Cultura e imperialismo

Cultura e imperialismo Edward W. Said




Resenhas - Cultura e Imperialismo


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Tamer 21/02/2024

Livro denso e bastante completo. Utilizei tanto ele quanto "Orientalismo" nos meus trabalhos de iniciação científica e de conclusão de curso, o que me fez demorar bastante para concluir a leitura. Edward Said nos traz muitas referências para completar nossos estudos, e analisa com detalhes obras da cultura ocidental que trazem consigo vieses racistas e orientalistas dos países do eixo Europa-América do Norte.
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Kevin 27/08/2020

Tão bom quanto o "Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente".
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fev 18/12/2022

Excelente
Uma excelente obra para fazer refletir sobre o modo consumimos e refletimos a literatura. Se conseguimos ou não captar o que autores dizem ou deixam de dizer. É um grande exercício para olhar o mundo através da cultura imperialista e das suas consequências. Edward W. Said é bastante crítico com inúmeras obras, mas sem radicalismo. Não há aqui cancelamentos ou anacronismos. As reflexões e apontamentos sobre como o imperialismo reflete também nos meios culturais e influenciam pessoas são contundentes e perspicazes. O intuito é discutir o que as palavras construíram independente da índole do autor. Aprendi bastante com as críticas sobre nacionalismo e política identitária que são consequências apontadas por Said como extremismos da luta contra a dominação imperial. É um livro enriquecedor e cheio de aprendizado.

É uma boa pedida para quem gosta de clássicos e vê o poder da literatura como meio de refletir sobre a sociedade. As reflexões propostas por Said farão com que leitores examinem a literatura sobre uma nova perspectiva para além do entretenimento. Recomendadíssimo.
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Raquel622 12/10/2023

De Austen a Camus, não se salva ninguém
Cultura e Imperialismo - No lugar onde estou na fila do pão de leitores por esporte, me parece que Edward Said advoga a descolonização (ou decolonização, para os que pouco apreço têm pela última flor do Lácio), ou seja, a desconstrução de um ponto de vista firmemente centrado no padrão europeu consolidado especialmente a partir do Imperialismo. Um padrão firmemente fixado num homem branco, europeu e cristão.
Um padrão que mede a "qualidade", o desenvolvimento e, por fim, o valor de outros lugares, povos e culturas por um sarrafo estabelecido unilateralmente. Claro que ninguém fora do eixo Elizabeth Arden é bom o bastante. E, a partir disso, se criam justificativas para novas expansões colonialistas/imperialistas que basicamente ignoram direitos de povos nativos ao território onde habitam há séculos ou milênios e mesmo fazem isso com a desculpa da "caridade cristã". Manja o "salvar a África dos Africanos" ou os "africanos de si mesmos"? É por aí.
Edward Said demonstra que obras que falam dos empreendimentos coloniais europeus por uma razão ou outra, ou ao menos são encomendadas para celebrá-los, nunca serão verdadeiramente críticas do que foi para os nativos das Américas, África e Ásia a invasão e roubo de suas terras, supressão de seu modo de vida e independência por nações europeias, especialmente Inglaterra e França, donas de grandes extensões nos três outros continentes. Entre louvor descarado e a ausência de compreensão da enormidade do que foi feito a tantos povos e culturas Said pretende demonstrar que mesmo quem habita nas periferias dos centros imperialistas naturalmente lhes segue o padrão.
Aí, tomando grandes obras europeias, Said vai dissecando o viés necessariamente de branco europeu que pode até documentar o horror que é a colonização europeia, com sua máquina de expropriação, espoliação e extermínio sem nunca se insurgir ou condenar. Sobra para Jane Austen (Mansfield Park fala de uma família que "enricara" com as plantations caribenhas de cana movidas a mão-de-obra escravizada) e mesmo Giuseppe Verdi que, sendo "periférico", contribui para a mistificação e propaganda sobre o exótico oriente criando um ópera (Aída, a tragédia de uma princesa etíope criada na corte do faraó) para inauguração de um teatro rigorosamente europeu no Egito sob controle de franceses e ingleses - um marco na "ocidentalização" e do processo civilizatório. Processo civilizatório sendo, necessariamente, a adoção e adesão a padrões europeus de cultura e organização social.
Nem Joseph Conrad se salva.
O olhar do branco e, consequentemente as obras culturais que produz não podem se solidarizar propriamente com os povos atropelados pelo imperialismo porque nasceram e se criaram nas capitais alimentadas com os espólios arrancados por ele ao resto do mundo. O ambiente que produziu Austen, Kypling, Camus, Verdi, etc. só pôde existir com a afluência de riquezas a partir de um sistema econômico que pressupunha a condição subalterna, inferior e indigna de seus colonizados.
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Ariadne 28/06/2023

Livraço
Edward Said (1935 - 2003) fala sobre como o imperialismo também pode ser disseminado através da cultura. Said cita os Estados Unidos e o Reino Unido como principais exemplos dessa disseminação de ideias imperialistas através de livros famosos como "Coração nas Trevas", de Joseph Conrad e "Mansfield Park", de Jane Austen. O impressionante na argumentação de Said é que, em nenhum momento, ele usa o fato desses produtos culturais de suas épocas realmente disseminarem ideias imperialistas para tentar apagar toda a obra do autor ou a reputação do mesmo. Said mostra que é possível fazer crítica cultural e literária de forma inteligente e como forma de percebermos como o pensamento dominante no período aparecia nos produtos culturais.

Denso, porém excelente livro.
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