O Perfume - A história de um assassino

O Perfume - A história de um assassino Patrick Süskind




Resenhas - O Perfume


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Tina 11/02/2024

Grenouille: um gênio louco
Ano passado eu assisti à adaptação de "O Perfume" e fiquei muito curiosa para ler o livro. Comprei essa edição mais antiga em um sebo e li a história em pouquíssimos dias. A escrita do Patrick é sensacional, muito fluida, gostosa, prazerosa. As coisas acontecem sem muitas delongas, com um desenrolar que não faz o leitor esperar muito.

Estamos na França do século XVIII. No mercado de peixes, sob sujeira e fedor, nasce Jean-Baptiste Grenouille, um bebê que sobrevive junto ao lixo, contrariando todas as expectativas. Criado por Madame Gaillard em um convento, o pequeno não tem nenhum atributo especial e é considerado uma aberração por todas as outras crianças. Um ponto em especial horrorizava a todos: Grenouille não tinha cheiro. O que esses outros não sabiam é que, apesar de não exalar um aroma próprio, a criança nasceu com um dom olfativo que o permitia discernir dezenas de milhares de aromas, os quais catalogava em sua mente e guardava para a posteridade.

Com um pouco mais de idade, Grenouille conseguiu uma colocação como ajudante do perfumista Giuseppe Baldini, outrora um dos maiores perfumistas de Paris. Com sua loja em decadência, o velho caiu na obscuridade por não conseguir mais criar nenhum perfume novo que encantasse seu público, fato que muda da noite para o dia com a chegada do novo aprendiz. Gênio com os aromas e suas misturas, Grenouille deixou Baldini rico, e em troca, aprendeu muitas técnicas na arte da perfumaria.

Mas Grenouille queria mais. Sua paixão pelos aromas o deixou enlouquecido por criar o perfume mais maravilhoso de todos, e para isso técnicas mais refinadas seriam necessárias, pois o produto cujo cheiro ele queria extrair não eram simples flores, mas sim pessoas. E, para obtê-las, não seria muito fácil. Dizendo Adeus à Baldini, Grenouille deixa Paris e segue em busca de seu objetivo, sem jamais perder o faro. E o resto o leitor descobre na cidade de Grasse, onde a perfumaria era uma arte incrivelmente desenvolvida.

Um livro relativamente pequeno mas impactante. Fui fisgada durante a leitura, e achei o filme bem fidedigno ao livro, o que é um milagre. O que me decepcionou foram algumas partes que não foram bem detalhadas, então passaram voando, sem muito aprofundamento. Mas no todo, é um livro muito bom. Não é à toa que é um clássico!
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Carlos Magno 06/02/2024

Como uma pintura confusa em um quadro, O Perfume tenta extrair do infame o belo.
Seja pelo estilo peculiar de escrita (altamente descritiva e exuberantemente olfativa), seus personagens e até mesmo o ambiente, tudo converge em uma narrativa que desafia concepções morais e estéticas.

A crueldade aqui não é gráfica, mas “artística”, levando em conta a visão do próprio personagem: Seus preceitos são estéticos, onde o belo é o cheiro e o visual é um mero detalhe. É inevitável não olharmos para tudo que engloba o livro, em especial seu ambiente. Retratado num período pré-revolução francesa, vemos as mazelas da sociedade em seu puro extase: Pobreza, miséria, podridão, a quase nula expectativa de futuro e, acima de tudo, o individualismo e a ambição de quase todos que passeiam peça história.

Nisso, o autor tem maestria: Nos fazer detestar todo e qualquer personagem, por mais miserável e sofrida que tenha sido sua tragetória. Não seria diferente com o Jean Baptiste Grenouille. Não há nada moral em seus atos, mas seria ele tão somente reduzido a isso ou deveriamos analisar também meio? Injustificavel, sim, mas como ele pode dicernir o que é moral e imoral vivendo e sobrevivendo da forma que ele viveu? O proprio autor deixa claro a distorção de realidade que Grenouille se encaixa quando é citado a ele Deus, deixando evidente a estranheza do personagem com o assunto, por exemplo. Sua solidão e apatia exalam seu odor (ou falta dele) desde seu nascimento. Por outro lado, a sua mente fétida, maléfic, possessiva e obsessiva torna-o desprezivel. Todos seus atos são, em menor ou maior proporção, milimetrados.

