Poesia reunida

Poesia reunida Sylvia Plath




Resenhas - Poesia Reunida


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Jade 28/08/2023

Death & co
Apesar de amar poesia não sou do tipo de leitora que consegue desvendar o significado de cada estrofe, eu leio e releio apenas para sentir, portanto vou tentar colocar as sensações que tive ao ler essa coletânea. a sylvia, para mim, é a explosão de tudo aquilo que tento reprimir, desde quando a li pela primeira vez me senti completamente exposta pelas palavras dela, parecia um mergulho dentro dos lugares da minha alma que não consigo alcançar. A partir daí tentei ler tudo dela que estava disponível para mim: seu único romance, seus diários, um pouco de suas cartas, seus contos, ariel e agora estes poemas reunidos; em todas essas obras os temas morte e a experiência feminina são pontos destaque. ao ler esses poemas senti:

- o último dia de verão em uma praia deserta
- a visão de um belo jarro com rosas brancas murchando e o odor que uma vez já foi belo mas que então remetia a coisas mortas
- o grito de uma cigarra perto a explodir
- a despedida de alguém que você não voltará a ver
- o encontro de frutas jogadas ao chão que, apesar de parecerem perfeitas, não servem para consumir
acho que tudo isso significa a finitude das coisas, algo que está perto de acabar e que não há nada a fazer a respeito disso. eu suuuuuper recomendo ler sylvia plath, mas com um aviso: você se sentirá extremamente mórbido após a leitura.

agora falando da edição em si: gosto muito quando a editora traz uma edição bilíngue e isso só ressaltou como a tradução é ruim. a escrita da sylvia é incrível, ela tem uma forma muito única de construir os versos criando mundos com atmosferas indescritíveis no entanto a tradução não conseguiu entregar isso. eu sei que é impossível recriar um poema trazendo todos os elementos que foram criados originalmente, porém com uma língua rica como o português não acredito que a tradutora tenha feito jus ao trabalho da sylvia e não explorou as possibilidades. me incomodou também a falta de notas do tradutor, do editor e notas de rodapé, coisas que enriquecem a experiência de leitura e que foram deixadas de lado. Se tratando de uma autora como a Sylvia, que a história pessoal afetou diretamente a obra produzida, a falta de contexto dificulta a compreensão de muita coisa. Por exemplo, o poema Talidomida retrata um desastre que ocorreu nos anos 60, causando diversos abortos e o nascimento de bebês deformados; a própria Sylvia sofreu um aborto em 61 portanto falar o que é a talidomida e suas consequências traz uma nova dimensão ao poema.

nem vou comentar a capa ridícula a la novela da globo de 2008.

por fim, recomendo a obra e, se possível, leia em inglês.
Yasmin 15/02/2024minha estante
hahahahhaha

Eu tive que rir da capa de novela da globo de 2008. Pior que eu gostei da capa quando vi na livraria e agora eu só consigo pensar em "por amor".

Realmente a tradução é sofrível e as notas de rodapé fazem abstante falta no livro. Poderia ser melhor.




Mi-sun 28/02/2024

Um pouco difícil
Esse livro é deveras difícil de interpretar, principalmente as primeiras poesias. Mas a partir da página 400 fica mais fácil e realmente se torna um livro bom
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pitypooralfie 27/10/2023

"Você veio pelo mar, veio até mim,
Imensa placenta vermelha
Que paralisa os amantes exaltados.
Brilho de cobra
Que asfixia os sininhos rubros
Dos brincos-de-princesa"

Sylvia Plath é um sopro de brisa fresca, que por vezes se transforma em um vendaval. É como estar tranquilamente colhendo amoras e encontrar, escondido entre os arbustos, um inseto horrível e perigoso. Ela toca em pontos dolorosos e nos conforta na mesma medida. Suas palavras brilham em espaços insuspeitos e dilaceram pequenas partes do coração.

Eu destaquei muitos trechos e muitas poesias que me marcaram e trouxeram sensações um pouco difíceis de explicar. Apesar de minha ressalva com a tradução, gostei bastante do trabalho feito no poema Medusa, achei bastante inventivo e fresco.

"Mirrors can kill and talk, they are terrible rooms"

Sempre fico fascinada com a desenvoltura da linguagem da Sylvia, de como ela parecia possuir um conhecimento profundo das palavras, de como ela conseguia colocar cada coisa em seu lugar, e tudo soar exuberante e potente.

Acho que poetas como a Sylvia fazem uma imensa falta, a Sylvia faz uma imensa falta neste mundo que ficou um pouco mais magro e triste com sua partida precoce.
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Michele Soares 13/07/2023

Os versos da colossal Sylvia Plath
Colossal. É uma boa palavra pra sintetizar esse monumento poético erigido pela Sylvia Plath, que acaba de desembarcar no Brasil em tradução da também poeta (maravilhosa!) Marília Garcia. É uma dádiva ter uma edição desse porte acessível ao público brasileiro - pelo menos Ariel já circulava entre nós por uma editora menor e em tiragem esgotada. Agora o livro volta a circular com roupagem nova, ao lado d'O colosso (livro de poemas inédito) e duma última seção de poemas selecionados, alguns que entrariam em Ariel e outros não.

