Fabio 15/09/2014Pesado. Bem pesado.A história é muito interessante, mas você tem que estar preparando para mergulhar nela e se limitar ao ponto de vista e argumentos de Sacha, sempre deixando de levar em consideração suas próprias opiniões. É preciso entendê-lo.
Se você for daqueles que não conseguem não julgar os personagens, provavelmente não se envolverá com a trama. Sacha é fútil, muito novo, nada experiente, sua estrutura familiar é péssima, tem uma boa situação financeira e, claro, é bastante dramático. Nada inovador, verdade seja dita.
Porém, a forma como o livro é escrito e a história é levada, junto com a excelente tradução do Reinaldo Moraes (que foi o que me fez ler esse livro), fazem esse romance valer a pena. É perturbador acompanhar a intensidade com que Sacha se entrega a crise existencial, a dependência que ele cria do Augustin, a sua experiência e a de Augustin com drogas, a liberdade que os dois têm dos pais e o que a influência deles gera nas pessoas ao redor.
Não é o primeiro livro francês que leio nesse estilo. Esse romance é muito parecido com Hell da Lolita Pille (que também achei muito bom). Além das características dos personagens principais, os dois romances tem como semelhanças a constante presença das drogas e amores destrutivos. Os dois autores souberam levar de uma maneira muito boa e singular suas histórias. A estrutura, conforme outra resenha que vi aqui, realmente lembra muito a de Axolotle Atropelado, com a diferença que em momento nenhum você acha que perdeu alguma coisa ou não consegue se localizar.