Assassinatos do Zodíaco de Tokyo

Assassinatos do Zodíaco de Tokyo Soji Shimada




Resenhas - Assassinatos do Zodíaco de Tokyo


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Giovanna Batalha 15/09/2023

Gostei bastante, foi uma história que me prendeu e achei até bom o 'detetive' da história não ser o protagonista.

Sobre o mistério e sua resolução:
1- Vai ter coisas aqui desnecessárias para a resolução que foi colocado aqui mais pra confundir, mas não acho que foi totalmente necessário, não fica tão óbvio sem isso
2- A explicação e dica que ele da sobre a resolução é algo que você precisa ter um conhecimento bem especifico. Não sei se no Japão é mais conhecido, talvez eu apenas não tenha ouvido falar
3- Isso que é vontade, pelo tanto de detalhe no caso.
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Joy Pisces 01/12/2023

Uma experiência única.
Nunca publiquei resenhas anteriormente das leituras que eu concluía, talvez por pura preguiça, mas senti que em relação a essa obra, algo precisava ser dito. Talvez seja devido a uma necessidade que se criou em mim de digerir, de certa forma, tudo o que li.

Devo começar com o aviso de que esse livro não é para todos os leitores. Acredito que, inclusive, pode haver uma grande parcela que abandone o livro, ou termine ele com "ares" de insatisfação ou cansaço. Porque, de fato, uma boa parte do miolo é cansativa de prosseguir. O motivo? O autor se prolonga em torno de cem páginas (talvez mais, talvez menos) levantando, a partir do diálogo dos dois personagens principais, literalmente TODAS as hipóteses, teorias levantadas sobre o "famoso caso" que se mantinha, até ali, sem resolução por mais de quarenta anos. Tudo, literalmente tudo o que a polícia e a investigação possa ter se utilizado para chegar ao culpado das "3 situações" que constituem o crime num todo. É levantado todo o tipo de narrativa que possa incriminar cada um dos personagens ligados ao caso em questão (de acordo com as evidências e fatos), e em cada uma dessas linhas narrativas, é explicado, desenhado (e repetido, diversas vezes) em que ponto cada uma dessas narrativas acaba se contradizendo e se tornando inválida.

É exaustivo, é denso, é como se cada página equivalesse a 20 páginas lidas pela carga de detalhe, e levantamentos, e suposições e hipóteses. Existiram momentos em que senti um certo esgotamento mental, pra ser bem sincera.

Porém, no fim de tudo, acredito que essa exaustão seja, talvez, intencional. É um palpite, mas faz sentido trazer ao leitor a sensação de "água esvaindo pelos dedos", toda vez que alguma linha narrativa era feita e desfeita. Sinto como se fosse para trazer essa sensação que a sociedade japonesa, nessa ficção, passou 40 anos martelando sobre um caso, e não saindo do lugar. Chegando a lugar algum, a conclusão alguma. A adrenalina e a curiosidade por descobrir e desvendar, combinadas à insatisfação e angústia de "dar murro em ponta de faca". Como um cão correndo atrás do próprio rabo. Resumindo: pude sentir, enquanto lia, o que a sociedade japonesa teria sentido durante todas essas décadas. E acredito que é nesse ponto do livro que pode gerar muitos abandonos da leitura.

Por conta da minha curiosidade absurda, continuei apesar dessas ressalvas que apresentei. E, ainda bem que prossegui. Porque, aos poucos, fui me envolvendo mais do que apenas na teia que ia se formando, nos enigmas. Fui me envolvendo na pessoalidade dos personagens e de todo o caso no geral. Sem me dar conta, o enredo foi se aprofundando (em pontos que eu jamais imaginaria que fosse possível) e me imergindo com ele.

Sim, a resolução do caso aparece. Muitas coisas são adicionadas durante a leitura, coisas que não necessariamente fazem diferença na resolução do caso, na descoberta em si. Somos jogados em um mar cheio de informações, sendo algumas delas fundamentais pra conclusão, outras desnecessárias. Mas aí que tá a magia do que eu disse anteriormente que poderia ser exaustivo: nesse mar repleto de tantas informações, tantos detalhes, tantos personagens envolvidos, tantas histórias de vida... O que, nessa vastidão, pode ser peneirado para ser utilizado de pista? O que, em tudo isso, vai nos levar à resolução de um caso até então não solucionado? A imersão na história ocorre, principalmente, por esse fator.

Confesso que em um momento muito breve cheguei a cogitar o principal personagem responsável por esses crimes mas, como tantas outras teorias apresentadas, eu não sabia como poderia, de forma lógica, articular sobre, justificar todos os pontos perante essa perspectiva, e descartei extremamente rápido esse palpite. Inclusive, a narrativa me manipulou em certos momentos, e eu gosto quando um livro "de mistério" consegue atingir esse objetivo.

