Golpe de Misericórdia

Golpe de Misericórdia Marguerite Yourcenar




Resenhas - Golpe de Misericórdia


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Fabio Shiva 13/05/2020

leitura conduzida
Fui conduzido a ler esse livro por um episódio curioso. Na verdade, eu pretendia ler “A Dor”, de Marguerite Duras, mas quando fui pegar o livro na estante, foi esse que veio em minhas mãos. Entendi que era um sinal do universo, e obedeci.

Claro que fiquei antenado para captar as mensagens que esse livro poderia trazer para mim nesse momento, e por isso a resenha será focada nessa leitura específica. De cara ficou evidente a sincronicidade: a história real que inspirou “Golpe de Misericórdia” se passa uma terra estranha em uma época igualmente esquisita: “uma região perdida dos países bálticos, entre o fim da primeira guerra mundial e a Revolução Russa”.

Uma guerra acontece, mas não entendemos muito bem suas motivações, nem o cenário onde as lutas sangrentas ocorrem. É meio como a guerra mundial que travamos hoje contra o Coronavírus: uma série de batalhas sem fronteiras definidas, combatidas em meio a espessas neblinas.

E daí retirei o primeiro ensinamento precioso desse livro: em um determinado momento um dos personagens afirma que em tempos de guerra o lado mais terrível do ser humano costuma vir à tona, assim como o lado mais maravilhoso. Como há mais coisas terríveis que maravilhosas na humanidade, os períodos de guerra trazem a reboque muitas revelações pavorosas. Novamente, é como o momento que vivemos hoje, especialmente no Brasil. Certamente há coisas maravilhosas acontecendo, mas fica difícil percebê-las com tantos horrores vindo à tona de um pandemônio somado à pandemia.

Uma frase em particular me evocou muito claramente as torpes estratégias de Fake News utilizadas pelo atual governo para se alçar e se manter no poder: “Sempre achei certa baixeza naqueles que acreditam com muita facilidade na indignidade alheia.” Bolsonaro só chegou onde está, infelizmente, porque milhões de brasileiros escolheram acreditar na Mamadeira de Piroca... E já faz tempo que notei como o Desprezidente é rápido em acusar seus adversários das maiores torpezas e vilanias que ele mesmo é o primeiro a cometer.

Outras frases marcantes também encontrei nessa pungente e angustiosa narrativa, traçada com esmero e trágica beleza:

“A amizade é acima de tudo certeza, coisa que a distingue do amor.”

“Não sou presunçoso: isso seria fácil para um homem que despreza as mulheres e que, buscando confirmar a opinião que tem delas, escolhe frequentar apenas as piores.”

“Pode-se confiar no fogo, com a condição de saber que sua lei é morrer ou queimar.”

“Fala-se sempre como se as tragédias se passassem no vácuo; elas, todavia, são condicionadas pelo ambiente.”

“Somos sempre punidos na ocasião imprópria.”

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2020/05/golpe-de-misericordia-marguerite.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Antony.Trindade 11/02/2022

Muito bom!
O final é surpreendente?aquele romance que vc sofre muitas epifanias.
Difícil achar alguém pra conversar sobre esse livro .
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Michele 04/07/2020

Temática profunda, efeito superficial
Em um ambiente belicoso logo após a Primeira Guerra e a Revolução Russa, nos países bálticos, Sofia se apaixona por Eric o qual a rejeita em vista de sua amizade com seu irmão. O clima hostil e sufocante da guerra eleva os sentimentos levando até as últimas consequências.
Não consegui me envolver com a trama, achei a narrativa muito superficial, não achei as razões dos personagens convincentes.
Pelo que li esse meu sentimento foi uma intenção da autora, que deseja sugerir mais do que contar. Para mim, não funcionou.
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none 11/08/2021

O que a guerra nos inflige e o que ela nos subtrai
A senhora Crayencour recriada Yourcenar escreveu e reescreveu suas obras até a lapidação final, como Flaubert, a autora belga sempre nos brinda com uma história tendo a História como pano de fundo e uma relação muito íntima com seus personagens. O protagonista deste livro não esconde defeitos, não esconde sua falta de amizade nem sua falta de amor; intempestivo, porquanto soldado em uma grande guerra, Eric considerava seu amigo Conrad um fraco e quanto à cobiçada Sofia (irmã de Conrad), uma mulher com uma característica muito semelhante à ele: lutadora (daí uma inveja ou cobiça da parte dele?).
Não leia este livro se está buscando conforto ou uma história curta e instrutiva. O romance traz muitas percepções sobre a guerra e a realidade europeia (e de eventos que ali se sucederão), mas a narrativa traz essa beleza bruta própria dos romances que abordam guerras com o perspicaz toque e a sensata visão da autora e seu ''documento humano'', como ela mesma descreve, que nós leitores felizmente pudemos ter em mãos.
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natália rocha 20/03/2022

hmmm não sei se funcionou p mim

tem alguns aspectos que tornaram essa leitura levemente estranha para mim.

primeiro, a ambientação se dá em algum lugar dos países bálticos, num ambiente belicoso, logo após primeira guerra mundial e revolução russa. a gente fica sabendo disso porque a narrativa nos conta, mas ao mesmo tempo parece que não tem um local exato (?). eu, várias vezes, imaginei a história acontecendo com um fundo branco atrás.

