spoiler visualizarPaty Lessa 16/09/2022
Caramba, que livro!
Assim como os outros livros que li da autora, esse não me decepcionou. Pelo contrário, eu estou apaixonada na história do Benjamin e da Kira.
Eu amo os livros da Sara porque a escrita dela é impecável; fluida, envolvente, que prende o leitor do início ao fim.
O Benjamin foi um personagem que nos primeiros capítulos já me conquistou, por ser totalmente complexo, cheio de nuances. Ao mesmo tempo em que ele é um mafioso f*da, que exala violência e escuridão pelos poros e tem muita raiva acumulada, ele é um homem extremamente protetor, cuidadoso s respeitoso com aqueles que estima. Possui uma sensibilidade que poucos possuem. Além de ser um amante de História e artes.
Sua evolução e amadurecimento no decorrer do livro são visíveis.
A Kira é uma personagem que também se transforma no decorrer do livro. No início vemos uma garota assustada, machucada e traumatizada, cheia de medos, receios e ideias equivocadas sobre si mesma. Ela sofreu muito abuso físico e psicológico e ela precisou de tempo para se curar. É claro que o ideal para tudo o que ela vivenciou seria uma ajuda psicológica, mas como estamos falando de uma ambientação na máfia, essa é uma irrealidade. Então, nessa questão, o Benjamin se torna essencial para seu desabrochar.
No decorrer da leitura, a sensação que tive foi exatamente essa: de que a Kira estava presa em um casulo, e que com o tempo e com a ajuda e paciência do Benjamin, ela foi se libertando aos poucos.
Gostei como o desenvolvimento do relacionamento do casal foi coerente com a realidade vivenciada pela Kira, sem apressar nada e respeitando os seus traumas. A ligação dos dois é tão intensa, que é quase palpável. A forma como o Benjamin cuida dela e como ela confia nele é incrível.
Os personagens secundários dão ainda mais colorido à obra. Alguns são personagens que já tiveram sua história contada anteriormente, na saga da Máfia Fratelli, e outros que - eu espero - ainda terão seus próprios livros.
A única coisa que eu não gostei muito na história foi a omissão do Benjamin, que na minha concepção, não precisava ter se estendido tanto, além de eu não ver razão para isso, apesar de entender a necessidade dele de querer protegê-la do sofrimento. Acabou que foi pior do que se ele mesmo tivesse contado. Gostei como a autora não estendeu essa ?desavença? deles por muito tempo. Foi tudo explicado e resolvido.
O melhor: o final deixou um gancho para o próximo livro. Parte do problema foi concluído, mas ainda tem muita história para ser contada e muitos problemas para resolver.