Mariana 17/06/2023Fazia tempo que não me envolvia assim em uma história, fico muito contente de ser um nacional.
Acho que o que mais me envolveu aqui foi a construção individual, como vamos conhecendo cada um (e seus limites) aos poucos.
De início, achei que não me daria muito bem com Nina. Eu amo esse espírito dela, mas achei alternativa demais pra mim (é só o MEU estilo). Além disso, acho a Inglaterra supervalorizada (berro). Pensei que teria mais dificuldade pra sentir empatia, mas é foda ver o quanto o abuso emocional fragiliza qualquer pessoa, e a forma com que ela se blindou mostra o quanto tudo isso nos afeta, mesmo sem percebermos. Em alguns aspectos ela me lembrou a Tiffy (daquele livro ruim, vulgo Teto para Dois). Se eu pudesse dar um conselho pra Marina: terapia, amiga. Amigos são muito bons, mas terapia é importante.
Enfim, por mais que ela se blinde pro romance (até certo ponto pra evitar spoiler), é invejável a forma com que ela se dedica pra o que realmente ama: sejam as plantas, suas bruxarias, a Ordem, ou a faculdade. Faz coisas no impulso? Sim, mas é por essa paixão e espírito de defesa. E vamos combinar, né: Brasileira.
Caras como o Charlie não me convencem: bonitos e que usam isso como vantagem pra qualquer coisa. Juro, até pensei que ia dar bom, mas não consigui, por mais que tenha sua redenção no final?. Emocionado demais, e não foi por falta de aviso.
Agora o Anthony. Eu tô tão acostumada a ver caras com esse perfil, mas DE CABELO PRETO que ficava confusa ao lembrar que ele tem cabelo claro (Potterheads de plantão vão pegar as referências bem rápido, como.não sou demorei).
É óbvio falar sobre o Anthony pq ele é um dos personagens principais e foi construído com essa intenção, mas eu acho (de coração) que esse foi o melhor personagem. Toda sua construção. Embora tenha um plot que a gente pode já ter visto por ai, ele é autêntico, e toda essa postura - assim como acontece com Nina - é resultado de um trauma, que, aliás, continua o atormentado continuamente.
O que realmente amo nele é o fato de querer derrubar seu pai, não por poder e luxúria, mas pq seu genitor é um grande merda corrupto. Isso a gente não vê com frequência!
No demais, o livro tem muita tensão, apesar de ser um romance, o suspense é contínuo, o que faz essas muitas páginas se passarem rapidinho. Ah, a tensão também é forte quando a gente fala sobre tensão sexual, duas palavrinhas e todo o clima fica diferente.
As referências dos outros livros do universo e os personagens também são ótimos aqui. Confesso que tô doida pra entender o lance da Olive, juro.
Ah, claro. É um final feliz, embora tenha restado toda a burocracia da Vann. O casal é saudável, vivendo suas vidas individuais (principalmente no final do livro). Em qualquer outra história eles teriam terminado casados. Não precisa disso é que bom que não teve! Acho que é por isso que os dois funcionam juntos: cada um vem de um trauma e sabe perfeitamente o que acontece quando rola muita pressão. Os dois conversando em português me empolga mais que os hots, na moral. É tão único.
As músicas também são pontos fortes. A breve troca de POV, nos momentos certos também ajudaram pra gente entender o que se passa na cabeça de cada um.
Queria dizer que ele tinha condição de ser um pouco menor, mas depois do tamanho desse desabafo seria hipocrisia.
site:
https://www.tiktok.com/@marianasanol/video/7246498519224208645