Bárbara T. 04/12/2012
Eis a Felicidade
O livro conta a história de Cameron, um garoto diagnosticado com a doença da vaca louca, e que não tem chances de vida. Enquanto está internado no hospital, ele recebe a visita de Dulcie, uma anja punk que lhe diz que ainda á uma chance de ele viver. Ele precisa encontrar o Doutor X., que, segundo Dulcie, é o único capaz de salva-lo. Junto com Gonzo, um garoto anão neurótico que ele conhece no hospital, ele foge e vai em busca de Doutor X. (No caminho encontram também Balder, um deus Viking aprisionado no corpo de um gnomo de jardim.)
Ao inicio o livro parece apenas mais um livro infanto juvenil, com seu personagem principal revoltado e tendo problemas de família constantes, com alguma história qualquer como plano de fundo. Mas, até nas primeiras páginas é possível ter um pequeno sopro daquilo que a autora quer nos passar.
Não é possível dizer exatamente o sentido do livro, pois, é uma coisa tão intima e peculiar, que se altera de acordo com a visão de quem lê. Então, está ai a minha interpretação.
É uma critica sincera ao modo de vida das pessoas, sociedades, e jovens em geral. Certas pressões, cobranças e ilusões, que alteram a nossa vida e nos cegam para o que é mais importante.
No livro, existe um dialogo iniciado com a pergunta: "Você viveu essa ultimas duas semanas?" A resposta a principio é muito simples, qualquer ser humano que esteja com o coração batendo está vivo. Porém, qual o sentido de "viver"? Se fosse simplesmente estar com o coração batendo não poderíamos substituir "viver" por "existir"? Então, por não estarmos todos nós mergulhados numa ilusão de "vida perfeita", sem privacidade nem confiança, sempre insatisfeitos a procura de uma felicidade que pode ser destruída assim que lançarem um modelo novo, sempre vendados por histórias lúdicas cujo único objetivo é fazer você acompanhar todos os filmes, não estaríamos nós, apenas existindo?
A autora, indiretamente, nos diz que pequenos detalhes podem decidir sua vida pra sempre, que existem pessoas a sua volta, você não está sozinho aqui e muito menos tem o direito de se isolar sem mais nem menos porque você não é o centro do universo! E que tudo, e exatamente tudo é imperfeito...E é isso que faz com que a vida seja especial.
Nós não temos que procurar uma vida perfeita, onde não aja injustiça, dor e sofrimento, isso não existe. Se nós apenas parraremos para observar tudo de bom que já existe na nossa vida. O amor da nossa mãe e familiares, o fato de estar vivo até agora e poder enfrentar as dificuldades da vida, e tantas outras coisas. A vida "perfeita" está bem nas nossas mãos, se não está, você tem a chance de alcança-la apenas sorrindo pras dificuldades que aparecem.