Lysiane.Correa 12/01/2024
Ah, Annie Ernaux...
3/2024
A outra filha, Annie Ernaux
Fósforo, 2011
64 páginas
Em 2022, você ganhava o prêmio Nobel de Literatura. Em 2023, ouvi seu nome pela primeira vez, pelo Instagram da maravilhosa Catharina Mattavelli. Em 2024, então, te encontrei em uma livraria de bairro, lá na cidade de Santos, e decidi te conhecer.
O resultado? Quero ler toda sua obra.
Que escrita primorosa tem essa escritora. Em pouquíssimas páginas me fez sentir muito, chorar muito, entender muito. "A outra filha" é uma carta da Annie endereçada à sua irmã mais velha, que faleceu aos 6 anos na epidemia de difteria na França (cerca de sete meses antes da vacina ser obrigatória).
A questão é que, mesmo sem ela mesma ter uma conexão com a irmã falecida ? uma vez que elas não se conheceram ? Annie consegue criar uma conexão instantânea com nós, leitores. Muitas vezes nessas poucas páginas me peguei lacrimejando e, então, chorando. Recomendo a leitura!
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É difícil não fazer um paralelo com "O livro branco" da Han Kang, que também escreve para a irmã mais velha. Ao passo que Kang tece trechos mais subjetivos, Ernaux escreve com muita crueza e profundidade.
Há leitores que se conectam mais com um estilo ou outro, pra mim, "O livro branco" não funcionou (não me conectei e não consegui me importar com os textos). O estilo de narração da Erneux me fez apaixonar pela escritora e quero ler muito mais dela! Então, vale a pena tentar as duas: uma sul-coreana e outra francesa. Culturalmente, só se ganha.