LUA 02/06/2012O livro Apátrida caiu em minhas mãos por meio do grupo Livros Viajantes do Skoob, ,então antes de começar essa resenha, gostaria de agradecer muitíssimo ao grupo e a autora Ana Paula Bergamasco pela oportunidade de ler essa obra.
Apátrida foi escrito pela autora Ana Paula Bergamasco e lançado em 2010 pela Editora Todas as Falas.
Possui 338 páginas divido em 59 capítulos que abordam o passado e presente da personagem principal Irena e suas relações. A diagramação é em papel branco com letras pequenas e a capa é feita de papel cartão em preto e branco apenas com um toque de cor - capa mole ou softcover - com badanas (orelhas). O título é gravado em letras prateadas e possui três subtítulos.
Apátrida nos traz a história da vida de Irena desde o seu nascimento em Lublin na Polônia até a publicação de sua biografia no Brasil, descrevendo toda a cena da 2ª guerra mundial começando com a invasão da Polônia pelos russos até libertação pelo exército americano.
Descrever Apátrida, sem cair no comum, é uma tarefa muito difícil, mas de toda a maneira é impossível qualquer descrição que não use as palavras lindo, emocionante.
Confesso que, quando me interessei pelo livro, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a capa, que é de uma fotografia ímpar, e o seus subtítulos - vários destinos, uma guerra, uma paixão- logo depois, descobri que a guerra ao qual o livro se referia era a 2ª guerra mundial, um tema que, por qualquer ângulo, sempre proporciona grandes leituras. Depois vieram as resenhas positivas e a descoberta que era um livro nacional. Enlouqueci, queria ler o livro de qualquer maneira, tentei compra-lo nas grandes livrarias e descobri que ele não estava disponível, quis trocar pelo skoob e não encontrei quem o quisesse troca-lo, até que descobri que ele estava disponível no grupo Livros Viajante disponibilizado pela própria autora e administrado pelos seus membros (mais uma vez obrigada Ana Paula e Rafael pela oportunidade). Inscrevi - me na fila de espera do livro até sem esperanças, pois tinha muitas pessoas também interessadas, por um golpe de sorte, o livro veio parar em minhas mãos.
De qualquer maneira, pensava eu que Apátrida abordaria um romance entre um casal, durante a 2ª guerra mundial, e que no final o amor venceria. Ledo engano, Apátrida não é isso, não só isso, é um texto profundo e emocionante com embasamento histórico perfeito da vida de uma sobrevivente em meio aos caos causado pela disputa de poder entre nações. Um livro com uma narrativa única, que não vem sendo apresentado de forma morna até atingir o clímax, em Apátrida todo capítulo tem seu clímax, todo capítulo emociona.
Em Apátrida não há mocinhos e vilões, há uma situação, há uma luta pela vida, e essa luta é quem dita o comportamento das pessoas, tornando-as tão reais que você consegue sentir as alegrias e tristezas de Irena e de sua família, seus amigos e até de seus algozes, suas lutas e seus motivos, suas vidas.
A carga dramática do livro é intensa, prepare os lenços de papel, sem ser piegas, mas real. Peguei-me desejando que o livro acabasse, não por não gostar da história, mas achando que todo a emoção me transmitida pelas personagens fosse se extinguir finda-lo. Nesse momento, me enganei mais uma vez, ao fim do livro, continuei a sentir toda a emoção de Irena e me peguei revivendo algumas cenas. Tive uma ressaca literária, e por alguns dias não consegui me ater a nenhuma outra leitura. Hoje, mesmo passado alguns dias da leitura, enquanto escrevo essa resenha, torno a reviver cenas e sentimentos gerados pelo livro.
Para mim, Apátrida é sério candidato a best-seller, ou melhor, candidato a clássico, e tenho certeza que bem traduzido, daria um filme digno de Oscar.
Poderia eu aqui citar a passagem mais impressionante do texto, mas não consegui escolher, ,então deixo uma fala de Irena que traduza um pouco dessa minha resenha:
“A senhora há de convir que este sofrimento veio em decorrência do povo alemão. Foi ele quem produziu este fracasso e gerou essa matança . A ele deve ser atribuído o resultado, E, o que se espera, portanto, é que a senhora tenha mágoa dessas pessoas...
Quanto a sua afirmação, não tenho nada contra os alemães. Aliás, nós Poloneses poderíamos ter dissabores piores contra os Russos. Todavia, a sua conclusão foi direcionada, povo. Entendo- o como o conjunto de seres humanos, pessoas iguais a mim que por algum motivo, é considerado alemão, russo ou brasileiro. O governo desses Estados, as pessoas que os compunham e aqueles que seguiam seus ideais fizeram-me sofrer muito. As suas atitudes custaram lágrimas, sangue e dor. Contudo, muitos daqueles que compunham o povo me ajudaram. Não, meu senhor, não tenho nada contra nação alguma... ”. Prólogo, 1ª página
Essa é Irena, Apátrida, sua vida.
Recomendo o livro a todos aqueles que gostem de sentir "na pele" toda a emoção que um livro pode proporcionar e que goste de ter algumas histórias para contar.
Apátrida é o primeiro livro de Ana Paula Bergamasco, Advogada e professora, Paulista. João e maria, o segundo, em parceira com Marcos Bulzara.
Com relação, a minha saga em conseguir esse livro, descobri que ele está à venda no site da autora – www.anapaulabergamasco.blogspot.com e mesmo já o tendo lido, encomendei o meu. Apatrida figura entre a lista de meus livros favoritos e quero muito coloca-lo na estante tenho.
Luana Lima – Leitora compulsiva e apreciadora de boas histórias.