Vitoria.Milliole 28/05/2021
Bom, esse livro realmente não tem nada demais. Não tem reviravolta, não tem ação, não tem romance, não tem suspense, não tem terror. Só tem uma menininha com uma doença em estágio terminal, chamada Cecília, sua família e o anjo Ariel.
Ariel aparece pra ela sempre que não tem ninguém por perto para fazer companhia. Ele diz que está do outro lado do espelho e que passa através dele para ver Cecília. O livro gira em torno dessa metáfora.
Enquanto Cecília tenta explicar a Ariel como é ser humana, ele tenta explicar a ela como é ser um anjo: como é não ser de carne e osso, como é não ter emoções ou não ter os cinco sentidos. E, pra ela, é terrivelmente difícil explicar cada uma dessas coisas.
É uma leitura bem rapidinha e eu diria até bem boba. Triste, bonita, mas boba. Com um viés um pouco religioso, falando sobre sermos a criação de Deus e, portanto, parte dEle, creio que também é mais voltado pro público infantil. Até mesmo pelos diálogos não tão bem estruturados.
Não chegou a ser um livro ruim (do contrário, eu nem teria terminado), mas também, pra mim, não foi um bom livro. Um passatempo, talvez.
Esperava algo um pouco mais maduro por ser do autor de O Mundo de Sofia, que é sobre filosofia, mas aqui o autor usou justamente as características que eu não gostei em O Mundo de Sofia: diálogos rasos, forçados e inverossímeis. A protagonista tinha conversas filosóficas com o anjo, depois reproduzia as palavras dele com os pais como se fosse a coisa mais normal do mundo e eles não faziam ideia de onde ela tirava isso, exatamente como a Sofia no outro livro. Isso me irrita. Mas não diria que foi uma perda de tempo. Pra fechar as leituras do mês, estava mesmo buscando algo mais curto e leve.