Macunaíma

Macunaíma Mário de Andrade
Angelo Abu




Resenhas - Macunaíma


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Lendo no mato 12/04/2021

Melhor herói brasileiro possível.
Que surpresa sensacional que foi ler esse livro. Maldita escola que 'estraga' tantos livros bons tentando empurrar em crianças livros densos e excelentes da literatura brasileira.

Nunca li esse livro na escola, mas certamente ele me foi apresentado lá na infância. E obviamente não é um livro infantil. Fico feliz por só tê-lo lido agora. Velho! ? O bom disso tudo é que eu não fazia a menor ideia sobre o que era o livro. ?

Graças ao podcast da #451mhz da revista @quatrocincoum e a entrevista que fizeram com o @emicida, eu fui me animar de ler Mario de Andrade, de ler Macunaíma.

Se você gosta de super herói (Marvel/DC), você vai gostar de Macunaíma.
Se você gosta de mitologia (nórdica, romana, grega, etc), você vai gostar de Macunaíma.
Se você gosta de folclore brasileiro, você vai gostar muito de Macunaíma.
Se você gosta do Loki e suas 'brincadeiras', você vai gostar de Macunaíma.

Macunaíma tá nisso tudo. Tem disso tudo. Um livro escrito em 1928 e com tanto para falar da nossa sociedade. Realmente incrível.

Macunaíma nasce na floresta e descobre o Brasil. Cria mitos, fala dos povos originários, natureza, sociedade, civilização, tecnologia, zueiras extremas! Tem de tudo em Macunaíma. E quanta palavra diferente, Jesus!!! É palavra antiga, é palavra inventada (eu acho), é nome de bicho pra caramba, nome de planta pra caramba. O que certamente é a coisa que mais afasta o leitor. Além de ter um vocabulário da época, Mario de Andrade é conhecido por criar palavras.

Macunaíma é isso, um verdadeiro samba do crioulo doido que é o brasileiro. Macunaíma é realmente o melhor exemplo possível para um herói brasileiro. ????
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Cris 03/06/2022

" Ai! que preguiça!..." sem mais rs.
" - No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite..."

'Macunaíma' de Mário de Andrade foi publicado em 1928 e conta a história do entitulado herói às avessas. Nascido e criado em uma tribo indígena na Amazônia nunca deu valor à sua família preferindo os prazeres carnais e uma vida mansa tendo a expressão " Ai! que preguiça!..." como seu lema de vida.

Os dias passam e o garoto travesso, misteriosamente, torna-se homem após um corriqueiro banho de rio. Apaixona-se por Ci, a Mãe do Mato e com ela tem um filho, no entanto, o bebê não resiste, e Ci bem traumatizada pela morte de seu filho decide subir às estrelas após uma vida de desgosto e perdas. Macunaíma se vê sozinho e triste tendo unicamente um talismã deixado pela amada, o muiraquitã como é chamado se perde com passar do tempo e a partir daí a história se desenrola com ele em busca do amuleto. Vai do Amazonas a São Paulo e de São Paulo ao Rio de Janeiro num piscar de olhos provando para o leitor que os limites do espaço-tempo em nada diz respeito à sua vida.

O que dizer desse clássico? Bom, ele é muitíssimo bem escrito, bem estruturado, bem representativo e... bem chato também rs! Sim. É chato à beça, eu achei. Sei que o enredo em si é riquíssimo pois traz muitas lendas folclóricas, tradições, religiões, hábitos, lugares etc. Esmiúça divinamente nossa fauna e flora, enfim. No quesito requinte Mário de Andrade deu um show e isso precisa ser levado em consideração pois ele conseguiu unir todos esses elementos em uma narrativa harmoniosa. Contudo não consegui me envolver com o personagem e nem com sua busca pelo tal talismã perdido; em tese e em resenhas lidas, essa busca parece ser bem interessante, porém, ela acaba sendo engolida pelo enfadonho contexto de tudo.

Antes de mais nada tive que colocar em minha cabeça que 'Macunaíma' beira a leitura nonsense, após isso e apenas dessa maneira consegui levar e "entender" muita coisa. Precisei tanto recorrer ao imaginário que o epílogo da história só faz sentido quando fecho os olhos e penso num livro mítico.

" - A Ursa Maior é Macunaíma. É mesmo o herói capenga que de tanto penar na terra sem saúde e com muita saúva, se aborreceu de tudo, foi-se embora e banza solitário no campo vasto do céu."

Com uma escrita rebuscada com incontáveis dizeres indígenas, o autor tece o Brasil em vários tons excêntricos causando de início uma certa estranheza. Tal peculiaridade resenha perfeitamente bem Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.

