2041

2041 Kai-Fu Lee...




Resenhas - 2041


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AndrAa58 31/12/2023

O iminente casamento entre humanidade e IA
A obra 2041 de Kai-Fu Lee e Chen Qiufan nos mergulha em um universo de ficção científica, muito provável em um curto espaço de tempo, revelando os intricados caminhos da inteligência artificial (IA) e suas implicações em nossa sociedade. Com uma abordagem única, Kai-Fu Lee, também CEO de uma líder global em investimentos tecnológicos, redefine o formato do livro ao fundir narrativas especulativas com análises técnicas.

O livro nos apresenta 10 contos, sendo cada um uma janela para o futuro, onde a IA permeia todos os aspectos da vida. Em cada história, somos guiados por Chen Qiufan e Kai-Fu Lee através de intricadas teias tecnológicas, explorando desde fintechs até realidades virtuais, questionando o impacto dessas inovações em nossa existência.

A revolução tecnológica é a protagonista, e Lee nos alerta para as mudanças iminentes que ultrapassarão a revolução industrial em sua magnitude. Ele nos instiga a refletir sobre a quantidade avassaladora de dados que inadvertidamente fornecemos à IA diariamente, alimentando o aprendizado profundo que moldará nosso futuro. A complexa teia de sensores, dispositivos e transações digitais se entrelaça, transformando-nos em livros abertos para a IA decifrar, levantando questões éticas e de privacidade.

A narrativa se aprofunda em temas como deepfake, visão computacional, redes neurais e biometria, revelando um embate entre avanços tecnológicos e potenciais ameaças. A dualidade entre o fascínio e o receio diante do treinamento autossupervisionado e IA geral, nos fazendo ponderar sobre os limites entre a inteligência humana e artificial.

Lee nos apresenta uma visão otimista sobre a aplicação da IA na educação, descrevendo um cenário onde cada indivíduo é acompanhado por uma IA desde a infância, uma espécie de amigo imaginário tecnológico. Contudo, a obra nos desafia a pensar se essa imersão digital desde tenra idade é realmente benéfica e se nossa "reprodução" digital terá autonomia.

A aplicação da IA na saúde, digitalização do trabalho, realidades virtual e aumentada são minuciosamente exploradas, revelando suas possibilidades e possíveis consequências. A discussão sobre veículos autônomos e cidades inteligentes me surpreendeu, acreditava que seriam uma das primeiras coisas a estarem prontas e ativas em 20 anos, mas o autor acredita que ainda não.

A incursão na computação quântica, segurança de bitcoin e ameaças existenciais adiciona uma camada de complexidade, demonstrando que a interseção entre IA e tecnologias emergentes cria desafios ainda maiores. Não estamos pensando, legislando e nos preparando para a maioria das coisas, nem sei se tem como… os avanços são exponenciais!

A reflexão sobre a substituição de postos de trabalho pela IA, renda básica universal e o papel humano nas carreiras criativas destaca as nuances sociais e econômicas que a IA suscita. A questão da felicidade, ancorada na hierarquia de Maslow, provoca uma reflexão profunda sobre o papel da IA em nossas vidas emocionais. Não sei se concordo com o autor, sou muito influenciada por Dostoiévski para acreditar que a felicidade está atrelada a satisfação das necessidades e me assustou um pouco saber que a IA já é capaz de distinguir as emoções humanas melhor que nós mesmos. Já somos manipuláveis.

Por fim, o autor, com otimismo, vislumbra um futuro de plenitude, onde a eliminação da escassez redefine modelos econômicos. A promessa de uma nova ordem social, desvinculada de transações monetárias tradicionais, deixa-nos ponderando sobre nosso propósito em meio a essa transformação.

2041 é um convite à reflexão sobre o iminente casamento entre humanidade e IA, proporcionando uma visão de um futuro que está, surpreendentemente, mais próximo do que imaginamos.
Gleidson 31/12/2023minha estante
Premissa bem interessante...


AndrAa58 31/12/2023minha estante
O livro é interessante. Ele tem uma visão otimista do nosso futuro, é um tecnocrata. Confesso que algumas coisas me assustam um pouco, porém é inevitável e só nos resta nos preparar e tentar evoluir junto, ao menos entender para onde ir ?


Gleidson 31/12/2023minha estante
Muito bom ! Talvez seja um caminho inevitável. ?


Pamela565 02/01/2024minha estante
Muito boa sua resenha. Vc é mais otimista ou pessimista em relação ao futuro??


AndrAa58 02/01/2024minha estante
Acho que está tudo evoluindo muito rápido, não conseguimos acompanhar, então só nos resta nos prepararmos o melhor possível e contribuir de forma mais positiva possível. Nós fazemos a IA, nos resta pender a balança para o que temos de melhor... ?
É tanta coisa, Pamela! Tantos campos de aplicação e tantas modificações em todas as áreas... É difícil prever os efeitos.


