Clube do Farol 08/08/2022
Resenha por Carol Finco @blogpretenses
Olá, faroleiros, este livro é algo totalmente fora da minha zona de conforto na leitura. Não sou muito fã de ler histórias baseadas em fatos reais ou, como no livro, muito próximo da realidade. Para completar a leitura fora da minha caixinha, essa história se passa no período próximo ao fim da segunda guerra mundial, ou seja, o drama é certo. Como a própria sinopse disse:
Concordo plenamente e por isso citei. Comecei a leitura e me vi presa nas páginas do livro, querendo entender as mentes dos personagens e, principalmente, como iria terminar essa história para estes protagonistas tão improváveis. Este livro foi escrito a partir de um roteiro cinematográfico e é notável como realmente conseguimos visualizar as cenas na nossa mente, como se estivéssemos vendo ao invés de lendo.
Renée é uma criança judia que hoje com sete anos, depois de viver em vários lugares, foi entregue pelo padre da Vila onde estava a dois soldados americanos para que eles a protegessem. Porém, na realidade, eram dois soldados alemães disfarçados que resolvem matá-la, mas na hora da execução, ocorre uma ligação entre um dos soldados, o Mathias, que ao invés de atirar nela, acaba por atirar no parceiro. Eu me senti extremamente apegada a garotinha e a sua incrível resiliência, mediante a tudo vivido em tão terna idade.
Podemos perceber mesmo em uma ficção como a mente humana é algo realmente inacreditável. Também fiquei torcendo pelo Mathias, pois vejo que na guerra, como a própria autora expõem, em ambos os lados, é difícil dizer quem realmente é bom ou mau. E fiquei tentando entender sua mente, assim como o próprio. O que o levou a viver tudo que viveu, bem como a fazer tudo que fez?
São personagens dignos de análise e dá para ter com certeza muita conversa em torno deste livro. É uma leitura bem viva e complexa. Uma história arrebatadora.
O que não gostei na edição do livro, e que pode prejudicar um pouco a leitura a depender do leitor, foi que por se tratar do período de guerra e se passar na Europa há muitas expressões da época que não tem tradução para o português, então senti muita falta de um glossário com o significado dessas palavras e também mais notas de rodapé com tradução de músicas e frases que ficaram no idioma original. Neste quesito ler no kindle foi bastante útil, mas deveria ter tido isso no livro. Um exemplo de livro que tem isso e eu amei foi A Pintora de Henna (resenha aqui).
Acredito que a autora conseguiu expressar no livro tudo aquilo que não foi possível transmitir no filme, os pensamentos e lembranças, e eles são com certeza um ponto chave dessa história, pois é neles que muitas partes do livro são contadas. A leitura deste livro é quase uma terapia e recomendo já que o final foi bastante satisfatório para mim. Meu coração romântico ficou querendo um epílogo mais fofo. Por isso uma alerta, este livro é um romance, porém não é romântico, então não se engane. Eu creio que ele cumpriu o propósito com qual foi escrito, já que me envolveu até o fim, assim ele foi nota 5/5 para mim.
Boa leitura,
site: http://www.clubedofarol.com/2022/07/resenha-ainda-estamos-vivos.html