Aline Teodosio @leituras.da.aline 27/12/2022
"Estou morto, mas isso não é tão ruim. Aprendi a conviver com isso. Desculpe não me apresentar da forma correta, mas não tenho mais um nome."... É dessa forma que conhecemos R, um zumbi em conflito existencial, que nos cativa desde o primeiro momento.
A história se dá em um mundo pós-apocalíptico onde humanos e mortos-vivos travam a clássica luta pela sobrevivência. Nada de mais. Porém, R é diferente da maioria de seus pares, além de conseguir articular algumas palavras, seus pensamentos filosofam sobre a existência e o sentido dela. E ele vai se diferenciar ainda mais quando Julie, uma humana, surgir em sua "vida".
É uma história adolescente bobinha, mas fofinha, apesar do tema. Tem umas passagens grotescas, mas também tem aquelas que nos arrancam sorrisos. Gostei muito das referências musicais, meu coração vibra quando uma música que amo é citada em uma obra (Hello, Goodbye ? dos Beatles) ?? Enfim, foi impossível não ser arrebatada pelo R, eis um zumbi que vale a pena. Rsrsrs
Um parêntese para fechar: esse livro foi escrito bem antes da pandemia da Covid, mas teve uma passagem que me chamou muita atenção e me fez pensar: "- Mesmo se conseguirmos acabar com a praga de uma vez por todas... Acha que vamos conseguir fazer com que as coisas voltem a ser como eram antes?". Será mesmo que precisamos ser como antes? Ou será que a humanidade é capaz de melhorar depois da catástrofe? Era o que esperávamos, entretanto...
E é isso. Não mergulhe nessa leitura esperando profundidade, mas com certeza dá pra relaxar como quem contempla o mar à beira de uma praia.