Digo "livro de mistério" entre aspas justamente pela surpresa que foi encontrar tantas nuances que sequer imaginei que o livro abordaria. Em certos momentos me senti agitada, emocionada. No geral de toda a leitura, tive sentimentos conflitantes. Acho que foi uma história que ofereceu muito além do que ela se propôs. Foi realmente uma grata surpresa.

Em suma, como já mencionei, não é um livro para todo mundo, não é um livro para todos os gostos. Sei os pontos que desagradariam muita gente. Para mim, foi uma jornada que trouxe diversos sentimentos, tanto bons quanto ruins, mas que foi recompensadora de certa forma.

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Juju 01/10/2023

Honkaku
Em uma noite fria de 1936, em um ateliê localizado aos fundos da residência da família Umezawa em Tokyo, Japão, o corpo do excêntrico artista Heikichi Umezawa foi encontrado sem vida. Juntamente a ele, constava o manuscrito que supostamente escrevera antes da morte, elaborando em detalhes um plano nefasto de assassinar seis jovens moças, desmembrar partes de seus cadáveres e então formar uma figura feminina perfeita - do ponto de vista anatômico e astrológico - a quem batizaria de Azoth. No entanto, Heikichi foi assassinado antes que pudesse concluir seu projeto de vida, logo, quão grande não foi a surpresa da polícia e da população japonesa em geral, ao descobrirem algum tempo depois que o plano havia sido concretizado? Os corpos das seis garotas jovens que moravam sob o mesmo teto que Heikichi Umezawa foram encontrados um a um, em um período que variava entre dias e um ano completo, em condições exatamente precisas e que batiam especificamente com os relatos presentes naquele manuscrito ominoso. As pistas eram tão confusas que 40 anos se passaram e o crime permaneceu sem solução, despertando a curiosidade e fascínio de toda espécie de gente. Desde especialistas, entusiastas ou meros amadores, muitos tentaram desvendar o caso dos Assassinatos do Zodíaco de Tokyo, no entanto, todos encontraram barreiras intransponíveis pelo caminho e falharam miseravelmente em algum quesito. Agora, os jovens amigos Ishioka e Mitarai - um excêntrico astrólogo mal-humorado e socialmente inapto - tentam obter algum sucesso e lograr aquilo que ninguém conseguiu afinal: desvendar de uma vez por todas esse mistério.

Esse livro foi publicado pela primeira vez em 1981 no Japão, a versão definitiva em 2006 e então foi reimpressa em 2013. O autor Soji Shimada é especialista em mistério e se consagrou a partir dessa obra em específico. Shimada resgatou o estilo de literatura "honkaku", proibido e censurado durante tempos de guerra. Basicamente uma narrativa bem ao melhor exemplo de Sherlock Holmes em que o leitor precisa colocar o seu cérebro para funcionar a fim de desvendar um mistério complexo, repleto de reviravoltas, uma trama criativa e dotada da famosa figura do detetive ou investigador. Assassinatos do Zodíaco de Tokyo é uma das obras mais famosas até hoje, sendo vendido tanto quanto Death Note.

Quanto à minha experiência pessoal, eu confesso que teve altos e baixos. Demorei um pouco para conseguir me adaptar ao ritmo desse livro, porque era muita informação sendo jogada o tempo inteiro e eu mal tinha tempo para processar os detalhes que lera no último capítulo. O fato de os personagens principais - Ishioka e Mitarai - também não se deslocarem muito na primeira metade da obra, me incomodava, porque ambos ficavam o tempo todo sentados na sala de estar jogando teorias na direção um do outro como em um jogo cansativo de ping-pong, refutando isso, refutando aquilo e se provocando com picuinhas que desviavam o meu foco do que realmente interessava. Além de que eu não criei nenhum senso de identificação com nenhum deles. Sinto que o livro também tinha muito disso, cenas ou falas um tanto desnecessárias e que não agregavam em grande coisa, estavam ali somente porque sim. Eu acredito piamente que foi por isso que eu não fui capaz de desvendar o mistério, aliado ao fato de que você precisa ter um conhecimento bastante específico sobre astrologia e sobre alguns aspectos da história japonesa para compreender com exatidão. Chegou a um ponto em que eu já estava exausta e simplesmente desejava que me contassem logo o que aconteceu realmente, portanto, quando o ápice da resolução do caso finalmente ocorreu foi uma experiência bastante morna para mim. O mistério era simples, ainda que muito bem desenvolvido. O autor foi extremamente competente ao construir sua trama com detalhes absurdamente vastos e verossímeis, eu o admiro por isso. Porém, ao mesmo tempo, foi esse excesso que me esgotou e por pouco eu quase não abandonei o livro pela metade (eu realmente cheguei a cogitar a possibilidade, mas escolhi insistir um pouco mais). Gostei, porém com ressalvas, e acho que se você conseguir ler essa obra mais de uma vez, talvez acabe captando os detalhes com mais facilidade, no entanto, ao meu ver essa é uma obra para ser lida apenas uma vez. A propósito, não existe qualquer correlação entre esse livro e os verdadeiros Assassinatos do Zodíaco cometidos na Califórnia na década de 1960.
A edição da Darkside está linda, o jogo de cores da capa é fenomenal.
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Prikachu 21/01/2024

Azoth ganhou vida
Leitura do primeiro livro do ano! Eu amo o tema/gênero investigativo, e analisar o cenário e tentar desvendar o autor do crime, os métodos, os planos e as motivações é maravilhoso- isso foi o que me levou até esta incrível obra, além de claro, meu interesse e curiosidade por astrologia e alquimia.