A Poesia Reunida é um livrasso, as que exige fôlego para o mergulho. Plath constrói e reconstrói a cada poema um universo imagético rico e ao mesmo tempo com cara de monstruoso - uma atmosfera de pesadelo parece atravessar a tudo. A morte em todas as suas facetas (de animais, de humanos, de plantas) atravessa toda a obra, o que pode ser um problema se você se propor a ler tudo de uma vez. Você pode acabar se sentindo meio mórbido depois de ler tantos poemas que falem na morte de algo ou alguém. Mas isso não deve afastar ninguém da leitura de Plath, isso não. Ela escreve poesia como um médico faz uma cirúrgica: você manuseia e acessa locais inacessíveis no corpo do outro, partes desagradáveis, e no entanto os dois fazem arte. Você vê a técnica por trás dos feitos, o medico com bisturi, Plath faz isso com palavras. É maravilhoso de ver - e de ler em voz alta, por favor. O monumento de Plath não é só imagético, mas sonoro. É lindo. Recomendo muito a leitura.
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Lorena831 24/04/2024

"A eternidade me cansa, Nunca quis saber dela."
Poesia não é meu estilo favorito de leitura, por isso tive pouco contato com ela fora da escola, mas como A Redoma de Vidro é um dos meus livros favoritos escolhi ler esse livro para me aprofundar da mente da Sylvia Plath...

Tendo esse objetivo em mente (e não somente esse, já que eu acabei gostando bastante e acho que vou começar a ler mais poesia), foi uma experiência muito boa, já que mesmo nas poesias que eu não entendia completamente, eu conseguia ver como a mente dela funcionava. A forma como a Sylvia escreve também é bem interessante, porque até em poemas que retratavam aparentemente uma situação do cotidiano, ela escrevia de forma grandiosa e possuia outros significados, que despertavam sentimentos mesmo não sendo totalmente compreendidos.

A temática dos poemas, embora varie, no geral sempre é mórbida e com discussões sobre a vida e a morte, o que eu já esperava devido ao histórico dela de depressão, mas achei interessante a forma como ela trouxe esse tema por meio de metáforas como a lua e outros cenários da natureza.

Agora falando um pouco sobre cada livro individualmente:

- Ariel:
A temática desse livro é mais a morte e tem várias nuances que eu gostaria de explorar numa possível releitura, porque realmente dá pra entendê-la melhor com eles. Lady Lazarus me lembrou muito a parte em que a Esther fala que embora ela estivesse naquele momento fora da redoma, tinha medo de que ficasse presa dentro dela novamente. Já em Presente de Aniversário, achei muito interessante (e obviamente extremamente triste) o que ela pede como recompensa por ter continuado mais um ano viva... a ironia desse poema é genial. Mas esse livro também conta com várias situações do dia a dia que eu gostaria de dissecar e analisar cada uma... eu com certeza leria um livro ou artigo só com análises de todos os poemas dela...

- O Colosso:
Nesse aqui percebi que embora o tema ainda fosse mórbido, era menos triste, tinha muita natureza e os poemas eram mais fáceis de entender, o que não significa que eram menos profundos. Também percebi vários paralelos com A Redoma de Vidro, por exemplo, o poema Os Rochedos de Hardcastle traz sentimentos que remetem (pelo menos pra mim) a cena em que a Esther tenta entrar no mar mas acaba sentindo a água muito fria e volta para os sapatos. Em O Suicídio de Egg Rock ela fala "Eu sou, eu sou, eu sou" frase que a Esther também fica repetindo. Além disso, em Solteirona ela já traz um pouco daquela ideia da Esther não querer se casar.

- Poemas Esparsos:
Esse aqui continua tão pesado quanto Ariel, afinal eram poemas que deveriam ser inclusos naquele livro mas ex-marido dela não permitiu... Não acredito que seja uma coincidência justamente nessa parte ter temas mais familiares, mas enfim... Aqui ela fala mais sobre a vida de casada e a maternidade, sobre a adaptação (ou não) essa vida e as dificuldades que ela enfrentou devido ao casamento perturbado. Devido ao fato de no livro A Redoma de Vidro a Sylvia criticar, de certa forma, o casamento ou no mínimo ter dúvidas se poderia ser feliz estando casada, fiquei um pouco surpresa quando descobri depois que terminei de ler que ela se casou e nesse livro fiquei com a mesma sensação, principalmente após ler Purdah, que me parece um pedido de socorro contra o casamento e o sistema patriarcal, mas também não sei exatamente em que período da vida dela ela o escreveu...

