Cupim

Cupim Layla Martínez




Resenhas - Carcoma


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Drics 03/05/2024

Bisavó. Avó. Mãe. Neta. Quatro gerações de mulheres e um casulo que demarca a vida (e a morte) de cada uma delas: a casa. Casa esta que, não apenas cenário de sombra, refúgio e dor, é elemento fundamental que traga o leitor. Pra dentro. Pro fundo. O horror. Layla Martínez cria uma narrativa que se assemelha a uma infestação. Ao primeiro contato, infiltra-se e, entre nervos, se alastra. Cresce. Domina. Apodrece. Devora tudo o que cerca, como veneno, tal qual #Cupim. O filho do patrão sumiu, a quem culpar? Os capítulos intercalam neta e avó – velha e menina –, duas vozes que narram as diferentes perspectivas das fúrias, desejos e rancores desta casa que abriga seus corpos, mas também cava as entranhas destas mulheres e aprisiona suas ruínas.

Romance de estreia da espanhola @lay_martinezvicente assombra e fascina ao condensar o suspense, que se entrega apenas quando quer; a prosa tem uma oralidade particular que nos engole até o fim. Curto, denso e maldito, como toda leitura com efeito de #PedradaNaCara deve ser.

site: https://www.instagram.com/p/C5JlkY4PhuK/
Vania.Cristina 03/05/2024minha estante
Acho que preciso ler esse.




Thais645 13/03/2024

Uma leitura incômoda num universo povoado por fantasmas, santos e anjos. A casa parece um personagem à parte, na qual transita toda espécie de desconforto humano. Embora tenha sido avaliado como um fenômeno literário (feminista) na Espanha, achei que deixou muito a desejar, especialmente pelo final desconexo. Não me conectei com nenhum personagem também. Três estrelas e olhe lá.
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Jailin 22/11/2023

Recomendo
Acho que não tem tradução no português, mas o livro é muito bom.

É uma história com muito ódio, vingança, ressentimento e morte. O interessante do livro é que trata a temática do Franquismo e a luta de classes usando o recurso da literatura de horror.

Recomendo.
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André Vedder 17/04/2024

ódio e rancor à flor da pele.
Um livro raivoso onde o ódio permeia por todo seu enredo.
A autora parte da premissa de uma casa "amaldiçoada", cheia de espíritos e sombras, para tratar de assuntos mais delicados e pertinentes, como a violência contra mulher e preconceitos.
Através de uma escrita interessante e cheia de rancor, passamos a acompanhar as moradoras dessa casa e uma trama de vingança que se anuncia.
Faltou um aprofundamento melhor nas personagens, mas acredito que na narrativa aqui proposta, sua extensão o tornaria maçante.

"É preciso colocar terra entre você e homens como esse antes que eles a joguem em cima de você".

"Sei que ela vai morrer de desgosto. Hoje em dia chamam isso de depressão mas aqui sempre foi morrer de desgosto".
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Matheus656 24/03/2024

‘cupim’ (tradução de joana angélica d’avila melo) nos é apresentado com uma casa viva (um ambiente envolto em sombras, impregnado de nojo, de violência e de um sopro maligno, que aprisiona as mulheres de uma linhagem ancestral em um ciclo de vida e de morte, sem qualquer possibilidade de escape) - que eu diria ser de fato a protagonista da narrativa -, que ruge e que sente, atormentada por sombras e por ressentimentos, de pessoas condenadas, de santos, de mortos e de orações. com duas mulheres, avó e neta - por quem o romance é narrado com divergentes vozes que vagueiam entre o presente e o passado e que entrelaçam as suas respectivas vivências -, opostas e cúmplices, cheias de raiva e ávidas por vingança, ambientada em uma cidade onde as diferenças de classe e a misoginia são dominantes.

comecei a lê-lo sem muita informação sobre a história, como geralmente gosto de fazer. e isso me surpreendeu desde o primeiro capítulo. ‘cupim’ é um livro curto mas poderoso. embora breve e com um estilo simples - que chega a ser muito semelhante à oralidade -, a autora foi capaz de mergulhar em uma aura sombria, cheia de podridão, de raiva e de amargura, principalmente na composição das personagens e das diferentes histórias que permeiam a obra. uma maldição forjada através da pobreza, do ódio, da guerra, da classe e do género.

para além de uma história de terror, o livro também é um texto que fala das diferenças sociais e das suas consequências, dos horrores do cotidiano e do misticismo. histórias muitas vezes impregnadas no sangue, que acompanham diferentes gerações de uma mesma família. terror e realidade se unem para desenvolver uma história magistral em sua totalidade. sem dúvidas, um marco da ficção especulativa e do horror. leria mais umas 100 páginas se fosse possível.

apenas saboreiem. acho que tudo o que eu tentar exprimir aqui ainda não será o suficiente para descrever essa experiência. a obra de layla martínez fala por si só, como as paredes, a cama e o armário presentes no texto. recomendado do início ao fim.
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ManiMeira 09/04/2024

Maravilhoso!!!
Sabe quando você termina um livro e fica "não sei o que pensar, só sentir"? Foi exatamente assim minha leitura de Cupim, livro extremamente poderoso na ambientação de horror, poderoso nas críticas, poderoso na construção das personagens e suas relações!