Pamela565 02/01/2024minha estante
Espero que a humanidade tenha bom senso, do contrário não podemos prever (creio eu), as consequências ?


Ednea0 16/01/2024minha estante
Adoro ficção .


AndrAa58 17/01/2024minha estante
Verdade, Pamela. Não temos como prever ?


AndrAa58 19/01/2024minha estante
Edna, esse é uma mistura de contos de ficção para ilustrar os tópicos de não ficção ? o formato é interessante




Cathy 06/01/2024

Desenha um novo horizonte que se formará para a humanidade
Escrito a quatro mãos, pensei que os contos me captariam mais a atenção que as explicações científicas. Porém, foi justamente o contrário. Em determinados trechos, simplesmente me neguei a terminar o trecho enfadonho ao extremo e já passei para a explanação da tecnologia abordada no conto, muito melhor, descritiva, em leitura mais fluída e interessante. Talvez se os contos fossem menores, quem sabe....
Mas o capítulo final, o livro deu uma quinada e evoluiu bastante, sendo a conclusão seu ápice. Costurou com maestria todos os contos, as tecnologias mencionadas e as consequências delas no futuro que se avizinha na humanidade. É franco, cru, mas consegue ser esperançoso. Não chega ser uma leitura necessária, mas considerando o avanço da IA, fornece uma base visual para como ela se desenhará sobre a humanidade, suas facetas sociais e econômicas.
Com o inegável implemento e rápido avanço da IA em todas as áreas de conhecimento humano, as tarefas eminentemente humanas, sociais e criativas são as que sobreviverão, o que leva a conclusão de que os antissociais, os que se negam a adquirir novos conhecimentos, os que se estacionaram na corrente do tempo e das melhorias tecnológicas, serão substituídos e marginalizados, tanto no campo social como econômico.
Jovens cresceram vislumbrando algumas carreiras que não mais existirão ou estarão totalmente diferentes quando eles atingirem seu clímax de aprendizado, o que poderá a levar ao sentimento de inutilidade. As crianças de hoje ocuparão profissões que ainda não existem e o que impede que a esperança de um dia ocupa-las crie raízes em seus corações e suas mentes, as raízes que serão necessárias para direcionarem seu aprendizado para tais áreas de conhecimento.
A sociedade tem historicamente desvalorizando serviços muito vitais e centrados em humanos, tanto em termos de como são vistos quanto em como são remunerados, e será necessário rever esse paradigma, porque tais empregos formarão a base da nova economia com a implementação maciça da IA, tais como cuidadores, assistentes sociais, mentores. Entre a otimização da IA e a necessidade do toque humano, surgirão novos trabalhos eminentemente humanos, que exigem compaixão e empatia, qualidades não provenientes da IA.
Com a IA teremos, mais uma vez na história, um Novo Renascimento, em que será celebrada novamente a criatividade humana, com ampla produção artística e científica, com as facilidades que só a IA proporcionará. A IA nos liberará do trabalho rotineiro, nos dará a oportunidade de desenvolver nossos talentos e pensar profundamente a respeito das qualidades que nos tornam eminentemente humanos e singulares. Qualquer tecnologia suficientemente avançada é impossível de distinguir da magia.
É melhor viver seu próprio destino de forma imperfeita do que imitar perfeitamente o de outra pessoa, tudo em busca da felicidade que é um processo dinâmico de abandonar constantemente os medos menores que nos são inerentes e conquistar novos caminhos, desbravando-os.
A IA criará uma riqueza inimaginável, ampliará nossas capacidades por meio da simbiose humano-IA, nos libertará da forma como trabalhamos, nos divertimos, nos comunicamos, nos libertará de tarefas rotineiras e nos levará à plenitude. Há diversos desafios e perigos nesse caminho, como segurança de dados, deepfakes, armas autônomas e substituição de trabalhadores, dentre outros. Se formos gratos por tudo que a IA proporcionará e, ao mesmo tempo, implementarmos nossa reinvenção, reaprendizado e renascimento, poderemos trabalhar em conjunto com a IA para exploração de vasto campo de conhecimento.
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Anna.Lauren 13/04/2024

Futuro?
Honestamente, não gostei de todas as histórias.
O livro nos mostra como a IA vai transformar as nossas vidas através da visão de um especialista no assunto.
Porém, como todo livro que "prevê" o futuro, é algo completamente utópico.
1° porque grande parte das histórias se passam em países que hoje não tão desenvolvidos, e na realidade de hoje, é um pouco difícil de acreditar que no ano que ele propõe que essas mudanças ocorrerão, em 2041, isso pareça algo distante.
2° ele é muito otimista em relação à mudança da humanidade. Para essas coisas acontecerem, o ser humano teria que abrir mão de suas vaidades, do seu ego e se tornar empático. O que é um grande problema de moral, já que em mundo com praticamente 8 bilhões de pessoas, é quase impossível de acreditar que as coisas vão ocorrer como nas duas últimas histórias. Seria um mundo ideal, um modelo econômico sem grandes corporações, onde o ser humanos esteja em busca de um propósito empático, mas realmente muito difícil acreditar que nosso modelo econômico vá transitar de forma pacífica.
Enfim, é um livro interessante para pensarmos como pode vir a ser nosso futuro, mas aí da está mais para ficção do que realidade.
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Liar1 09/02/2024