" - Agora vossa mãe vai embora. Tu ficas perdido no coberto e podes crescer mais não."
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Fernanda 02/11/2020

Macunaíma - O Herói Sem Nenhum Caráter
Macunaíma é uma das obras modernistas mais importantes da nossa literatura. Segundo o próprio autor, o livro é uma antologia do folclore brasileiro. Nela foram reunidas muitas tradições orais, folclóricas e ditos populares.
Macunaíma é um herói diferente, ou melhor, é um anti-herói. Nascido às margens do mítico rio Uraricoera, o índio possui características complexas, muito travesso, perspicaz, malandro e um tanto (muito) preguiçoso, o que dá pra imaginar com sua simbólica e reiterada fala "Ai, que preguiça!"
Obra crítica ao romantismo de forma que apresenta um ideal nacionalista peculiar, através de um índio não herói sem caráter, representando o brasileiro daquele período.
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Luan.Souza 06/11/2020

Macunaíma - O Herói Sem Nenhum Caráter
Macunaíma é um livro escrito por Mario de Andrade, um dos principais autores da primeira fase do Modernismo. A obra contém uma síntese de lendas, folclores e mitos indígenas que foram reunidos pelo autor e passados através de uma linguagem popular.
Macunaíma é apresentado e desenvolvido como um "herói" de características duvidosas (o que nos faz questionar se de fato ele é um herói), sendo malandro, egoísta e principalmente muito preguiçoso. Essas características são bem exploradas com o desenrolar da história e isso gera uma dinâmica que torna o livro fluído e divertido.
Mario de Andrade tenta criar neste livro algo que representaria o "Ser brasileiro" dando (na minha opinião), mais ênfase nas partes negativas através do herói (ou não), Macunaíma.
Minha experiência com o livro foi boa, a obra é divertida e bem interessante, por isso eu o recomendaria.
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Priscila.Pieper 10/11/2020

MACUNAÍMA
Nascido no fundo do mato-virgem, filho do medo e da noite, uma criança birrenta, preguiçosa e de mente ardilosa, nosso herói, ou melhor, anti-herói vem ao mundo. Criado em uma tribo na Amazônia, ele vive aventuras que mais parecem de outro mundo, até banhar-se com mandioca brava e se tornar um adulto formoso.

Em meio a paixões, histórias cabulosas e brigas com os irmãos, Macunaíma vai parar em São Paulo na tentativa de encontrar um amuleto perdido, o muiraquitã. Depois de algumas investidas, o amuleto volta para as posses de Macunaíma, e assim, ele e seus irmãos retornam para a sua tribo na Amazônia. Em seguida, depois de perder novamente o tão amado amuleto, Macunaíma já decepcionado resolve ir aos céus.

Rodeada de polêmica, Macunaíma é por vezes alvo de desgosto por “representar” o Brasil de forma nada representativa. Confuso? Pode parecer, mas Mário de Andrade durante a semana de arte moderna de 1922, deixou claro o intuito de representar a brasilidade, o brasileiro, a nação tupiniquim. Mas muito mais que uma representação, o que ao meu ver, não é em seu sentido literal, mas uma mistura de crenças, estereótipos, culturas e gente, a principal obra do modernismo brasileiro é, ao menos para mim, uma caricatura cômica, fascinante, genial e deliciosa de saborear.

Com um “quê” de rebeldia e revolução, a obra Macunaíma quebra com o romantismo utópico em que índios eram transformados em cavaleiros medievais. A mistura bem feita entre o formal e o temático recheado de neologismos e da fala popular, mais me lembram de Cervantes e os delírios de Dom Quixote. Assim, a obra consegue representar perfeitamente as propostas do Movimento Antropofágico, que tinha como intuito nivelar a cultura brasileira às outras culturas de prestígio, aproveitando as qualidades de outras culturas, enquanto as transformavam em algo genuinamente brasileiro.

Nada mais brasileiro do que essa mistura cultural, não é mesmo?