O livro conta a história de uma família, de uma casa construída a partir de dor e abuso, e de mulheres que cresceram nela cercadas de sombras, fantasmas e ódio.

A narrativa é construída a partir do ponto de vista da neta e avó que moram nessa casa, elas começam contando o presente e vão retrocedendo, nos mostrando aos poucos a história da família. São narradoras pouco confiáveis que escondem segredos e querem desmascarar uma à outra.

Eu entendi como proposta do livro demonstrar através desse horror fantástico as consequências do sistema patriarcal, machista e colonizador da sociedade, mostra mulheres sofrendo com a pobreza, a falta de emprego, o desprezo da sociedade, os maus tratos pelos homens e como é impossível ficar ilesa a partir disso, as sombras e o ódio crescem, e vamos descobrir o que as mulheres dessa família fazem quando o ódio as consome.
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Ved 14/03/2024

Apesar de curto, a autora consegue desenvolver tudo o que propõe de forma coesa e direta. Gosto dos capítulos intercalados entre as duas narradores (neta e avó), duas gerações distintas com olhares distintos sobre a casa e seus rangido! O termo "Cupim" é sem sombra de dúvidas o ódio alimentado conforme as gerações que conviviam na casa iam dando valor às sombras existentes na mesma.

O sincretismo religioso de forte influência católica consegue mostrar traços da cultura espanhola do interior, de pessoas ligadas ã tradição romana, mas também à essência nativa dos primeiros povos do país.

Não dei cinco estrelas por achar que alguns acontecimentos ficaram em aberto, alguns nós ficaram desfeitos ou nem sequer foram atados.
Mestizo 15/03/2024minha estante
No fim eu fiquei sem entender se o livro é bom rs ou não pela sua resenha .


Ved 16/03/2024minha estante
Ele é bom sim! Não foi a melhor leitura, mas recomendo! :)




tavim 30/03/2024

Cupim, de Layla Martínez
Infiltrado em veias e vigas, morte em gente e casa; o tal temor que teima nunca partir. o mal que ameaça e ronda é vivo, ileso no ato de matar. sobra aos espectros esperar redenção, que jamais se ascende, presos à reclusão. a casa capta, resguarda pra si esses anseios e sempre repete o tormento, aos residentes mortos e vivos, vivos, mas sem a chance real de viver. é daí que se consome e cresce o mal, precisa da fagulha de vida alheia pra se preencher de morte, seja o mal de gente viva ou de gente morta.

entre narrações alternadas da avó e neta, o livro de layla martínez percorre sobre a morte que a casa, onde ambas vivem, acolhe. com uma crescente de fatos adicionados, as personagens montam o próprio histórico familiar tanto quanto da vizinhança, e assim o mal e a morte aumentam de tamanho. a escrita perspicaz da autora traz certo tom poético a esse terror e faz brilhar ainda mais a luz a qual os espíritos do romance não encontram. no fim, talvez fique a questão: o que acontece no livro é realmente ficção?
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No Instagram, publico mais resenhas e ilustro todas as capas dos livros que leio.
Acesse @tavim para ver.
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Icaro 19/04/2024

Ódio
Livro incrível, um dos melhores que li esse ano. É impressionante a capacidade humana de se reinventar, não existe inteligência artificial capaz de criar uma narrativa tão envolvente e tão inovadora. Recomendo muito a leitura!
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lara 08/03/2024

Um livro curto mas que não deixa de ser impactante. utiliza de uma linguagem simples e poderosa para denunciar o machismo, misoginia e o preconceito com pessoas de diferentes classes sociais através de uma narrativa que acompanha mulheres de diferentes gerações de uma mesma família.
gostei de como os personagens não são identificados além de títulos como “avó”, “mãe”, “filha” etc, e de como utilizou elementos clássicos do horror para contar uma história que é a realidade de muitas mulheres na sociedade atual. acredito que a história irá ressoar com muitas pessoas e será apreciado, especialmente, por aqueles que gostam de literatura de terror feminista.

agradeço ao NetGalley e à editora pelo envio de uma cópia antecipada em troca de uma resenha honesta.
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aracnideos 28/05/2024

"Como eu não ia me consumir vendo aquilo, como não ia me retorcer por dentro naquela casa, como não ia entender tudo?"

O nono capítulo não me deixou respirar, Layla escreveu o melhor livro que já li em um pouco mais de 100 páginas, fico triste em pensar que talvez eu nunca mais encontre uma escrita tão boa assim.
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Luciana 15/03/2024

Um terror que envolve bastante ressentimento e vingança, com uma crítica social interessante.
A autora consegue criar uma atmosfera bem densa e sufocante, com desenvolvimento satisfatório.
Vale a pena ficarmos de olho nos próximos livros.
Maria4043 17/03/2024minha estante
Coloquei esse livro na minha lista de leitura agorinha mesmo, e agora, depois dessa resenha, quero ler o mais rápido possível.