É nessa controvérsia que a trama se fortalece e se impõe. Odiei o personagem, suas atitudes e o seu final, surpreendi-me com o desfecho de outros demais, cansei com a leitura detalhista e floreada, mas consegui gostar (até mais que o esperado) da estória. O desconforto é o que torna esse livro marcante.
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Hoelscher 04/02/2024

Absurdo!
Existem certos livros, que mesmo sendo inacreditáveis, continuam sendo bons. As vezes isso até se torna o ponto alto do livro, mas nesse caso, quanto mais absurdo o livro ficava, mais eu pedia o interesse nele.
Personagens detestáveis. Enredo sem pé nem cabeça, descrições monótonas e repetitivas.
Final absurdo e nada coerente com a trama.
Contudo, devo dizer que a escrita é sensacional. O modo como o autor faz o fluxo de consciência do protagonista e coloca a sua mente quebrada em palavras é impecável. Mas esse é o único ponto que realmente me agradou no livro.
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saralupion 04/02/2024

Muito devagar e descritivo...
Dei duas estrelas apesar de achar devagar e descritivo ao extremo porque o começo é INCRÍVEL. E o final MUITO bom também... o que me perdeu foi o desenvolvimento, mas não prejudicou o plot ou a história do personagem.
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Alice Vilhena 01/02/2024

Impactada! O livro consegue passar muitas sensações, inclusive odores, tamanha descrição de sentidos que tem. Grenouille é um dos personagens mais absurdos e apáticos que já li, com a mente extremamente delirante e sombria.
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Júlia Alexandre 31/01/2024

Dá pra sentir o cheiro através das páginas
A leitura começa muito boa e fluida, porém com o passar das páginas vai se tornando maçante e até chata em alguns momentos, no meio do livro tinha perdido completamente a vontade de terminar, porque a história vai tomando um rumo muito ruim, mas persisti. O que eu não posso reclamar é da descrição do autor tanto dos ambientes quanto dos cheiros, meu Deus, é muito bem descrito, e faz com que você consiga imaginar o cheiro do que ele está descrevendo. O final é estranho, assim como o resto do livro, achei ao todo razoável mesmo.
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Ket 31/01/2024

Gostei!
Apesar de de ser vendido geralmente como suspense, agora que li, acho que o livro passeia por vários gêneros. A história de Jean-Baptiste é sim a história de um assassino, mas também é uma ficção histórica bem detalhada e há uma boa pitada de absurdo e fantasia em alguns trechos.

Enquanto acompanhamos o estranho garoto rejeitado pela sociedade em que vive, somos apresentados a um momento histórico conturbado (pré-revolução), à uma Paris convulsionante, fétida, injusta e hipócrita. Jean-Baptiste, dono de um estranho dom de poder sentir todos os odores do mundo, comete crimes em sua busca pelo perfume perfeito, mas ao seu redor todos são um pouco assassinos também, sempre em busca de lucro fácil, reputação e status.

É um livro curto, de prosa irônica e muitas vezes melancólica que nos faz refletir sobre os invisíveis do mundo e o quanto tudo é passageiro e fácil de ser esquecido. Tal qual um perfume, Jean-Baptiste também se desfaz.

Nota final: 4
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Gabriel Leoni 28/01/2024

Muito além de perfumes e assassinatos
Um homem que enxergar o mundo pelo olfato. Percebe a essência de tudo e todos pelo cheiro. Fascinado pelas fragrâncias olfativas, decide que não basta senti-las, necessita tê-las para si. Algo porém o perturba... Não conhece o próprio aroma.
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Carolfreitasnf 22/01/2024

O Perfume - A História de um Assassino
Eu gostei bastante do livro. O fato do autor usar o olfato como o ponto central do livro é muito interessante e bem incomum, pelo menos para mim.

É muito curiosa a forma como algumas coisas são descritas através do cheiro, como por exemplo Paris. Logo no começo do livro ao invés das belas descrições que estamos acostumados a ler sobre a cidade, somos apresentadas à ela através do odor que Paris exalava no século XVIII.

Apesar de ter uma história muito interessante eu achei o livro um tanto arrastado, nada que faça com que a leitura fique maçante, mas ele é um pouco arrastadinho. E não é nem parado, é arrastado mesmo.

O final me decepcionou um pouco, acho que esperava algo diferente. No geral foi um bom livro.
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Jhoni4 21/01/2024

Perfeito
Nunca imaginei que as palavras do autor fariam tanto sentido durante a leitura, mas o livro conseguiu me chocar e surpreender, mostrando porque é um dos clássicos da literatura.

Na França do século 18 nasce Grenouille, em meio a rua mais fedorenta de Paris, nasce um bebê sem cheiro, que se recusa a morrer mesmo em meio a tantas adversidades durante a sua vida.

Grenouille cresce rejeitado por todos e encontra no seu olfato extremamente apurado um refúgio e algum sentido em sua existência, pois o objetivo da sua vida se torna aprender como se obter os melhores aromas, não importa qual preço ele tenha que pagar e quantas vidas tirar pra conseguir isso.

Esse livro poderia ser apenas a história de um gênio perfumista, mas será que podemos considerar Grenouille como gênio, como monstro ou como alguém incompreendido? Pois há momentos durante a leitura que até nós compadecemos dele, para depois nos horrorizarmos com os seus assassinatos.