segundo, a escrita da autora me deixou confusa - e aqui não sei julgar direito se é mesmo a escrita da autora ou a tradução da minha edição (bem antiguinha). li e reli o início diversas vezes p me situar - e meh, mais ou menos.

o enredo em si tem uma proposta legal. uma jovem se apaixona por um mocinho, mas o mocinho não quer corresponder porque é amigo do irmão da jovem e teme que isso cause um estranhamento entre os dois amigos. mas a gente sabe que não se manda no coração né

o final é forte, não tava esperando, o que de certa forma compensou a confusão do desenrolar da história

quem sabe no futuro eu leia novamente numa outra edição e me ache melhor na história
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Victor 05/01/2015

O amor em tempos de guerra.
Nunca vivenciamos uma guerra (ou pelo menos não uma de forma tão escancarada quanto às duas guerras mundiais). E é sobre o terror desse clima que o pequeno-grande romance se trata. O livro é fino, mas o conteúdo é denso. Até mesmo por não ter divisórias de capítulos ou alguma separação, pode dar a impressão que é algo para se ler em uma “sentada” só, mas não recomendo.

O livro se passa nos países bálticos, em uma região mais isolada. É uma história de amor condenada ao fracasso, desde o começo. Aliás, o amor apenas aparece nas palavras de Éric, que é o narrador, confessando sua relação com Sofia. A época, como já citei, é na Primeira Guerra Mundial, um ponto chave para a humanidade. Freud, em seu artigo chamado "Considerações atuais sobre a guerra e a morte", discursa sobre esse período e sobre a civilização (que seria o oposto da barbárie) ocidental, destacadamente as nações da Alemanha, França e Inglaterra, detentoras do maior conhecimento científico e tecnológico. Freud permanece perplexo com o fato dessas nações usarem o conhecimento racional não para se organizarem no mundo, mas sim para a destruição - retornando, então, a um estado de barbárie. E é nessa barbárie e caos que o romance se desenrola.

Não existe um toque carinhoso, apenas algumas cenas inicias de confissões apaixonadas. Todo o sexo é brutal: estupro, prostituição, promiscuidade, provocação e vingança. É como se fosse um tempo onde as pessoas não pudessem se amar, justamente por estarem sujeitos à morte no próximo instante, no próximo voo dos aviões que sobrevoam o vilarejo. Ou, talvez, com uma obrigação maior com a pátria do que com sua própria vida pessoal. Tudo que movimenta os personagens nesse romance é a guerra: a velha e louca tia, que reza para que os parentes sobrevivam à batalha, os homens que lutam com ardor, Sofia, que também se envolve.

Talvez, o maior gesto de amor entre ambos os personagens seja no final do livro, onde tudo é amarrado com maestria, inclusive o título do livro. Marguerite Yourcenar recria com precisão o ambiente da guerra. Até mesmo a ausência de divisórias na narrativa parece colaborar com isso: uma impressão de que não há tempo para se perder quando a morte habita ao seu lado e a única saída é lutar.
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Fernanda.syski 03/05/2020

Leitura interessante.
Lançado três meses antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, este curto romance narra a história de amor vivida por três personagens - dois homens e uma mulher - numa região perdida dos países bálticos, entre o fim da Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa.
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Gertrudes 08/04/2023

Um pouco confuso
Achei a leitura um pouco confusa. Com um fluxo de consciência misturado com alguns eventos históricos pouco conhecidos por mim. Mas isso não impede de sentir o drama e a tragédia da história. Infelizmente, me senti mais uma espectadora imparcial dos eventos, um tanto apática em relação ao destino das personagens.
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Poesia na Alma 19/02/2017

Uma realidade próxima
Escrito em 1938, Golpe de Misericórdia, de Marguerite Yourcenar, 121 páginas, editora Nova Fronteira, é um romance trágico, que se desenvolve em 1914, durante o final da Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. Inspirado numa vivência real, a história que se passa em Katowice, ‘um rincão dos países bálticos’, e traz como personagens centrais Éric, Sofia e Conrad.

“Lembro-me de banhos na água doce dos lagos ou na água salobra dos estuários ou raiar da autora, de nossas pegadas quase idênticas sobre areia e logo desfeitas pela sucção profunda do mar, de sestas no feno em que discutíamos os problemas da época, mordiscando indiferentemente fumo ou talos de capim, certos estarmos aproveitando mais que os adultos, sem saber que estávamos apenas reservados a catástrofes e loucuras diferentes das deles.”

Sofia e Conrad são irmãos e Éric o grande amigo, quase parente da família. O romance entre Sofia e Éric, narrado pelo próprio Éric, encabeçara esse enredo que de romântico não tem nada, porém tortuoso e aflitivo. Três jovens envoltos num mundo de guerras.

http://www.poesianaalma.com.br/
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Etnan 28/06/2020

Vagamente Recomendado (VR)
Golpe de Misericórdia
Marguerite Yourcenar
Ritmo de leitura: 13 pág/h
Termínio 29-06-2020 23:28

Trata-se do romance entre Eric e Sofia no período da Primeira Guerra Mundial. É narrado segundo a visão de Eric como soldado. O romance é marcado por incorrespondências e tragédia em meio a um período de sentimentos conturbados.

É uma narrativa de linguagem densíssima, portanto pouco fluida.
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Erica 03/05/2023

Sem graça
Não me envolveu a leitura, só terminei pq era curto e pq não gosto de abandonar livro. Primeiro livro q leio dessa autora e pelo q pesquisei ela é boa, talvez eu tenha tido azar com esse.
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