spoiler visualizartaliterando 26/04/2024
Não acredito que eu li isso
Só Deus sabe o tamanho da frustração que eu estou sentido. Nunca pensei que diria isso, mas a "lacração" acabou com o livro (na realidade, o livro já tava ruim bem antes disso).
Vamos por tópicos pra que eu não esqueça nada:
? Kat é a personagem mais irritante do livro. Juro. Ela é insuportável. Pra ela ser uma pessoa chata ela tem que melhorar e MUITO. Ela passou a história inteira fazendo a Taylor e o Galen de idiotas pelo benefício próprio. Até mesmo NOS ÚLTIMOS PARÁGRAFOS DO LIVRO ela foi uma completa cretina, ignorando o fato da vida do Galen ter virado uma BOSTA porque ela incentivou ele a se rebelar e depois fez ele segurar o rojão sozinho.
? Taylor e Evangeline tinha muito mais química do que Taylor e Kat. Desde o começo. A Evangeline pode ser uma cretina que usou a Taylor pra descobrir a própria sexualidade, mas ela dava MUITO MAIS VALOR pra Taylor do que a Katherine. Torci até o último segundo para elas ficarem juntas. A autora tinha a faca e o queijo na mão, mas ela tacou o queijo na minha cabeça e enfiou a faca no meu uc.
? Faltando 35 páginas pro final (sim, eu contei) o mistério da morte do Kontos ainda não tinha sido resolvido, a Katherine ainda tava puxando o saco do Victor, mesmo a Taylor alertando ela que o cara não era flor que se cheirasse. E em menos de 25 páginas eles resolveram a situação, denunciaram o Victor da forma mais PORCA possível e todo mundo viveu feliz para sempre (menos o Galen, claro). Foi a coisa mais mal feita da minha vida e eu já li muito livro de qualidade duvidosa.
E agora eu vou falar porque eu citei a "lacração":
No ápice da treta, quando o diretor se revela o vilão (ah, jura?), ao invés delas falarem sobre como a criação do DFaC tinha matado vários vampiros, sobre como a escola era um antro de manipulação e de como o diretor, o Victor e a família Black tinham influência direta no caos do Perigo, a Katherine (defensora das minorias, adm do Quebrando o Tabu) foi falar que a escola era desigual porque não tinha pessoas não-brancas, pessoas queer e sobre ele chamar os alunos de meninos e meninas e apagar a existência dos não-binaries. Eu juro pra vocês, nesse momento eu quis rasgar as páginas do livro e mastigar todas.
Tá tudo bem você trazer uma militância importante sobre inclusão e diversidade. É mais que certo. Só que a autora simplesmente ESQUECEU das minorias o livro todo. Ela citou umas 3/4 vezes sobre o Galen e a Lucy serem pessoas não-brancas e sobre Shelby ser não-binarie. A pauta que ela mais levantou foi a Taylor sempre se sentindo excluída por ser lésbica. E SÓ. Ela não explorou o assunto, ela só tocava nele como se lembrasse "ah, verdade, vamos falar das minorias".
A Kat pegar todo o problema que tava acontecendo em Harcote e resumir em uma luta pela desigualdade social, sendo que não era SÓ aquilo, me fez perceber o quão porco o final estava sendo. Eu li 364 páginas de um livro onde a autora não se importou com o desenvolvimento.
Desenvolver o relacionamento da Kat e da Taylor? Não, obrigada.
Desenvolver toda a treta que girava em torno dos reunionistas, da morte do Kontos e da criação do DFaC, do Hema e da Cura? Não, obrigada.
Desenvolver a história da mãe da Kat? Não, obrigada.
Desenvolver todo o contexto da militância pra ser algo orgânico e debater sobre temas importantes? Não, obrigada.
Não vou mais me estender sobre isso, mas eu nunca me senti tão lesada sobre um livro. Taylor é a única personagem que dê pra aproveitar (e a Evangeline, mas só porque eu gosto dela). Enfim, é isso. A autora tinha um bom enredo, mas não conseguiu aproveitar. Uma pena.