Há momentos neste livro que parece que a história não vai andar a lugar nenhum, mas a genialidade do autor transforma o livro em dois parágrafos, nos deixando perplexos com os acontecimentos.

Grenouille com certeza é um dos personagens mais complexos e marcantes que já conheci e com certeza O Perfume continuará sendo um clássico que atravessará gerações.
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Isadora1494 20/01/2024

Que livro bom!!!
No fim nem sempre o que mais almejamos é aquilo que precisamos ou queremos de fato, acho que foi isso o que eu mais aprendi com esse livro.

A construção do protagonista é muito bem feita de modo que você consegue ir da repulsa e ódio para o afeto e pena lendo cada capítulo. A ambientação nem se fala, os aromas são tão bem detalhados que você consegue até imaginar os cheiros e se ver na cena.

Mas a parte mais interessante pra mim foi ver como uma obsessão juntamente com a soberba destruiu tanta gente.
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BinaBee 18/01/2024

Brutal
Esperava um protagonista brutal, mas dei de cara com um cara totalmente diferente. Grenouille é um personagem tão interessante... Diferente... O autor nos guia pelos pensamentos distorcidos da realidade dele com muita maestria. A história é incrível, pesada, sangrenta e fedida, é tão bem descrita que eu consigo sentir os cheiros. Não é um livro grande e o autor consegue desenvolver os personagens e a história com fluidez mas sem atropelar deixar de lado nenhum detalhe da narrativa. Incrível, uma obra de arte, um livro muito bom mas não recomendado para pessoas que são sensíveis!
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leticiapinatti 17/01/2024

Artístico, desconfortável e intenso
Li ano passado, começo do ano, e não sei por que não escrevi ou postei sobre. No entanto, deixarei registrado aqui, neste agora, as minhas considerações ? as mais frescas, claro.

Começo afirmando não ser uma leitura agradável, daquelas que escolhemos ao fim do dia acompanhados de uma generosa xícara de café ou chá e nos preparamos para dormir. Nem mesmo se faz uma leitura gore a ponto de remeter à temática do horror. O intuito do eu lírico é gerar, sim, desconforto, no entanto, através do mórbido, de sentimentos soturnos como a solidão, angústia e, também, raiva; mostrando sombras e nuances desses sentimentos em contraste com o social e, ainda que veladamente, distúrbios psíquicos.

À medida em que conhecemos a história, a gênese, de Jean-Baptiste Grenouille chegamos a sentir certa pena do personagem, que nunca recebera uma dose sequer de amor. Desde o princípio, Grenouille é tido por anormal, estranho, sem graça e disforme. Crianças o afastavam, odiavam (sem eufemismo ou ironia, o ódio era o sentimento que nutriam), e tutores pouco o acolhiam, recebendo o devido fim no fim. Tais características insólitas tornavam-no peculiar e, de fato, Jean-Baptiste Grenouille era um solitário desajustado; preferia o silêncio à fala, o distante ao conjunto, a natureza às pessoas; conjunturas e preferências que não o incomodavam, na verdade, lhe faziam bem; pois detinha de uma qualidade, uma convicção, que mais ninguém fruía: experienciava de aromas, notas indescritíveis (Grenouille sabia que o olfato vivia em um universo infinitamente maior que as próprias palavras) e incomuns ao típico ser humano. Aqui, é possível reconhecermos a figura do sobrenatural, o traço do que poderiam qualificar etéreo, um etéreo obscuro. E, assim que tal obscuridade vem à tona, é ilógico e impossível romantizar as ações do personagem, independentemente de seu passado (se é que existe passado que justifique atitudes horríficas).

Mestre em odores e aromas, sendo capaz de defini-los com a precisão que confundiria e cresceria o olho de muitos, Jean-Baptiste Grenouille faz sua primeira vítima ainda jovem e, neste momento, principia-se uma necessidade obsessiva por encontrar e envasar o que consideraria o ?melhor cheiro?, ou melhor, o ?perfume do amor e sedução?, de maior significância e poder que o próprio Deus, segundo a perspectiva da narrativa/personagem. Neste ponto, a narrativa encontra-se nas entrelinhas do sublime, nos despertando diversas sensações ? e somente lendo para compreender tais sensações. Por esse motivo, a obra se faz tão instigante; é quase uma metalinguagem, um ato simbolista. Somos absorvidos, encantados, fascinados por suas tramas, tal como Grenouille pela rescendência de suas vítimas.

O final não carrega um sentimento de alívio ou de justiça, portanto, caberá a cada um, em autoconhecimento, determinar se lhe fora uma experiência boa ou ruim, desvirtuosa ou virtuosa. No entanto, considero uma ótima leitura para nos fazer lembrar de que o que sabemos é gota em um vasto oceano, e de que a sociedade é, maioria ou minoria, cruel e mesquinha.
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