Iza 08/04/2022
BOM DEMAIS! EU É UM OUTRO!
O ego é um objeto transcendente da consciência (é unidade dos estados e ações, unidade de unidades transcendentese e ele mesmo transcendente), que sempre aparece apenas quando não olhamos para ele, é o outro.
Ele cria "qualidades" a objetos que são transcendentais (sentimentos além da minha compreensão que prefiro nomear de ódio ou amor) essas qualidades são apenas potencialidades (sou ciumento? não. estou ciumento, mas dizer que sou ciumento não está errado, tal ciúme existe em potencia, portanto, sou um ciumento em potencial). São desse tipo naturalmente os defeitos, as virtudes, os gostos, os talentos, instintos etc. (são os estados e as ações)
OBS: O intermediário entre os 3 é a qualidade; a ação é o estado presente da qualidade; cada estado e ação é incapaz de ser separada do Ego; o Ego é indistinto, que na filosofia é a interioridade vista de fora ou projeção degradada da interioridade, uma vez que o ego é um ser do mundo.
LIVRO: O Ego, como veremos, é diretamente a unidade transcendentedos estados e das ações. No entanto, pode haver um intermediárioentre esses e aquelas: é a qualidade. Quando nós experimentamosdiversas vezes ódio em relação a diferentes pessoas, ressentimentos tenazes ou longa cólera, nós unificamos essasdiversas manifestações intencionando uma disposição psíquica deproduzi-las. Esta disposição psíquica (eu sou muito rancoroso, soucapaz de odiar violentamente, sou colérico) é, naturalmente, algomais, e uma coisa diferente, do que um simples meio. É um objeto transcendente.
LIVRO: A qualidade é dada como uma potencialidade, uma virtude que, sobre
a influência de fatores diversos, pode passar à atualidade. Suaatualidade é precisamente o estado (ou a ação).
Todo sujeito tem um predicado, o sujeito sendo sua totalidade concreta e o predicado uma qualidade separada da totalidade que SÓ adquire todo seu sentido se ligado à totalidade.
O EGO NADA É FORA DA TOTALIDADE CONCRETA DOS ESTADOS E DAS AÇÕES QUE ELE SUPORTA.
Para Sartre, tudo é transcendente, tudo está para além da nossa compreensão, nunca poderei dizer que conheço totalmente uma maçã, ainda haverá infinitas representações que não terei acesso, imagine conhecer a mim mesmo! Você não pode descobrir o Eu porque o Eu é infinitamente complexo.
+ Considerações
O Sartre faz muitas referências a O Ser e o Nada nesse livro, é incrível o despertar ainda maior de interesse que eu tive pelo assunto assim que comecei o capítulo 2 (onde ele realmente começa a produzir seu pensamento) (no 1 ele só apresenta alguns conceitos e autores como Husserl, Hegel, Heidegger, Decartes) MAAS é fantástico do o início ao fim, é um bom preparo pra oque vem depois.
Um conceito que eu já conhecia de antes inclusive que me fez um BOOM na mente foi o conceito de má fé, explicação: indivíduo que evita a responsabilidade de suas escolhas, viver a vida com base em qualquer outro sentido que não tenha sido criado por ele mesmo. Segundo Sartre, o homem está condenado a ser livre, a ser responsável por suas próprias escolhas, por viver sua realidade construida por ele mesmo; nas palavras do próprio Sartre: carrega nos ombros o peso do mundo inteiro, é responsável pelo mundo e por si mesmo enquando modo de ser.
Obviamente deixei passar muita coisa que poderiam ser importantes e corrija-me se absorvi algo errado, já fico muito feliz por ter entendido o que ele quis dizer por no mínimo 70% do livro.