Resenhas - Na praia

day t 02/04/2024

Uma boa história sobre diálogo (ou a falta dele).
Ainda não tinha lido nada do Ian McEwan e gostei bastante da escrita, da narrativa, das camadas. Parece ser uma história banal (no sentido de ordinário), e é. Mas a banalidade da vida, do cotidiano, das conversas que temos ou que jogamos debaixo do tapete... isso tudo é muito precioso também. Me trouxe inúmeras reflexões sobre a importância do diálogo, da honestidade/sinceridade (principalmente com nós mesmas e com o que desejamos), sobre a necessidade da construção de intimidade com quem escolhemos dividir o dia a dia.
Um bom livro! Recomendo.

Fernanda Sleiman 03/03/2024

A praia
O que deixamos passar quando não fazemos nada?
Gostei, um mergulho na vida de um casal de de 8 horas

Marja 20/03/2024

Era pra ser uma leitura rápida, 130 paginas. Mas foi extremamente massante pra mim. Infinitos detalhes e voltas que a história deu.

Clarissa130 22/03/2024

?É assim que todo o curso de uma vida pode ser desviado - por não se fazer nada.?

Esse livro me gerou vários e, por vezes, contraditórios sentimentos. Inicialmente achei arrastado, um tanto sem propósito. É pouco compreensível, nos dias de hoje, que haja tanta expectativa em torno da noite de núpcias e tantos receios em torno da virgindade. Cheguei em um dado momento a achar risível a descrição, então precisei de fato dar margem à época e ler o livro em seu contexto, o que fez com que a leitura fluísse melhor.
O livro narra a história de Florence e Edward, tendo como ponto de partida a noite de núpcias desses jovens recém casados. Em um emaranhado de expectativa, desejo, medo e inexperiência, somado à imaturidade do casal, têm-se o conflito, com reflexões bem construídas dos personagens.
O livro é curto, mas tem uma construção densa. Achei o final um pouco corrido, como se o autor precisasse entregar tudo de si nas últimas duas páginas, mas daí talvez resida o sucesso do livro.

Bom!

_Ane_ 21/03/2024

Um livro totalmente diferente do que sou acostumada a ler, mas que mesmo assim me prendeu.

A história de dois jovens apaixonados no início da década de 60, época em que iniciava algumas liberdades no sexo e no amor, mas ao mesmo tempo, com uma sociedade ainda presa ao conservadorismo e às aparências. Florence, muito à frente do seu tempo, mas com medo de desapontar a família e perder seu grande amor.

Uma narrativa sobre viver o presente, acima de tudo, sobre amor e paciência. E sobre um curso de uma vida que pode ser desviado se não fizer nada.

Rayssa Bonissatto @livrosdarayssa 21/03/2024

Não é para qualquer leitor.
NA PRAIA é um drama que traz dois personagens Edward e Florence. O ano é 1962 e eles acabaram de se casar, estão em sua noite de núpcias. Toda a expectativa da primeira noite, principalmente tendo em vista que seria realmente a primeira experiência de ambos.

O enredo parece meio bobo, né? Mas esse livro é um daqueles que você lê além do enredo. Você se pega questionando "por que eles não conversam?".

O livro é sobre isso: a comunicação, o diálogo. Ou melhor, a falta disso.

A história vai se montando e percebemos que Florence e Edward nunca foram francos, seja na relação, seja com eles próprios.

Talvez por timidez, medo da reação do outro, expectativas criadas, a incomunicabilidade é uma constante.

Um presume uma conclusão e nada é colocado às claras. A relação se corrói (ou talvez já tenha nascido enferrujada).

É um livro cujo final é melancólico, em certo ponto trágico. Afinal, eles se amavam verdadeiramente. Mas só o amor basta?

O leitor fica com os "ses"... E se ela tivesse dito? E se ele tivesse ouvido? E se ele tivesse buscado ela? E se ela o procurasse? E se...

Gostei muito da honestidade do autor. Para mim foi o ponto alto, perceber os conflitos internos e até a angústia dos personagens em meio a uma comunicação truncada (e passivo-agressiva) do casal, afinal eles não sabem lidar com seus próprios sentimentos e realidades.

Só o amor seria suficiente frente a tamanha inabilidade de comunicação? Vale a leitura!

Luciano498 19/04/2024

Personagens interessantes porém com problemáticas confusas
O livro é sem dúvida bem escrito. Porém a justificativa para o drama entre os personagens, não condiz com o que é construído sobre eles nas páginas. Fiquei esperando alguma redenção, um traço de inteligência, porém nada acontece.

Tive a impressão que o próprio autor se causou dos dois personagens e deu uma justificativa qualquer, para algo que nem ele conseguia desenvolver.

