Ester 06/05/2024
Um dos melhores livros que já li
Imagine que sua casa é invadida por um ladrão, que mata seu único filho. Tomado pela tristeza e pela fúria, você encontra o ladrão e o prende no porão da sua casa. Mas, e agora? O que fazer com ele? Que tipo de vingança seria suficiente para amenizar sua dor?
Essa é a premissa principal de "O Claustro", mas o livro é tão mais do que isso! Ele é belo de um jeito desconcertante e riquíssimo em detalhes.
Ele fala sobre vingança, justiça, legado, senso de dever, o apego que criamos com a nossa própria dor e se como as pessoas se condicionam às situações. Fala sobre liberdade, prisão, criar laços e como, às vezes, os laços estabelecidos com pessoas que não conhecíamos podem ser mais fortes do que os pré-estabelecidos com quem compartilha nosso sangue... É um livro pra ser sentido e saboreado com a alma.
Como são duas linhas temporais (passado e presente), a história fica indo e vindo, o que a deixa muito dinâmica e gostosa de ler. São 400 páginas, e eu terminei em 2 dias porque não conseguia parar. Sempre tem alguma coisa nova pra descobrir, e você nem vê o tempo passar.
Além disso, a Pri também usa muito a metáfora e o subtexto, o que faz com que o livro reverbere muito além do período da leitura: a história nunca mais vai sair da sua cabeça, porque ela entra direto para o coração.
Enfim, sou leitora crítica há anos e pra mim, até agora, o único livro que eu considerava perfeito era "O Perfume", do Patrick Suskind, mas agora "O Claustro" tá bem ali juntinho. Ele também traz alguns aspectos de outros dos meus livros favoritos, como Kindred (Octavia E. Butler), O Cortiço e uma pitadinha do filme "A Pele em que Habito".
Cinco estrelas é o máximo, mas se pudesse eu com certeza daria mais