Resenhas - O Candidato

Fagner 21/10/2023

Uma viagem pessa história
É o segundo livro que leio do autor. Escolhi esse por ser diferente dos livros mais populares dele. E assim como o último imortal, esse também tem uma narrativa excelente. Os capítulos são curtos, o que facilida a rotina de leitura. O texto é fluido e te incita a ler mais. Curti e me diverti muito com esse livro. Boas sacadas. Um livre leve embora tenha críticas essenciais, principalmente políticas.

Maíra Marques | @literamai 16/11/2022

? ?Quando a gente olha pro passado tende a ver o que é bom. (...) Mas o nome disso é nostalgia...  Porque nunca estivemos livres dos nossos imensos problemas, nascidos lá atrás com a escravidão dos africanos e a dizimação da cultura dos nossos povos nativos.?
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?? "O Candidato" de Rodrigo Alvarez é um livro necessário demais para refletirmos sobre o cenário atual do nosso país. O protagonista, Almeidinha, tem a oportunidade de mudar o futuro da nossa história ao voltar no tempo, exatamente no Brasil de 1958, ainda governado por JK. Mas será possível evitar tantas tragédias?
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Com a vitória de Jairo nas eleições de 2018, Almeidinha decide viajar e passar um tempo longe do país, porém, inexplicavelmente, ele vai parar justamente no passado (como já citado acima). Se encontra com diversas figuras importantes da nossa cultura, como Tom Jobim e Nara Leão. Além disso, o autor nos entrega todo o cenário e energia dos Anos Dourados, época considerada uma das melhores do nosso país.
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Sentimos o gostinho de uma época que a cultura era livre e valorizada, no entanto, Almeidinha sabia que estes dias estavam contados, pois com a saída de JK, Jânio ganharia as eleições e- em seguida- seu vice, Jango, se tornaria presidente e sofreria o golpe dos militares.
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Afim de mudar o rumo da história e, quem sabe, até evitar que Jairo se torne presidente no futuro, Almeidinha vai atrás de JK para auxiliá-lo no discurso que garantiria a vitória de Jânio. Será que ele conseguiu?
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Como já citei acima, é uma história que traz reflexões sobre nosso cenário político atual. As críticas ao governo são bem claras e o autor foi cuidadoso em cada detalhe dos fatos históricos. O resultado foi tão gratificante que até os personagens fictícios parecem extremamente reais!

Priscila.Ceconelo 09/09/2022

O CANDIDATO: Uma sátira contemporânea
Almeidinha é um personagem, ficcional, cativante e bem humorado que vive uma realidade totalmente utópica de um universo alternativo.
Em suas diversas passagens pelo passado, com uma narrativa inteligente com personagens que marcaram a história do Brasil.
Adorei conhecer o Rio dos anos dourados, desbravar a bossa nova, ler diálogos com personalidades tão marcantes em nossa sociedade, construção de Brasília e passar raiva com maus governantes. Com certeza uma crítica forte e ácida ao atual governo.

Almeidinha, com certeza ganhou meu coração e já se tornou o meu candidato perfeito.



Em tempos de eleição o melhor conselho é pesquise e escolha muito bem aquele que irá governar o nosso país pelos próximos 4 anos.

Onesko 23/06/2023

O Candidato
"E se na eleição do "Jairo" o protagonista volta pra J.K." e foi assim que nasceu este livro.
Se tivesse menos páginas seria uma ideia mais legal. Falou 1000 vezes a mesma coisa, ficou meio cansativo.

Jamile.Lucato 24/01/2024

A viagem no tempo é o menor dos problemas dessa narrativa que tinha a melhor promissa!
A proposta do livro é simplesmente genial. Imagina só, você, um brasileiro apavorado com a perspectiva da vitória do tal "Jairo", ganha a oportunidade de voltar no tempo e evitar o golpe militar que deu início à ditadura? Quem resistiria à tentação de consertar as trapalhadas políticas brasileiras, com direito a primeira fila?

Com uma capa intrigante, uma premissa que promete, e uma sinopse na contracapa que deixaria até o mais cético animado, eu esperava que Almeidinha, nosso herói (ou seria anti-herói?), fosse ao passado com o plano infalível de mudar tudo. Só que não é bem isso que acontece. Ao invés de se tornar presidente e repetir os mesmos erros que ele tanto quer evitar, Almeida se perde em um enredo que desperdiça uma oportunidade de ouro para uma sátira reflexiva sobre o verdadeiro brasileiro: aquele que se vê como herói, mas acaba fazendo um monte de besteira.

Mas a história de Almeidinha não segue esse script. Ele vai ao passado, chamado por ninguém menos que Tom Jobim (sim, do nada!), e a partir daí, ele não serve para absolutamente nada. Nada do que ele tenta fazer dá certo, e metade do tempo é gasto em barzinhos ouvindo música ou flertando com uma loira misteriosa (mesmo sendo casado e jurando amor eterno à esposa; aham, sei!). O livro tenta nos convencer de que Almeida é um pessimista obcecado por política, mas sinceramente, são poucas as cenas em que ele realmente tenta fazer algo.

E para piorar, o final do livro é um verdadeiro desastre. Quando você espera por explicações, a narrativa recorre a uma "ressurreição" de Paulo Gustavo, o que não só é digno de pena para o falecido comediante, mas também deixa o leitor com um gosto amargo. A família de Almeida volta para ele sem explicações convincentes, como se nada tivesse acontecido.

Tudo bem que Almeida não é nenhum santo: traiu a esposa várias vezes, e até com a mesma mulher. Mas sério, a Lígia, sua esposa, vira uma Bolsonarista roxa (perdão; no livro, Jair é "Jairo"), e Almeida apenas aceita isso como se fosse normal, mesmo ela repetindo absurdos que Almeida jurava odiar e discordar.

O livro tentou surfar na onda do ódio que o Brasil sentia pelo presidente, mas acabou se afogando em sua própria tentativa de lacração. Os personagens culturais brasileiros, sempre que apareciam para interagir com Almeida, me deixavam com pena. Como é que esse cara ainda conseguiu se tornar presidente, quando tudo que fez foi dar um discurso em um teatro? E os famosos que se juntaram para apoiá-lo? Luciano Huck, Danilo Gentili e Anitta, todos no mesmo ambiente, admiradores de Almeidinha, um homem que todos conhecem, mas sobre quem ninguém sabe nada?

Dessa forma, só consigo dar uma estrela porque o autor, Rodrigo Alvarez, escreve muito bem. Tiro o chapéu para ele. Alvarez tem um domínio impressionante da língua portuguesa, e não apenas isso; ele também realizou uma pesquisa extensa sobre a cultura e história brasileira, o que com certeza demandou um trabalho árduo.

Se ao menos Alvarez tivesse esperado um pouco mais para lançar "O Candidato". Quem sabe se ele tivesse dado uma última revisada na obra antes de apertar "enter"...