Murphy 26/12/2023
"i miss my therapist"
"Às vezes fica pesada
Essa coisa de ser lésbica
Alguns garotos me tratam
Como se eu fosse um deles
Mas eu ainda espero receber flores
Da garota que eu gosto
Eu ainda espero beijinhos no rosto
E os abraços apertados como cumprimento
Eu ainda choro com o meu filme favorito
E também preciso de algumas horas extras
Pra ajeitar meu cabelo e maquiagem
Antes de sair
Essa coisa de ser lésbica
E não gostar tanto assim de vestidos
Te coloca em lugares que talvez
Nem façam sentido pra você
E pode ser que você seja uma garota
Que não espera flores
Que não curte toque físico tanto assim
Que prefere filmes de suspense ou ficção científica
E que se arruma em menos de trinta minutos
Mas você continua sendo uma garota
Você não é um deles
Você ainda sente o que é amar uma garota Sendo outra garota
Você ainda sente aquele arrepio
Que percorre o corpo inteiro
Depois de um primeiro beijo como os nossos
Você ainda sente a nossa adrenalina
Porque você não é um deles
De calça ou vestido
De maquiagem ou cara lavada
Você é lésbica
E é uma das nossas."
Gente, eu não sou lésbica, mas todos os poemas me doeram como facadas. Amar é um ato que todos deveriam se sentir livres pra expressar da maneira que quiser. Não é justo meninas se sentirem desconfortável ao dar as mãos em público, não é justo se sentir obrigada a sair do armário com medo de precisar voltar. A liberdade do amor, deveria ser um direito inquestionável para todos. Os poemas de Karoline Mandu, apesar de focarem na vivência específica das mulheres lésbicas, ultrapassam fronteiras, tocando a universalidade das emoções humanas. Eles ecoam a necessidade de aceitação e compreensão, ressaltando que todos merecem a liberdade de amar e expressar seus sentimentos autenticamente, sem medo de julgamentos ou restrições.