Resenhas - Objecto Quase

Déa Paulino 10/04/2009

Objecto Quase é uma crítica enfática contra os excessos provocados pelo capitalismo e a supervalorização dos bens materiais em detrimento do Ser humano. O processo de desumanização vivido pelos personagens é chocante não só pela narrativa ricamente construída também através de metáforas, mas porque é assustadoramente semelhante àquilo com que freqüentemente nos deparamos; a "coisificação" do ser humano, que acomete muitos de nós.

Bianca 08/07/2020

Ler Saramago é sempre incrível!
Nesse livro, que reúne seis histórias originalmente publicadas no ano de 1978, o genial escritor nos leva por caminhos variados, mas todos eles apresentam situações inovadoras e absolutamente críticas, que permitem reflexões intensas sobre a condição do ser humano em meio ao capitalismo e à necessidade exacerbada de possuir bens materiais.

Saramago, em cada um dos contos reunidos neste exemplar, demonstra que atualmente tratamos as pessoas como ?coisas? e as coisas como ?pessoas?.

isabelle. 06/07/2021

"cabeças pousadas na cama como restos esquecidos de uma mudança para outra casa ou para outro mundo."

"as coisas" não vai sair da minha mente tão cedo e "desforra" me deixou com uma sensação estranha que ainda preciso investigar. não me relacionei muito com os outros, mas a escrita do saramago tem esse jeito de te pegar pela mão e sair levando, então foi uma experiência interessante de qualquer jeito.

Veri 09/12/2021

Contos tensos
Gostei mas não amei. Mas isso tem mais a ver com o que eu sinto em relação à contos: não é meu gênero preferido, definitivamente. Mas Saramago é Saramago. Cada conto em si é uma viagem. Você tem que estar aberto ao absurto, ao nonsense, que no entanto é disfarçado de cotidiano. Reflexões e conclusões ficam por sua conta, não espere encontrar no texto o caminho: tem mil.

Marcos Nandi 23/03/2020

Saramago é incrível
Amei.
Todos os contos são angustiantes.

Augusto.Casoni 04/04/2023

🤬 #$%!& , show
Me surpreendi muito positivamente com o Saramago das duas obras que li dele esse semestre.

Essa aqui me pareceu essencial. Apesar de ser do fim dos anos 80 é muito atual. Crítica gostosa e aguda em como a gente tá num mundo em que as coisas são mais importantes que a gente e como tentar se distanciar daquilo que é humano parece ser a tendência e uma resposta completamente equivocada.

Recomendo demais, é curtinho.

Bell_016 22/07/2010

Um dos primeiros livros de Saramago, apesar de ainda não possuir alguns traços característicos de sua escrita (só ele pra fazes você pensar o que um travessão faz no meio do texto), já traz muitos dos temas que ele tratará mais tarde como a presença da morte, o pânico que a falta da nossa "civilização" traz de repente graças a nossa cega dependência, o objeto mais importante que os homens, o homem duplicado e dividido, até de Caim ele fala aqui.

Gláucia 10/11/2010

Estilo inconfundível
Mesmo em contos ele consegue manter sua identidade literária.
Livrinho curto composto de apenas seis contos dos quais destaco: Embargo: me fez lembrar Christine, de Stephen King. E me deu um medo danado de ser tão dependente de meu carro.
Coisas: o que aconteceria se de repente os objetos se revoltassem contra nós?
Centauro: metade homem, metade cavalo. E assim se divide ele em seus sentimentos e necessidades.
Refluxo: um rei que teme a morte mais que o mal por si.
Cadeira: representando a queda de um ditador.
Desforra: o que menos gostei. Talvez não o tenha compreendido...

Dani Ramos 18/03/2020

Mais um Saramago para lista de lidos.
Acho que até agora nunca li um livro dele que eu fale no final da leitura: "Não gostei". Acho incrível essa capacidade de um autor conseguir após 22 livros lidos (dele) e eu ainda me surpreenda e ame como se fosse a primeira vez.

Lais Machado 02/06/2020

Saramago nunca me decepciona. Aqui as coisas têm vida e nos controlam. Cheio de metáforas incríveis. Quem nunca se viu refém do próprio carro? Sair de casa e desistir do restaurante porque não achou estacionamento : ja aconteceu cmg. Faz pensar bastante e ainda é irônico e divertido

Mari 17/02/2023

O primeiro conto parecia um ensaio acadêmico e filosófico sobre a Cadeira, foi difícil de ler até o final porque não me pegou de jeito nenhum.

Gostei de Embargo e o carro com vida própria parando em todos os postos para abastecer, me lembrou a época da greve dos caminhoneiros rs

Refluxo traz uma crítica social bem interessante com a ideia de centralizar todos os cemitérios num só local e as consequências disso.

Coisas lembra uma distopia, com pessoas tendo uma letra nas mãos para indicar sua precedência, a atuação do governo diante do problema de desaparecimento de tudo, bem Saramago.

Tirando o final, Centauro é esquecível. E o último conto, Desforra, parecia até uma história tipo Torto Arado, mas é curtíssimo e meio poético, seria uma boa premissa para um filme cult.

Enfim, curti metade do livro. Saramago é sempre bom de ler, mas não é a obra que eu recomendaria do autor.

Fernando 16/06/2022

Objecto Quase
É comum a gente sempre ouvir que para conhecer um autor seria uma boa ideia começar por um livro de contos. Então, essa não é uma boa ideia se você quiser começar a ler Saramago.

Alguns contos como "A Cadeira" e "Refluxo" demoram a pegar no tranco, isso porque o autor dá prioridade a uma escrita num tom ensaístico que prioriza o fluxo de consciência do narrador.

Em contrapartida, os contos "Embargo", "Coisas", "Centauro" e "Desforra" priorizam os enredos que nos envolvem pela inventividade.

Existe uma beleza quase que cinematográfica em "Centauro" e "Desforra". Meus favoritos. Vale a pena desfrutar cada centímetro desses mundos maravilhosos construídos por Saramago.

Caio_O 22/05/2011

Um crítica do mundo. Um crítica de si mesmo. Um livro fabuloso.

Igor.Banin 01/11/2023

Ótimo
Primeira seleção de contos que leio do autor. Alguns deles são perfeitos e trazem aquela estranheza característica de Saramago.

Bruna 11/02/2021

Início dO Saramago!
Gostei bastante! Nesse livro de 1978 já vemos um ensaio de quem Saramago escolheu ser enquanto autor, os contos que mais amei foram os ‘distópicos’: Embargo e Coisas, então definitivamente é o lado que mais gosto de Saramago.