Página 19
A ficção científica é fascinante porque ela não apenas gera um espaço imaginativo para que escapistas deixem suas vidas mundanas para trás, atuem no papel de super-heróis e explorem livremente galáxias muito, muito distantes, mas também oferece uma oportunidade preciosa para que eles se ausentem temporariamente da realidade cotidiana e reflitam criticamente sobre ela. Ao imaginar o futuro através da ficção científica, nós podemos até mesmo agir, mudar e ter um papel ativo na construção da nossa realidade.

Página 339
Essa corrida armamentista multilateral, se lhe for permitido seguir seu curso, no fim se tornará uma corrida em direção ao extermínio.

Página 377
Se não for regulada, a IA do século XXI pode criar um novo sistema de castas, com uma elite plutocrática da IA no topo, seguida por um conjunto relativamente pequeno de trabalhadores com empregos complexos que envolvem conjuntos amplos de habilidades e muita estratégia e planejamento, criativos (muitos deles mal pagos) e o maior contingente: as massas sem poder e em dificuldade.

Página 384
Quando imagino o que esse renascimento movido pela tecnologia pode proporcionar, as palavras do segundo presidente dos Estados Unidos, John Adams, parecem proféticas: "Eu preciso estudar política e guerra para que meus filhos tenham a liberdade de estudar matemática e filosofia. Meus filhos devem estudar matemática e filosofia, geografia, história natural, arquitetura naval, navegação, comércio e agricultura para dar aos filhos deles o direito de estudar pintura, poesia, música, arquitetura, escultura, tapeçaria e cerâmica".

Página 386
A IA nos libertará do trabalho rotineiro, nos dará a oportunidade de seguir nossos corações e nos impulsionará a pensar mais profundamente a respeito do que nos torna humanos.

Página 460
Durante milênios, os sistemas econômicos humanos evoluíram sob uma premissa fundamental - a escassez. A escassez existe quando a procura humana por bens e serviços excede sua oferta limitada. A escassez tem sido causa de guerras, migração em massa, mercado de capitais e todos os aspectos de como nossa civilização se desenvolveu. A escassez é uma presunção de todas as teorias econômicas.
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CLAUDIA 13/01/2024

2041 como a inteligência artificial vai mudar sua vida
São 10 contos trazendo uma visão de como será nossa vida num futuro próximo.
Na sequência de cada história, temos uma análise do especialista referente ao tema abordado.
Muito interessante!
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Pablo 30/05/2024

Boas reflexões, mas irritantemente otimista
O que mais me irritou nesse livro é que o autor permanece sempre otimista com o uso da IA no futuro. Levando em conta o cenário atual, esperava pelo menos algumas histórias mais cínicas.

E embora no final, na última história, ele traga uma reflexão mais crítica sobre a Sociedade hoje, sobre o modelo econômico que impera, ele, em nenhum momento, fala abertamente sobre o Capitalismo. O problema não é a IA, mas o uso da IA em uma sociedade capitalista, onde os grandes donos do capital estão sempre em busca de mais lucro.

E é por isso que o otimismo dos autores me incomodou, já que nenhuma das histórias aborda o real problema. Na maioria delas há a presença de discussões interessantes, mas sempre limitadas a uma quase ingenuidade dos autores em não abordar em como o uso da IA no contexto capitalista só serve aos donos dos capitais, nunca à classe trabalhadora.

Como eu disse, no final eles dão uma amenizada nisso, falando de criar um novo sistema econômico, e citando nominalmente Adam Smith e Karl Marx, mas é no mínimo curioso que a tal palavra com C não é citada nesse contexto como um problema no assunto de IA.

Outra coisa que me incomodou, saindo dessa seara política, foi como as tecnologias são abordadas nas histórias, sem sutileza alguma. Sempre os personagens tinham que descrever alguma tecnologia uns para os outros (quando não na Narração) e é tudo, menos natural. Tudo é excessivamente explicado dentro das histórias, o que é um tanto desnecessário, já que cada história possui um trecho onde o autor analisa e explica os conceitos utilizados naquela história, não precisava que os personagens fizessem a mesma coisa.

De qualquer forma, não é um livro ruim. Me provocou boas reflexões, mesmo eu não tendo concordado com algumas abordagens.
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