Enfim, gostei bastante do livro e achei uma leitura muito produtiva principalmente para entender melhor a Sylvia Plath, o ar viciado em que ela vivia e tentava escapar... só gostaria que a cronologia estivesse no começo, porque achei muito legal saber daqueles fatos sobre a vida dela e teria lido os poemas em ordem cronológica para acompanhar melhor o que ela estava passando enquanto escreveu, mas acho que isso vai ficar pra releitura.
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emidunne 03/05/2024

Nós Mulheres completamente apaixonadas por Sylvia Plath! incomparável a majestosa paixão dela pela escrita e pelo soneto romântico. Ela nasceu pra escrever e escrever foi a vida dela até a morte.
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Ray 10/11/2023

10/11/2023

Acho que vou ter que comprar essa versão em livro físico...
que livro bom, certamente aqueles livros que dá vontade de marcar coisas importantes.
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acaciox_ 10/12/2023

Querida Sylvia, você me detonou, me humilhou, me transformou, me deixou triste, feliz, esperançoso, humilhado, sentido, em choque, entusiasmado,e revoltado. ler esse livro foi um processo de transformação total, acompanhar os versos da vida dessa mulher transforma e muda a visão de qualquer um, e eu não falo do tipo " ah foi só um poema que eu me identifiquei ou eu senti o peso dele" NÃO, o livro completo ( no caso os dois [Ariel e o Colosso + os poemas esparsos]) é completamente revelador, ele te acolhe, te mostra verdades, te faz mudar sentimentos, te faz se identificar e o mais importante de tudo ele te faz bem. Por isso, esse foi definitivamente um dos melhores livros que eu já li e sem sombra de dúvidas todo amante de poesia um dia deveria pelo menos tentar ler esse livro e entrar em contato com os poemas da Plath com o coração e a mente totalmente aberta.
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Lobita_______ 30/12/2023

Lindo, mas pesado
A redoma de vidro é um dos meus favoritos da vida e agora a poesia reunida veio para complementar. Não sou tão fã de poemas, mas gostei muito de alguns. Recomendo que leia a obra se estiver bem mentalmente, é bem melancólica em alguns momentos.

Amei muito o formato da edição, com a tradução lado a lado, facilita bastante pra consultar. Senti falta de notas de rodapé e de algum contexto, acho que seria 5 estrelas com mais material
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souza309 17/01/2024

4/2024
Tem algo na literatura de Sylvia Plath que toca em lugares especiais dentro de nós, a instituição ?mulheres doidas?. Ou, diria, apenas mulheres que tentam sobreviver a um mundo loucamente masculino.

Já tinha lido ?A redoma de vidro?, mas sinto que a forma da poesia me deixou mais perto de coisas incompreensíveis e inexplicáveis que aconteciam dentro dela e que Sylvia trouxe pra sua escrita: e eu entendo, porque não sei explicar nem tornar compreensível, mas também acontecem dentro de mim.

Grifei e marquei, muito. Tanto o que eu entendi, quanto o que senti. Adorei poder ter a edição bilíngue em mãos, muita coisa se perde (e às vezes, até se ganha) na tradução.

Demorei a terminar a leitura.
Não li, acho que saboreei.
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Julia3920 08/03/2024

Sylvia Plath: Poesia Reunida
Simplesmente, Sylvia Plath. Não tinha como eu não amar esse livro! Amei os poemas, e também gostei muito dessa edição pois ela vem com dois livros de poemas dela e poemas mais desconhecidos. Saí desse livro conhecendo melhor a Sylvia. Para mim a melhor coletânea foi Ariel, eu gostei muito da forma como ela tratou as emoções dela e colocou em palavras. Eu recomendo muito (ainda mais para quem gosta dos livros dela)!
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Freddy Bacus 03/04/2024

Poetisa confessional
Meu deus...
É impressionante essa mulher, com certeza um dos melhores livros que já li, umas das melhores poesias também...
Comecei a lê-lo no natal do ano passado, só o terminei agora, mas sei que nunca vou parar de ler esse livro, tanto que, durante minha leitura, voltei várias vezes em diversos poemas, principalmente nos de Ariel, pois não me contive...
Posso dizer que Sylvia me ensinou muito sobre poesia: tanto da parte técnica - e muito - quanto da parte poética e as construções de "boniteza" nas coisas.
Os poemas daqui eu li de diversas formas. Alguns, li uma vez só, outros, umas dez, vinte. Li no original em inglês, depois a tradução, depois reli ambos. Outros li, depois de tempos reli, outros sublinhei versos, outros interromperam bruscamente minha leitura. Enfim, essa mulher consegue acessar grandes pontos de sentimentos em mim. Acho que é uma das grandes poetas que já tivemos.
Seu tom confessional é extraordinário, é lindo e do jeito que é feito, quase universal. Essa edição é totalmente linda e cuidadosa, o livro em si é impecável, sem contar que a reunião das poesias e a edição bilíngue é fantástica também. Então, compre! Leia! Experimente muito! Catártico.
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