VladSouza 06/03/2024
Opinião crítica e resenha
Vamos falar sobre a ficção histórica, romance comovido e a obra de Natália Gouveia. A história aborda um tema que chama a atenção de públicos e amantes de literatura, conforme apresentado na sinopse. Gostei de como a história foi retratada, abordando um tema sério e prometendo envolver o leitor nas páginas repletas de momentos e minutos que se passam na Polônia. No entanto, tenho que deixar minha crítica quanto a pontos clichês, óbvios e coisas que poderiam melhorar para criar um cenário mais envolvente.
Começando pelo título, eu sei, eu sei... traz um significado e tem uma grande razão, entretanto, não deixa de ser clichê e muito espalhafatoso o fato de a autora ter usado não somente uma tradução diferente no título, mas também nos diferentes subtítulos, sendo tudo muito clichê. Falando nisso, o livro não tem uma separação correta. Embora tenha uma separação entre parágrafos e os momentos da história, acredito que poderia ter sido muito melhor dividido e compartilhado, algo que me incomodou durante a leitura.
A história que se passa na Segunda Guerra Mundial, esse tema já está bem mastigado, e acredito que a utilização desse tema poderia ter sido substituída por outro. "Ah, mas ia perder o impacto, não ia ter o mesmo..." Sim, como falei, o tema da Segunda Guerra foi saturado, e acho que outro tema ou situação poderia manter a proposta e a mensagem da autora sem desvalidar o que foi prometido.
As páginas 1-96 me prenderam bem. Achei o início tenebroso e muito bem trabalhado. As tramas e o cenário construído me chamaram, e gostei muito de como fiquei envolvido e preocupado com todas as personagens. Vamos falar sobre Anna, uma personagem que honestamente teve altos e baixos, especialmente no final do livro. Acho que o final que ela teve, somado a algumas decisões que tomou em busca de algo além da personagem, seu conflito e suas razões de agir de acordo com a situação, num período de guerra. Você ficou satisfeito com o final? Sim, achar que poderia ser melhor ou mais válido não significa que ele foi honroso. No entanto, achei-o bem previsível e linear. Hoffman foi um personagem previsível, e achei que ele poderia ter tido sua história mais impactada e formalizada na trama. A situação do personagem e o acontecimento achei bem interessantes. As revelações perto do final conseguiram despertar a validação dele. No entanto, ele é um personagem bem razoável e maleável. Acho que ele poderia ter sido muito mais bem aproveitado, fora sua personalidade, que, na boa, é bem irritante no geral.
Sobre a traição, um ponto muito positivo. Gostei bastante da sacada da Natália. No entanto, o personagem poderia ter sido MUITO, mais MUITO e muito encucado em nossas mentes. Ao descobrir, não fiquei surpreso e fiquei bem decepcionado que o personagem em questão poderia ter feito um nó em nossas leituras.
Sobre a identificação, com quem me identifiquei, Elizabeth foi uma personagem que me senti bem atraído. Gostei bastante dela e acho que a colocaria bem no topo de personagens que muito possivelmente seriam minhas amigas de escola ou faculdade haha.
Bonus: As referências históricas e realistas me chamaram bastante a atenção, até porque a autora deixou claro que estudava o tema e cursava uma faculdade em história. Não fico impressionado em ter lido histórias e personagens na vida real, mas foi um bom alívio cômico, e o que levou a história a ter as seguintes notas:
Nota para o livro: 4,0
Nota crítica: 3,5
Aguardo próximas obras e desejo que a autora tenha um excelente desenvolvimento e aprendizagem na jornada de suas histórias.