pelo falso profeta era tamanho que mesmo seguidores tinham receio de vê-lo tomar o poder.

Aliás, o livro demonstra claramente o que o apego ao poder e o fanatismo são capazes de fazer e as desgraças que eles podem causar, resultando, inclusive, no fomento à corrupção. Apesar dos problemas, continuamos testemunhando a pujança econômica e comercial da capital Mênfis e uma organização política, administrativa e militar egípcia de dar inveja a qualquer Estado moderno.

Percebe-se que muito se devia ao fundamental papel dos escribas, que, longe de serem meros copiadores ou escriturários, atuavam como funcionários públicos responsáveis pela gestão de diferentes bens e atividades no reino.

O preciso acompanhamento das cheias anuais do Nilo, por exemplo, é impressionante. Sabia-se exatamente o período em que ocorriam, o nível que as águas poderiam atingir e quão benéficas ou destruidoras elas poderiam ser. Eles compreendiam a importância da renovação mineral das terras cultiváveis a partir dos sedimentos e nutrientes trazidos pelo rio, o que realimentaria todo o ecossistema e proporcionaria boas colheitas, mas também possuíam planos de ação para contenção das águas e evacuação dos habitantes, caso necessário.

A preocupação com o Nilo foi um ótimo pretexto para abordar a questão da Núbia. Durante seu reinado, o faraó adentrou esse território e nele construiu fortalezas às margens do rio para marcar a expansão da fronteira sul do Egito. Os povos locais passaram a se beneficiar com a proteção e o conhecimento dos egípcios e com a possibilidade de comercializar o que plantavam e produziam. Apesar da ocupação, os núbios adquiriram tamanho respeito por Sesóstris III que o veneraram como um deus até bem mais de mil anos depois de sua morte.

A série novamente se interrompe de forma um tanto abrupta, sem dar um fim apropriado ao relato no ponto em que estava. De todo modo, uma nova ofensiva contra o Egito já está anunciada, aguardada com ansiedade por todos os envolvidos. Também surgem uma grande e inesperada revelação relacionada a Ísis e uma novidade que fornece um ótimo gancho para o próximo volume.

Vale ressaltar a péssima qualidade da encadernação deste livro novo, recém-comprado. Mais de cem páginas se soltaram facilmente. Por incrível que pareça, os dois livros anteriores, também impressos em 2011, mas comprados usados, estão inteiros.

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