Boa leitura!
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Maíra Marques | @literamai 13/03/2022

O quadrinho ajudou demais a ter outro olhar da obra...
? "Macunaíma - O Herói sem Nenhum Caráter" de Mário de Andrade é um clássico modernista da literatura brasileira, lançado em 1928 a partir de estudos do autor sobre a cultura e folclore brasileiro. Uma obra-prima que aterroriza os vestibulandos hoje em dia!
??
Confesso que consegui fugir de ler Macunaíma na adolescência e que a curiosidade em conhecer tal obra surgiu a partir de uma conversa com o pessoal da @tocalivros. Optei por ouvir o áudiolivro, pois minha experiência com os clássicos nesse formato foram positivas. E MEU DEUS DO CÉU! Não dá pra deixar passar batido o trabalho LINDO da Toca Livros! Desde a narração incrível de Jefferson Brito até os detalhes da trilha sonora, canções... TUDO ESTÁ PERFEITO! É muito fácil entrar no clima da história desta forma.
??
Como nem tudo é um mar de rosas... Vamos lá: Eu gostei, mas confesso que tive que buscar outras fontes para conseguir casar melhor todas as informações que Mário "jogou" no texto. Ele faz diversas críticas a sociedade da época e- por se tratar de uma rapsódia, os fatos não se casam muito bem- o que pode nos deixar um pouco perdidos na narrativa em determinados momentos. No entanto, nada que uma breve pesquisa não ajude!
??
Macunaíma pode ser um personagem que causa revolta, trazendo cenas e situações que não são bem vistas hoje em dia, ?? CUIDADO COM O SPOILER ?? como o 3st*pr0, a troca de etnia, a menção a "m4c*mb4" (literalmente com esse termo), dentre outras coisas, já que ele é retratado diretamente como um ser preguiçoso.
??
É uma história que traz um GRANDE e RICO debate histórico e cultural do nosso país, não é por acaso que muitas universidades ainda exigem a leitura deste clássico, mas não é uma leitura fácil, isso ficou bem claro. No entanto, optar por um formato mais dinâmico como o áudiolivro, me ajudou demais a se manter presa nessa narrativa e desvendar suas entrelinhas.
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Nada 12/03/2022

"O herói sem nenhum caráter"
Imagine um Brasil unificado, é oque você irá encontrar neste livro, tanto nas regiões que faz com que você fique perdido geograficamente no livro pois ele passa de estados como se fosse bairros e uma mistura de culturas de regiões distintas, por exemplo no episódio da macumba que utilizavam o nome do diabo para o Exu, frutas que não deveriam estar naquele local e estão, isso vem da visão e dos objetivos de Mário de Andrade sobre o modernismo no Brasil, isso dá mais intusiasmo a ler este livro, cada pequena coisa faz referência a figuras públicas e as satiriza, como a carta de Pero Vaz de Caminha, algo único e acredito que seja obrigatório a todos os brasileiros ler este livro.

"Ele contradiz a si mesmo" uma frase de Mário que é perfeita para descrever Macunaíma, eu não esperava um herói deste, impulsivo...e as vezes calculista, medroso...as vezes valente, preguiçoso...e as vezes ativo. "O herói sem nenhum caráter" que bela descrição para ele, o caracter dele nunca é estabelecido, sempre ele faz algo que antes ele estava criticando, coisas bem questionáveis e outras honrosas, ele apenas é Macunaíma.

A edição da editora antofagica simplismente incrível como sempre e as vídeo aulas são maravilhosas e me ajudou muito a entender mais sobre esta obra e me há deixar situado em cada referência, recomendo demais vocês guardarem um dinheirinho e comprar esta edição e este livro incrível.

Eu escreveria mais, porém...Aí! Que preguiça!...
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Khaolinha 03/06/2022

Gosto como o Mario faz eu me sentir burra...o quanto ele mostra que eu não conheço da cultura do meu próprio país.

O livro é muito bom, é descontraído, divertido e, ao mesmo tempo, pra mim, também foi assustador por ver que uma série de questões como: violência domestica, violência contra a mulher, abuso parental, família disfuncional, relações sociais e urbanas permanecem tão problemáticas quanto a um século atrás, parece que a sociedade não evoluiu grandes coisas nesse período não.

Mario de Andrade e Machado de Assis escrevendo put@R1a eleva isso pra um outro patamar que a galera pode correr muito, mas não tem como alcançar.
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Cássia Agapito 07/04/2021

Perdi tempo
Gente, sabe um livro sem pé nem cabeça? Então, achou! Pode ser uma metáfora muito boa? Pode! Pode ser um monte de baboseira que não significa nada? Pode!
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Tati.Lima 27/09/2023