Luciana 18/03/2024minha estante
Não traz nada de novo, mas ela criou uma atmosfera interessante. É uma autora pra ficar de olho.




Giovana 01/06/2024

Opinião completamente pessoal mas, não foi pra mim
O problema da expectativa...
Ouvi falar muito bem do livro e estava animadíssima. Li o primeiro capítulo e amei, me prendeu demais, pq amo histórias estranhas, e linguagem rápida, afiada e esquisita. Mas, mesmo dando total crédito às ótimas críticas sociais, de gênero, violência, pautas religiosas, vingança, consciência de classe, desigualdade e bom apanhado da história da Espanha, não consegui gostar e me envolver.
Achei confuso os capítulos se intercalarem, achei confusa a narrativa e mistura de gêneros literários (que até agora não consegui definir), e me fez esperar outro tipo de livro, a mistura do realismo fantástico/terror/fantasia da história.

Conseguia notar bem as críticas da autora, que novamente: aplaudo e entendo, mas achei bem desinteressante, na verdade (no terceiro capítulo em diante, quase abandonei). Não me identifiquei com nenhum personagem (e quase não os distingui um dos outros), tudo muito corrido, repetido, capítulos parecidos, que não respondiam meus questionamentos por muitas páginas, e que não acrescentaram muito, ao meu ver, pra vc se identificar e se importar com alguém. Comecei o livro animada, e isso foi se esvaindo até se tornar, infelizmente, uma decepção, pessoalmente falando. O mistério vai "não sendo resolvido" por tanto tempo, que vira pano de fundo e cansa. E quando ela "dá a resposta", percebi que não era o livro que eu estava esperando. Ela tbm começa com uma linguagem bem estranha e de terror, até que isso se perde fica apenas uma história normal, sem o "realismo mágico" que ela introduziu nos primeiros capítulos, e vc fica sem entender o que é crença, religião, terror, realidade, se elas são doidas, se os outros são doidos, de tem fantasia no livro... No fim, senti ponta solta, explicação das coisas meio confusas, e a decepção principal veio de algo completamente pessoal, já mencionado, minha expectativa de que o livro era outra coisa.

Pensei ser um thriller estranho, bizarro, que vc tenta adivinhar porquê da casa ser estranha, e no final ser aquele plot, aquela resposta impressionante de algo que vc não imaginava. Se vc quer isso, não espere deste livro, ele não é terror/suspense. Ele tem outra pegada, uma pegada familiar, geracional, de vingança, que não rolou pra mim.

Não gosto de comparar livros, mas ,"Solitária", "The Help", "Suíte Tóquio" e "Limpa" são livros que passavam na minha cabeça enquanto lia esse, com sentimento de que abordam temas similares de formas mais claras, críticas e que me envolveram muito mais.

Enfim, tentei muito, e mesmo creditando os pontos interessantíssimos abordados, não consegui curtir como a autora levou a narrativa.

?Ainda assim, acho válida a leitura, pq essa minha opinião é impopular: muita gente curtiu o livro! E incentivo sempre que cada um leia pra construir sua opinião :))?
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annikav.a 19/05/2024

Sempre de ódios.
Gostei bastante da mistura das tropes horror/casa assombrada/vingança e ódio de classe, sobretudo um ódio de classe sob o enfoque feminino. A literatura gótica clássica geralmente deixa o comentário social no subtexto, então é revigorante ler algo contemporâneo do gênero que vai além, que explora essa realidade verdadeiramente tenebrosa de disparidade e de horrores cotidianos (incluindo o de guerras e ditaduras) sem perder o mistério, suspense e terror sobrenatural que fizeram o gênero tão amado: pelo contrário, consegue realçá-los. O leitor se esgueira pelas brechas da sufocante casa-personagem, entre cenas desconcertantes, memórias familiares, trevas e iconografias para descobrir quem são essas duas mulheres estranhas, avô e neta, que parecem se odiar. Meu problema com a leitura foi mínimo: as vozes narrativas um tanto inconsistentes. Embora a individualidade delas não seja tão importante para a própria narrativa - afinal elas não tem nome-, já havia sido estabelecido que uma gostava de estudar, queria se formar etc e a outra não. Pensei que o padrão mais "corretinho" da avó iria se manter (ou mesmo ser comentado, como os dialetos), o quê não foi o caso. Isso me causou um pouco de estranhamento no início, mas logo me acostumei, especialmente porque a leitura é fluida, fisga desde a primeira página.
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Mari 15/05/2024

Cupim é um livro delicioso e não sei bem se gosto mais do retrato da maldade entranhada em muitos anos de ressentimento , da clássica casa assombrada ou da sugestão de horror cósmico que a autora nos oferece na descrição dos seus santos e anjos. Cupim é uma história de vingança e bruxaria e bruxaria em sua melhor forma, como a arma dos desvalidos.
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