Essa obra é uma ficção extremamente bem elaborada, que antes de iniciar a leitura, pensei ser um caso real. De início, ao ler as escritas que Heikichi - o suposto autor do crime - deixou, me pareceu uma completa loucura seu conteúdo, e de fato muito intrigante pois começamos a pensar como se estivéssemos na mente doentia do assassino, mas tudo vai muito além disso.


Ao leitor, é exposto diversas pistas e informações espalhadas pelo livro, e você frequentemente entra em uma linha de raciocínio e é jogado a outra diversas vezes. Não há apenas um crime, mas vários, divididos em 3 etapas, mas todos dentro da mesma família e todos tendo um desfecho curioso e confuso quanto a lógica de como poderiam ter sido praticados (tanto que foi levado 40 anos para ser desvendado) e essa é a beleza do caso. A escrita vai te confundindo e até adicionando diálogos e devaneios a mais para isso. A adição de diversas informações e teorias algumas vezes pode acabar sendo um pouco maçante, mas é para confundir, e concordo que apesar disso, é uma parte que há sim necessidade de ter, já que acompanhamos a mente do protagonista junto de seu amigo tentando desvendar o caso.


Realmente, Azoth foi criada, saiu andando por aí e teve seu fim no centro do número 13. É tão incrível como os detalhes se encaixam perfeitamente, é poético, eu amo obras assim. Não sei se todos podem ver certos detalhes apresentados e entender os sentimentos que os personagens querem transmitir... como costumo ler mangás e ver animes, estou familiarizada com os elementos que foram apresentados na obra e na estrutura dos personagens em sua essência (como piadas e reações), além de certas mensagens. Consigo enxergar esses detalhes sutis e poéticos e para mim, ao menos, é algo nítido e brilhante. Eu gosto da forma como os japoneses em suas obras fazem tudo encaixar de forma perfeitinha no final. Esse fato me levou a gostar tanto do desfecho e a dar 5 estrelas. A obra é excelente e poderia ter uma adaptação.
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Geovana 13/03/2024

Bem interessante
Segue um estilo de literatura oriental, isso é algo importante de salientar antes da leitura, pode parecer idiota, mas fui com uma expectativa diferente e só me toquei disso em 3/4 do livro. É uma trama bem misteriosa e a solução é sem dúvidas... inesperada, mas me surpreendi em um sentido bom. A solução tem um emocional bem profundo mas ao mesmo tempo motivação fria, é sem dúvidas um bom livro, mas não espere uma leitura de livros de crimes comuns.
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Grazi 30/03/2024

Queria tanto ter amado esse livro, é uma historia que envolve misterio, assassinato ambientado no japão, mas foi bem dificil me apegar a escrita do autor, talvez seja falta de costume mesmo, mas demorei pra engatar na leitura, mas a partir do meio do livro foi ficando mais interessante e eu não queria largar a leitura. Os personagens são bem chatos e não tive apego por nenhum deles e a narrativa é tão confusa que eu não sabia dizer quem estava falando no momento e se é que estavam falando algo ou só pensando- o que não sei dizer se foi falha do autor ou da editora por ficar usando aspas pra indicar falas. E o livro tem tanta descrição que a sensação que eu tive é que foi um livro mais demorado do que realmente deveria ser
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Viajante Literário 25/04/2024

Romance policial japonês de qualidade
Devo admitir aqui, que no meu projeto de ler obras da literatura japonesa, em momento algum imaginei ou havia ouvido falar desta obra do autor Soji Shimada( conhecidíssimo no Japão por esta obra inclusive). Mas que grata surpresa, a história gira em torno de dois jovens rapazes que decidem buscar a solução de um crime que estava sem resposta há 40 anos. Chamado de Assassinato do Zodíaco de Tokyo - o massacre da Família Umezawa, onde Heikichi Umezawa e suas filhas foram mortas, o detalhe está na forma como as filhas morreram(tendo partes do seu corpo desmembrados).

Enfim, um excelente romance policial, lento, bem lento, porém envolvente. Eu não sou da turma que gosta de solucionar mistérios e não consegui acertar quem foi o responsável pelos assassinatos, infelizmente.
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