Isaac 08/08/2023
Comecei a leitura com um pé atrás por ser um livro ou muito amado ou muito odiado, porém dei uma chance para saber como seria a minha experiência, principalmente por não ler tantas histórias desse gênero. Já no início percebi uma longa jornada de clichês e doçuras românticas que fiquei algumas vezes sufocado.
Toda a ideia de um amor perfeito, feitos um para o outro não funcionou comigo nesse livro, mesmo não sendo um mar de flores devido a separação espacial do casal (um momento de alívio, para mim) e todas as complicações após se reencontrarem, a grande intensidade que os dois foram construídos era piegas, o Rune foi grande parte da história um garoto impulsivo que mesmo mostrando momentos de amor e carinho com a Poppy, foi uma pessoa horrível e egoísta com todas as outras, mas falarei melhor depois sobre os personagens.
A maneira que foi retratada essa história de amor adolescente foi irritante em boa parte da história, desde o pedido muito esquisito da avó de Poppy no seu leito de morte para ela, até frases chatas de positividade como “Por que ser infeliz quando você pode ser feliz? É uma escolha óbvia para mim.”, dos momentos que a autora deseja montar uma profundidade com esses protagonistas loucamente apaixonados que não se encaixavam porque era simplesmente jogado pra ficar algo bonito, poético ou qualquer coisa nesse sentido.
A respeito desses jovens namorados, a Poppy foi em poucos momentos alguém que gostei da trajetória, principalmente quando não estava com o Rune, em como ela se sentia sobre a morte iminente dela devido ao câncer que tinha, partes que carregavam sentimentos genuínos e grande maturidade, e que tornaram ela mais bem aproveitada como protagonista. Já com seu amado, de modo geral, era um ciclo de emoções bem definidas em como uma cena era montada:
Amor melado e repetitivo dos dois;
Angústia pelo contexto infeliz;
Agradecimento pelo presente, junto a nostalgia de um tempo sem muitas preocupações e retorna o ciclo.
Sobre Rune, quero ser breve devido a irritação que ele me deixava. Foi um garoto que não aceitava muito bem ser contrariado, tendo apenas um objetivo de vida, amar a Poppy, bem bonito e romântico até não ser mais e passar de um garoto apaixonado para uns dois anos, um garoto insuportável que era muito dependente emocional da Poppy (ela também, porém um pouco menos) e praticamente só havia ela a se falar em seu vocabulário, ignorando praticamente todo o resto.
O resto dos personagens eram subaproveitados que apenas o pai do Rune e talvez uma amiga da Poppy foram relevantes, porque os amigos deles eram praticamente inexistentes, foram conversas bem rasas que não faziam tanta diferença, as famílias deles apareciam por muitas vezes a história passar pelas suas casas, mas o apoio psicológico e emocional principal deles eram eles próprios (uma pena pra eles).
O encaminhamento para o final foi o melhor porque estava terminando tudo isso e tiveram brilhos de sensatez neles para evoluírem em suas atitudes e foi mais suportável essa caminhada. O final não tenho comentários, muito brega e era o que já esperava. Talvez tenha faltado ter um espírito romântico pra ler, mas não vou esperar chegar pra reler novamente.