Esse livro foi um surto do Mário de Andrade...
Misericórdiaaaaaaa!!! Q livro mais doido foi esseeeeeeee, meu povo!!! Uma aventura fantástica do protagonista TOTALMENTE anti-herói, em busca de um tesouro. Um clássico da literatura brasileira politicamente incorreto, porque o Macuinaíma é um cara absolutamente safado, cachorro e sem vergonha de carteirinha. O cara é o puro suco da falta de caráter, e suas aventuras são completamente fora da casinha. Mas ao mesmo tempo, é tudo apresentado de uma maneira tão incrível e criativa, q mesmo q o livro não seja essa Coca-Cola toda, como realmente não é, por conta de alguns capítulos extremamente maçante, mas é incontestável, a riqueza de culturas apresentadas por Mário de Andrade. E fecha o caos com o protagonista, começando a história negro e terminando branco. Como eu disse, o livro é um surto total, mas um surto descrito de forma interessante e divertida, porque o livro tem muitos momentos engraçados. A linguagem é um pouco complicada de entender, porq tem muito da cultura indígena e expressões regionais, mas nada q uma recorrida ao Google não resolva. Enfim, eu gostei, não amei, mas gostei bastante.
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Fabio Shiva 26/01/2019

sem caráter e genial!
Que livro genial! Certamente uma obra-prima da Literatura mundial, que dá orgulho de ser brasileiro! Ainda que a genialidade maior da obra seja justamente retratar o brasileiro, através do herói Macunaíma, como um ser “sem nenhum caráter”...

A tese da ausência de caráter do brasileiro é apresentada em dois níveis. O primeiro é o caráter como uma espécie de personalidade, uma “entidade psíquica permanente, se manifestando por tudo, nos costumes na ação exterior no sentimento na língua na História na andadura, tanto no bem como no mal”, como define o próprio Mário de Andrade. E ele continua: “O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional”.

E então surge a sacação verdadeiramente genial: “Dessa falta de caráter psicológico, creio otimistamente, deriva a nossa falta de caráter moral. Daí nossa gatunagem sem esperteza (a honradez elástica/a elasticidade da nossa honradez), o desapreço à cultura verdadeira, o improviso, a falta de senso étnico nas famílias.”

É por isso que “Macunaíma” continua extremamente atual: embora tenha sido escrito em 1926 e publicado em 1928, continua botando o dedo na ferida de nossa identidade nacional, tão confusa e sujeita às apropriações mais nefastas. E não é à toa que esse seja um dos livros brasileiros mais estudados de todos os tempos, e que ainda hoje gere polêmica.

Em 1969 o livro ganhou uma versão cinematográfica igualmente genial:
https://youtu.be/DsMm3uG5iRU

A obra de Mário de Andrade já se encontra em domínio público e “Macunaíma” é facilmente encontrado em PDF:
http://bd.centro.iff.edu.br/bitstream/123456789/1031/1/Macuna%C3%ADma.pdf


Eu tive a sorte de ler uma esmerada edição da Agir, que traz ao final um “Dossiê Macunaíma”, contendo vários rascunhos do autor sobre sua obra, de onde extraí as seguintes pérolas:

“Quanto a algum escândalo possível que o trabalho possa causar, sem sacudir a poeira das sandálias, que não uso sandálias dessas, sempre tive uma paciência (muito) piedosa com a imbecilidade”.

“Quanto a estilo, empreguei essa fala simples tão sonorizada, música mesmo, por causa das repetições, que é costume dos livros religiosos e dos contos estagnados do rapsodismo popular. Foi pra fastarem de minha estrada essas gentes que compram livros pornográficos por causa da pornografia.”

“Não sei ter humildades falsas não e se publico um livro é porque acredito no valor dele. (...) Principalmente disso vem o orgulho tamanho que possuo e me impede completamente qualquer manifestação de vaidade.”

“Outro problema que careço explicar é da imoralidade. Palavra que seria falso concluir pela imoralidade e pela porcariada mesmo que está aqui dentro, que me comprazo com isso. Quando muito admito que concluam que me comprazo... com o brasileiro.”

E viva Macunaíma! Viva Mário de Andrade! Viva a Literatura Brasileira!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/01/macunaima-mario-de-andrade.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Juuh 25/06/2023

Macunaíma: o herói sem nenhum caráter
Essa resenha vai ser curta e grossa, porque até agora tô tentando digerir essa bomba.

Mário, queria muito poder te defender, mas que livro foi esse? Personagem chato, desinteressante, monótono e com enredo fraco. Não gostei da forma que o livro foi desenvolvido e muito menos da história em si. Foi uma tentativa exacerbada e prolixa de trazer uma referência folclórica, mas acaba mais confundindo do que ajudando. Me decepcionou.
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Sabrina 07/05/2022

Decepção.
Como esperar que brasileiros apreciem um obra cuja narrativa se faz tão confusa? Cuja personificação da identidade nacional é feita por meio de um personagem tão desagradável? Para que tipo de leitor esse livro foi escrito? Tenho a impressão de que o autor, tido como polímata, escreveu esse livro muito mais para exibir seus conhecimentos para seus outros amigos intelectuais.