Só vale como estudo de construção de personagens e como se cria uma história em um único cenário.

Carolina 13/03/2024

Um enredo anacrônico com uma boa conclusão reflexiva
A história parece retratar um relacionamento de 2 séculos atrás, mas eram apenas dois jovens na década de 1960. O contexto histórico e a forma em que se estabelece a relação gera um estranhamento de cara, às vezes até difícil de engolir. A surrealidade do não dito gera situações e consequências absurdas ainda. A parte final, no entanto, ganha relevância, traz reflexões relevantes (talvez, forçando na premissa). É forte e carregada de remorsos. O livro é curto, então é fácil de ler também. Não engoli bem as cerca de 100 páginas de blá-blá-blá "bucólico-romântico" em plena Londres dos anos 60, mais que isso seria difícil.

Giovana 13/03/2024

Fiquei meio impressionada com como o autor conseguiu descrever com tantos detalhes a sensação de tentar ficar com alguém que você não quer, quando algum outro motivo além da própria vontade faz a gente consentir com algo que não deveria.
Eu gostaria que fosse só retratando que ela não se atraia por ele fisicamente, como algo normal e que apesar de não ser falado e entendido na época não pracisa de nenhuma justificativa. Mas vi discussão sobre um possível plot de abuso na infância dela, e por isso agora ela sente tanto asco do toque do edward.
No mais, adorei o final e a percepção dele mais maduro de que deveria ter ficado e apoiado ela, particularmente que ele queria ter conhecido o amor e a paciência juntos. Mas não gostei da suposição dele de que ela só precisava de tempo, se fosse pra ficar tinha que ter sido só com o que ela ofereceu, não supondo que eventualmente teria mais

Fernanda 12/04/2024

Eu achei interessante o livro, mas não leria novamente. Uma viagem no tempo em pessoas jovens tomando decisões erradas.

Fabiene.Barbosa 21/04/2024

Um casal em lua de mel, hospedado em um hotel à beira da praia, se vê prestes a perder sua inocência e ter seu primeiro momento íntimo. No entanto, são desajeitados e possuem visões diferentes quanto ao ato sexual.

Uma mistura de tragédia, comédia e romance que nos envolve e, ao mesmo tempo, nos faz pensar sobre um período em que a moral ainda influenciava muito a perda da inocência.

Domi 11/03/2024

?A ausência é o coração do romance?
Em um dia, mais especificamente na noite de núpcias, as escolhas de toda uma vida são tomadas.

E Florence e Edward vivem um turbilhão de emoções contraditórias em algumas horas que irão decidir o futuro de ambos.

leiturasdabiaprado 06/03/2024

Na Praia se passa numa noite de núpcias, dois jovens virgens, antes da época da liberação sexual.
Ele ávido pela consumação do casamento, ela sem desejo sexual e com pavor do ato sexual.
Ao longo do livro vamos conhecendo as histórias desses dois jovens, ambos tem 22 anos, suas vidas familiares e o período de namoro e noivado de apenas um ano.
Um livro que retrata o peso de uma relação sem diálogo, com pudores (e não me refiro ao sexual simplesmente) e as consequências de uma noite para uma vida inteira!
Um livro que apesar de pequeno poderia ser muito menor, talvez um mero conto, tem uma narrativa arrastada, mas que tem o seu ponto de relevância por tratar o sexo como um tabu, assim como era visto antes dos anos 60/70!

madu 05/03/2024

Que livro sensacional! Sério. Esse é um tipo de leitura que, pela capa e pelo tema, eu normalmente não compraria em uma livraria ou me interessaria do nada, mas como veio pela tag, eu li ele: e com certeza não me arrependi.
A história fala muito sobre uma relação superficial e com pouca comunicação, e em como a pressão social quanto a sexualidade do casal influencia diretamente na relação deles - e também na percepção dos seus respectivos papéis nisso. Interessantíssimo também como retrata o sentimento da mulher nisso, mesmo sendo meio estereotipado não me incomodou, e também a introdução a outras sexualidades e a falta de entendimento na época.
Confesso que o livro parece um pouco mais antigo do que 1960, mas acho que isso foi mais pira minha do que de outra coisa. Leiam, se tiverem paciência, porque o cara foi cirúrgico.

att_mx 14/04/2024

Esse é um livro bastante descritivo.
O ponto central de toda a história é a noite de núpcias do casal.
O livro começa bacana, cria um expectativa legal. Mas se torna bastante arrastando com um longo capítulo sobre fatos do passado.
Acho que ele não deveria ter se extendido tanto falando do passado sem ter retomadas do presente.
Ficou cansativo.
Mais pro final do livro fica mais interessante, quando ele passa a focar mais nas ações do que rolou no hotel/na praia.