Resenhas - Touch of Power

Naty 14/04/2020

Apesar de eu ver alguns furos na história, é um livro cativante, rápido de ler e com uma magia e personagens que valem a pena conhecer
Vamos focar em Avry, nossa personagem principal. Ela é uma mulher com poder de cura. Uma "healer". Ao tocar uma pessoa, ela toma para si as doenças dela, mas tem uma capacidade de se curar mais rapidamente que os outros.
Pensei ao iniciar o livro que esse seria o único poder que existiria nesse reino fantástico, mas não. Tem poder da floresta, das rochas, da terra, do ar, da morte e da vida. É interessante que, no da vida, você pode tomar a vida de uma pessoa e ler seus sentimentos e controlá-los ao tocar em suas mãos. Um dos personagens "do mal" da história tem esse poder. Outro poder que aparece é o da floresta, já que um dos companheiros de viagem da protagonista tem esse poder.
Nem sei se posso chamá-lo de companheiro de viagem. kkkk. Eles na verdade as capturam, mas nisso acabam livrando ela da morte. É que o poder de curar não tem mais sido visto como algo bom nessas terras. Os "healers" foram culpados de criar a praga que dizimou grande parte da população. Sendo que eles próprios são imunes a ela.
Outra parte importante dessa história são as flores (como fica nítido na capa). No caso, os lírios. Existem lírios da morte e da paz. Pelo que entendi, são plantas gigantes que vivem nesse local e pregam o maior medo na população por não terem como ser diferenciados. E os da morte...matam. kkk Pois é. Meio simplista, mas é bem interessante de acompanhar.
Algumas coisas que não gostei, entretanto:
1-Na época em que se passa a história, eles não tinham trator, não? Se tem uma planta que engole e mata seres humanos, era só passar por cima delas. Mas dá para considerar que era idade média, quem sabe...Ficou meio sem explicação
2-Pra curar, a pessoa toma para si a doença da outra, mas tem uma velocidade de cura e recuperação da lesão maior. No entanto, um dos fatos que ocorre é que Avry cura uma ferida de faca na barriga de um homem e depois de uns quatro dias fica curada. Pelo que está escrito, a faca transpassa os órgãos (rompendo estômago e intestinos, lançando seu conteúdo no peritôneo). Tem coisas que nem mesmo o corpo conseguiria recuperar sem um antibótico e, principalmente, uma sutura. Avry, a "healer", acha que vai morrer logo que o cura. No entanto, claro que ela recebe ajuda e, talvez, alguém tenha costurado a lesão. Quem sabe... O que quero dizer é: se ela tivesse o poder de simplemente curar, mas não ter que tomar a doença para si, ok; mas, tendo que tomar a doença para si fica difícil acreditar na sobrevivência da protagonista em algumas siituações.
3-A construção da dinâmica amorosa foi interessante, mas o que "o cara que ela por quem ela vai se apaixonar" fez com ela no início da viagem que eles fazem não foi nada muito legal. E, tendo bons motivos ou não, seria meio injustificável. Apesar de ele se provar uma boa pessoa, precisaria me pedir muitas desculpas por aquilo.
A construção da Maria V. Snider do "personagem mau" me lembrou alguns dos personagens de Caraval. Tem umas partes que são adocicadas de mais para atrair o público jovem.
Apesar disso, os personagens tem certa profundidade.
4-Apesar de eu ter amado a dinâmica de escrita da autora e como eu queria saber o que ia acontecer no livro, tiveram muitas partes que eu achei fácil de descobrir o que aconteceria. E o tal "personagem mau", apesar de ser megalomaníaco, dá uns vacilos com Avry que a autora justifica como muita autoconfiança de sua parte. Eu diria muita burrice. Mas, como ele foi muito sagaz em outras partes do livro, acabei engolindo a justificativa.

Independente do que falei sobre os pontos negativos, foi um livro muito legal de ler. Com certeza, vou continuar com essa jornada. A magia a ser explorada, as guerras e os personagens me parecem bem promissores.

Julia.Franca 28/09/2019

Eu gosto muito da escrita da Maria V. Snyder.
O mundo criado é bem desenvolvido, e eu realmente conseguia imaginar os diferentes tipos de magos, os Lilys da Morte e da Paz, os curandeiros, a praga,a guerra, os soldados-cadáver, e todos os personagens.
Um toque muito interessante é a linha do tempo.A Avry viaja com o grupo até as Nove Montanhas para curar Ryne, sendo que essas montanhas estão do outro lado do continente,mas ao longo da história, consigo perceber a jornada e o trabalho que demanda para chegar até lá, além das lutas que acontecem.
E o casal...muito fofo. Kerrick e Avry, que mesmo sem ter uma declaração de amor até quase o final do livro, percebo como eles se tornam amigos e confiam um no outro, mesmo quando estão brigando.
Eu gostei principalmente da posição da Avry nesse reino, porque ela está no meio de inimigos, com a família toda morta (apenas a irmã está viva, mas a quer morta), lutando e quase morrendo em diversos momentos, apenas para salvar uma pessoa-que todos dizem ser a única a derrotar o príncipe Tohon, mas que fez coisas horríveis com ela- e morrer logo depois.Ou ela poderia arriscar o pescoço se rendendo ao príncipe Tohon,que, na melhor das hipóteses, não é o que dizem os boatos e a ajudaria.Na pior, realmente o príncipe é um psicopata ganacioso,que a mataria depois de conseguir o que queria.

PS:Pelo menos o Ryne se revelou de bom coração.