nenos 25/06/2023
A pausa lógica serve ao nosso cérebro, a psicológica aos nossos sentimentos
Pensemos num primeiro momento sobre a verdadeira artista: Mãe Natureza, que cria vidas igualmente ricas, complicadas, multifacetadas, complexas e, todas elas, irredutíveis com suas formas sublimes. Na construção do personagem, o Diretor Tórtsov incorporado por Stanislavski, continua explorando com seus alunos o potencial dessa profundidade disponibilizada, exercitando a familiarização dos fundamentos como o talhamento das expressões, os treinamentos expressivos, o tempo-ritmo e as criações deliberadas.
Ao buscar a expressividade do corpo, nos deparamos com a sina do personagem: a plena ciência que seus gestos não são seus. No treinamento físico, o Diretor deixa bem claro que nossos gestos são maneirismos universais e generalizados, amoldados em férrea forma permanente, ou seja, por atores que trocaram a arte pelo negócio. E nesses maneirismos, entende-se que o ator precisa desenvolver toda estrutura muscular necessária e treinar os graus característicos afim de dominá-los para exercer o controle apreciativo.
Por conseguinte, treina-se o desenvolvimento de todas as articulações que contribuem para a produção da magnífica técnica vocal, responsável por transportar a plateia num vislumbre de visões interiores com imagens amoldadas pela própria imaginação criadora do ator. Compreende o Diretor que as letras são apenas símbolos de sons, ou seja, precisa de ressonância, fluência, pausas e a fuga de modos distorcidos coloquiais que podem ser vistos como ofensivos quando utilizados para enunciar versos melodiosos sobre temas elevados.
E para entender às exigências da linguagem falada, o processo é então, entrelaçado com a entonação. Responsável por todas acentuações, pausas lógicas, psicológicas, inflexões e delineações fonéticas, a entonação precisa ser bem delineada para manter o fio central da história, precisa de pausas estratégicas e ser consecutiva para que haja o florescimento de impulsos nos esforços, responsável por incendiar os sentimentos profundos.
Por fim, é preciso se atentar aos tempos-ritmo. Tendo em vista o forte elo entre o ritmo e o sentimento, essa concepção tem o intuito de manter o ritmo interior da vida, a harmonia, a nobreza e a imponência da peça para consolidar os fundamentos da atuação que norteará a principal meta: A criatividade verdadeira que vem de dentro, de emoções humanas, não teatrais.
Link para meus highlights: https://drive.google.com/file/d/10NQ1kc_PEgUTazD_AX5bmKJCrRBfIXnX/view?usp=sharing