Diz-se que a escrita de Macunaíma é uma mistura do erudito com o popular. Porém, as menções às crenças e superstições locais, expressões do cotidiano, assim como o próprio bordão do herói, "ai!... que preguiça!...", não se sobressaem tanto quanto ao resto da narrativa, onde os termos empregados deixam diversas passagens nubladas, mesmo para um leitor mais instruído. Há muito verbos, por exemplo, que nem o dicionário deu conta de explicar!

Para completar, o autor conta a história apoiado, sobretudo, por lendas e mitos indígenas que apenas ele e os próprios índios da região Amazônica conhecem. São nomes, lugares e verbos que a gente lê e não faz ideia do que seja. Ao final de cada capítulo, precisei ler um resumo na internet para garantir que havia entendido o que havia se passado na história. Imagine o povo lendo Macunaíma em 1969...

Além disso, o herói é realmente sem caráter: preguiçoso, malandro, atrevido, nojento. Concordo que a identidade nacional ainda estava em construção e a ideia era expor todas as facetas do "brasileiro médio", porém me pergunto que imagem é essa que se cria ao representar o caráter de uma nação por meio de uma personagem como Macunaíma. Não se trata de exaltar o Brasil apaixonadamente, sem nenhum pingo de autocrítica; mas também não precisamos de um esculacho desses.

É realmente uma pena. Há, de fato, uma infinidade de brasilidades e elementos mágicos na história que estimulam a criatividade. A narrativa é um passeio mágico por um Brasil de diversas culturas, mas que é ofuscada por termos indecifráveis e um estuprador que ganha tons de inocência, status de herói e ainda vira estrela no céu. Me poupe.
Tiago343 18/05/2022minha estante
Desculpe tanta discrepância em comentar isso mas, acho que é uma deficiência sua e dos outros leitores. O intuito da obra é a representatividade da nossa gente, representatividade não se dá somente através da valorização do que a de bom, e se a senhora/senhorita bem sabe, a nossa gente é culturalmente, reconhecidamente, indubitavelmente s*f*d@.
Peço que não me leve, assim como não te levo, por dizer o que digo. Dizem que mem o Mário gostou do que escreveu, mas não impede que outros gostem, acho que o que faltou, não somente pra você, foi cultura, uma cultura que realmente não é obrigação de ninguém saber mas é muito importante para compreender o livro, faltou para entender que é uma sátira, entender as expressões e verbos, entender a cultura de roraima e do norte, faltou interesse ou até mesmo poderia não saber sa existência do livro "Makunaima" que deu origem a "Macunaima", enfim, desculpa.
Mas uma coisa concordamos, ele queria se mostrar para os outros intelectuais da época, esse, como vários outros livros do modernismo, exigência um certo conhecimento sintético (adquirido através de estudos minuciosos) ou natural (adquirido através das coisas que se vê e ouve no mundo), quem entenderia melhor Clarice? Um acadêmico ou quem viveu o que ela retrata através do seu intimismo?


Tiago343 18/05/2022minha estante
Ps, meu português foi ridículo nesse comentário: há* ...leve a mal* nem* Roraima* da existência*.

Ps 2: "herói sem caráter" não se refere somente ao caráter no sentido que mais usamos, mas sim características, identidade.


Sabrina 28/05/2022minha estante
Eu sou nortista de Belém do Pará e NÃO entendi diversas passagens. Realmente, deve estar faltando algo para mim, pois todo mundo diz que esse livro é uma obra-prima. Mas eu não sou obrigada a gostar. Essa é minha opinião e eu a mantenho.




@tigloko 12/05/2020

“Espinho que pinica, de pequeno já traz ponta”
Gostei da mistura de alguns personagens do folclore (a maioria eu não conhecia). Essa correlação entre as lendas e a origem das coisas que conhecemos:

“No outro dia quando Macunaíma foi visitar o túmulo do filho viu que nascera do corpo uma plantinha. Trataram dela com muito cuidado e foi o guaraná. ”

Sobre Macunaíma, o herói sem caráter, de fato o apelido casa muito bem com as atitudes dele ao longo do livro. Além das travessuras, ele demonstra um sentimento perverso e mentiroso para com os outros. Por ele somos apresentados aos costumes da época e alguns personagens peculiares.

Contudo, foi um livro arrastado. Foi difícil imergir na história. Eram palavras que fiquei boiando durante a história ou situações surreais em que me via perdido.

Apesar da dificuldade da leitura, foi interessante conhecer esse clássico. Sem dúvida é um livro que precisa de releitura para absorver mais as informações.
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