Bandeiras Pálidas

Bandeiras Pálidas Michael Ondaatje




Resenhas - Bandeiras Pálidas


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Henrique Fendrich 04/03/2020

Eu escolhi ler esse livro, e não “O paciente inglês”, bem mais famoso, porque, além de o escritor ter nascido no Sri Lanka, a história também se passa lá, o que me pareceu mais interessante para um ano de “leituras asiáticas” como o que estou fazendo. Mas não posso dizer que tenha gostado do livro.

Tudo o que pude descobrir sobre o Sri Lanka durante a leitura foi que, em época recente da sua história, o país foi convulsionado por duas terríveis guerras civis simultâneas, aparentemente uma de motivação política e a outra de motivação étnica. Mas, pela simples leitura, eu sequer pude saber o que realmente estava em jogo para cada um dos lados envolvidos nesse conflito. Apenas fui apresentado a um cenário onde os assassinatos haviam se tornado uma prática rotineira.

Não foi muito mais o que soube acerca do país, a não ser o fato de que por lá mesmo os homens vestem um tipo de saiote chamado “sarongue”.

Louvo o trabalho de investigação do autor para a criação de personagens que fogem do seu cotidiano. Ondaatje criou uma protagonista que era antropóloga forense, outro personagem que era arqueólogo, e ainda um que era médico em um hospital caótico durante os conflitos. Ou seja, os personagens não são escritores ou jornalistas, como tantos escritores, por comodismo, preferem utilizar. A criação desses personagens exigiu pesquisa e acho isso um grande mérito, o problema é que a história em si não foi estruturada de um jeito que me parecesse muito atraente.

A orelha do livro chega a dizer que a história poderia ser lida como “uma emocionante história de suspense”, mas isso só pode ser brincadeira. Há um mistério sobre a origem de um esqueleto, mas a história está longe de configurar um suspense, muito menos emocionante.

Também não cheguei a ver “o cruzamento entre prosa e poesia”, que dizem ser tão pronunciado no autor. Honestamente, eu só vi prosa, no máximo um ou outro momento de prosa escrita em tom mais lírico, o que não me parece suficiente para ser classificada como poesia.

Em meio a história dos conflitos no país, há também certos mergulhos nos dramas pessoais de cada personagem, mas achei que faltou algo como uma “unidade” maior na trama.

Enfim, não se pode acertar sempre com as leituras.
comentários(0)comente



Christiane 17/12/2012

Duas culturas em si
Terminei de ler o Livro Bandeiras Pálidas de Michael Ondaatje. Inicialmente me decepcionei por um fator pessoal, esperava mais do livro no sentido de um reencontro com sua identidade conforme é dito na resenha do livro. Anil realmente mergulha na cultura de sua infância, porém, o tempo todo sente-se a dificuldade que ela tem em compreender aquela guerra civil e como as pessoas agem. Ela relembra e revive momentos da infância, mas não consegue se libertar de sua formação acadêmica e da busca da verdade, mesmo que esta verdade possa causar um caos. É o pensamento científico que domina. Ela quer provar que encontrou algo que possa ser usado contra o governo e seus crimes, mas ela não está nem em Londres nem nos Estados Unidos, e sim no Sri Lanka, e lá isto não é o desejado, e a insistência disto provoca mais mortes. É aí que me decepciono com a resenha, uma vez que ela é incapaz de perceber a diferença entre sua formação no exterior e o que é a cultura e a vivência naquele país onde nasceu. Além disto, há a questão do nome dela, que não é o seu de infância, o que demonstra que ela já não aceitava muito bem quem era desde pequena, desejando o nome do irmão, e com isto um lugar masculino. Ela tem dificuldades em relacionamentos, e tem crises de fúria, defendendo sua independência, mas com isto não considerando o outro. Há uma grande diferença num mundo que está em guerra para aquele que não está, e me parece que ela tem dificuldade em perceber isto, uma vez que insiste na verdade, mesmo que isto traga consequências trágicas.
comentários(0)comente



Marina.Cotrim 19/03/2018

Em poucas palavras, esse é o livro sobre uma imigrante do Sri Lanka, Anil, que retorna ao país para participar de investigações sobre violação de direitos humanos.
A narrativa abraça tanto as implicações psicológicas dos eventos, através da protagonista e dos outros personagens que participam da jornada, como o suspense e o mistério da própria investigação.
Para o meu gosto, esse lado de romance policial foi um tanto desnecessário. O ponto alto do livro para mim, foi um capítulo que se debruçou inteiramente sobre um personagem "secundário" da trama, e quase não envolveu a investigação, humanizando um livro que poderia ser excessivamente político.
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR