Thaisa 16/09/2022
O maior crossover de personagens da Rainha do Crime?
Um belo dia, Hercule Poirot se pega em uma conversa com o excêntrico Sr. Shaitana sobre coleções esdrúxulas, como armas de crimes. Shaitana, no entanto, conta que sua própria coleção vai além, já que ele não se interessa pelas armas, mas pelas pessoas que cometem os crimes...
É então que ele decide dar um jantar muito especial - e sugere que alguém, entre seus oito convidados, é um assassino.
Esses convidados, então, se dividem para jogar cartas; em uma sala, temos quatro personagens (e detetives!) já conhecidos do leitor assíduo de Agatha Christie: o famoso detetive belga Hercule Poirot, o Coronel Race (presente em "O Homem do Terno Marrom" e "Morte no Nilo"), o Superintendente Battle (das sequências "O Segredo de Chimneys" e "O Mistério dos Sete Relógios", além de outras tramas), e a grande escritora de mistérios policiais Ariadne Oliver. Já na outra sala, onde Shaitana se encontra sentado perto da lareira, temos quatro desconhecidos: o Dr. Geoffrey Roberts, a Sra. Lorrimer, o Major John Despard e a jovem Anne Meredith.
Quando os jogos acabam, todos vão se despedir de seu hospedeiro... E descobrem que ele foi assassinado, em algum momento da noite, por alguém que não gostaria de ser revelado como autor de outros crimes.
É assim que nossos quatro famosos protagonistas terão de investigar quem cometeu o ato, sendo que cada um deles utilizará um método diferente e próprio para tentar descobrir o verdadeiro assassino.
Eu me diverti imensamente com essa leitura! Já é batido dizer que os livros de Christie são fluidos, com uma linguagem gostosa e que instigam o leitor. Aqui, além disso, é maravilhoso termos esse crossover em que tantos detetives se encontram, e eu amei ver como eles são fiéis à sua essência para desvendar o mistério - Battle usa sua influência na Scotland Yard; Race faz investigações por debaixo dos panos; Oliver se volta para sua intuição e os mistérios que já escreveu; e Poirot utiliza suas células cinzentas.
Preciso destacar a forma como Ariadne age, já que ela é a representação da própria autora, e a maneira como ela se refere aos seus livros, seu detetive principal, as falhas da polícia e os seus instintos femininos são geniais, fazendo referência aos próprios pensamentos de Agatha, o que arranca boas risadas!
Sem contar que esse é um livro que tem diversos plot twists, onde uma surpresa vem seguida de outra e outra e por assim vai, deixando o leitor tenso e duvidando de suas próprias teorias, o que é exatamente o que se espera de um bom mistério da Rainha do Crime!
Só posso dizer que foi uma leitura deliciosa, cheia de reviravoltas e capaz de entreter o leitor até o seu último parágrafo!
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