Fran 21/07/2011A Descoberta das BruxasUma história envolvente!
Sabe aquele livro que quando você termina de ler, já começa a folheá-lo novamente só para rever algumas passagens? Foi o que aconteceu comigo quando ‘A Descoberta das Bruxas’ chegou ao fim. Mesmo tendo acabado de passar por mais de seiscentas páginas...
Quando comecei com esse livro, não sabia que seria uma trilogia... Ando fugindo de séries porque quase enlouqueço nos períodos de espera até o lançamento da continuação. Mas como sou fascinada por capas, comprei ‘A Descoberta das Bruxas’ sem nenhuma pesquisa mais profunda além da sinopse. Não que tivesse muita informação disponível sobre ele quando o comprei, mas ainda assim, acredito que teria me deparado com algo sobre não ser um livro único.
Em ‘
A Descoberta das Bruxas’ conhecemos Diana Bishop, uma historiadora famosa que desde a morte de seus pais bruxos tenta a todo custo afastar a magia de sua vida, mesmo que ter 100% de sucesso nisso seja praticamente impossível.
Durante suas pesquisas sobre alquimia, Diana se depara com um poderoso manuscrito que estava perdido há séculos. Enquanto manuseia o livro, é claro que sente a magia latente dele, mas decidida a estudá-lo com olhos frios de uma historiadora da ciência e não como uma bruxa, não se demora muito com o exemplar, faz suas anotações e o devolve à biblioteca, sem nem ao menos desconfiar que depois desse dia sua vida nunca mais será a mesma!
É interessante observar que enquanto bruxos, vampiros e demônios fazem movimentos cada vez mais ameaçadores à sua volta por causa desse manuscrito, a historiadora teima em acreditar que tudo pode voltar a ser como era antes. Como ela mesma diz em certa parte:
“
- Não é imprudência... Só quero minha vida de volta.” E quando Diana aceita que Matthew, um vampiro geneticista de tirar o fôlego, se aproxime cada vez mais, vai se descobrir lutando contra forças que vão muito além de simples preconceitos entre raças.
Acho que a autora conseguiu transmitir bem o clima de ‘romance-quase-impossível’ entre uma bruxa e um vampiro. O modo como Matthew, apesar de todo seu autocontrole, enlouquece na presença dela, e como Diana se entrega aos poucos à relação, mesmo que não se dê conta do quanto está se envolvendo, criam cenas de tirar o fôlego! Além de algumas situações bem divertidas.
Diana é, sob vários aspectos, uma protagonista enigmática. Enquanto ela é corajosa (ou teimosa!), decidida e madura, também é imprudente e
frágil. Sinceramente, algumas vezes fiquei sem entender se ela entrar em estados de choque tão grandes tinha a ver com seus poderes ou se a autora tinha ‘errado um pouco na mão’. Algo que só a sequencia desse livro vai me responder.
Outros personagens, por outro lado, me conquistaram rapidamente! Ysabeau é exatamente como eu imagino uma vampira milenar: poderosa em todos os sentidos! Amei a vampira no instante em que coloquei meus olhos sobre ela. Marthe é uma fofa e Baldwin me encantou com seu jeito rebelde. Sim, o clã
Clermont mora no meu coração!
As Bishops também são ótimas, adoro a impaciência de Sarah, o jeito meigo da Em e Tabitha vai ser o nome da minha gata se um dia resolver ter uma... Ria muito cada vez que aquela oferecida aparecia!
Só não favoritei esse livro por alguns poucos motivos: Primeiro foi que achei as cenas de ação fracas, provavelmente porque estavam sob o ponto de vista da protagonista. Como a autora usou o recurso de alternar o foco narrativo em alguns capítulos da primeira para terceira pessoa, acho que podia ter feito isso também com as cenas mais tensas e não só quando queria focar no Matthew. A meu ver, nas situações de perigo e luta observar apenas as emoções da protagonista tornou as cenas muito limitadas. Um narrador em terceira pessoa nesse caso daria maior dinamismo e uma perspectiva mais interessante.
Segundo, é que por não saber que estava me metendo novamente numa história ainda sem final, passei boa parte do livro ‘encucada’ sobre porque a trama não ‘fechava’ em nenhum ponto com o passar das páginas. Foi só depois de
La Pierre (quando me dei conta de que tinha mais perguntas do que respostas) é que concluí que o livro provavelmente teria uma continuação.
Mas depois que ficou claro o que está prestes a acontecer com o mundo da magia, com a Congregação e com os poderes de Diana, o livro ganhou um novo fôlego para mim.
Só acho que para leitores mais afoitos (como eu) o livro pode parecer cansativo em algumas passagens por causa da grande quantidade de referências sobre documentos e fatos históricos. Confesso que me perdia de vez em quando... Li uma entrevista em que a autora explica que essas referências e os debates entre Diana e Matthew são porque ela queria criar um ponto forte de afinidade entre eles. E deu certo, afinal,
ela é uma historiadora e
ele a própria história viva! Foi muito legal também a autora sugerir uma bibliografia no final do livro para quem quiser se aprofundar em alguns temas mencionados.
Sério, eu poderia falar horas sobre esse livro, mas
resumindo: na minha opinião a série tem potencial. A proposta é boa, os personagens são ótimos (cada um com um sua história, sua importância e sua complexidade em maior ou menor grau conforme a narrativa pede), e esse primeiro livro enche a cabeça da gente de perguntas e conjecturas. Além de abordar de uma forma que pretende ser descontraída a trinca ‘história, ciência e magia’.
Por fim, recomendo muito a leitura a todos que gostam desse universo de magia, bruxos, e vampiros. E com certeza quando a continuação for lançada, estarei me controlando para não roer as unhas esperando meu exemplar chegar em casa.