Meninas

Meninas Liudmila Ulítskaia




Resenhas - Meninas


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Bookster Pedro Pacifico 23/08/2022

Meninas, de Lyudmila Ulitskaya
Já contei várias vezes aqui para vocês que sou fã da literatura russa. Dostoiévski, Tolstói e Turguêniev são autores que me conquistaram e cujas obras figuram na minha lista de livros favoritos (ainda que nem eu saiba direito quantos livros tem nessa lista 😬). Apesar disso, nunca tinha lido alguma obra de escritor russo contemporâneo. Por isso, quando vi o lançamento de “Meninas”, a temática abordada no livro e o fato de ter sido escrito por uma mulher, fiquei muito interessado em ler!

A obra é uma coletânea de contos em que as protagonistas são garotas de 9 a 11 anos que vivem na Rússia stalinista, por volta da década de 50. E apesar de trazerem histórias independentes, os contos têm uma ligação entre si e as personagens vão reaparecendo ao longo das páginas. São relatos individuais e íntimos da vida de cada uma das meninas, mas que é compartilhado em pequenos detalhes em uma rede de relações. Um “romance fractal”, como definido pela própria autora.

O contexto histórico da Rússia é um pano de fundo bem sutil das narrativas. O interessante é perceber como a autora retrata a rotina das pessoas comuns, sobretudo das crianças, em meio a conflitos políticos e sociais. A sensação é de que a vida íntima, as intrigas, os medos e amores continuam mesmo nas mais atípicas circunstâncias. O crescimento das meninas não pode ser interrompido.

Deixo meu destaque para os contos das gêmeas, “A enjeitada”. Achei a construção das personagens muito impactante, ainda que em poucas páginas. “Catapora” também foi um dos meus contos favoritos. Me deixou com vontade de ler mais obras de Lyudmila Ulitskaya. Espero que essa seja só a primeira de outras obras da autora que ainda serão publicadas no Brasil. Ah, e a tradução é direto do russo!

Nota 9/10

site: http://instagram.com/book.ster
Gaja Rocha 09/06/2023minha estante
Como não amar Dostoiévski, Tolstói e Turguêniev.
Gostar de Dostoiévski Tolstói e Turguêniev é quase como uma obrigação!! Podemos acrescentar vários russos nessa lista. Marcaram uma época que desde então não surgiu tantos escritores importantes de um mesmo lugar e da mesma época.




Carolina.Gomes 16/12/2021

Russo contemporâneo
São seis contos que guardam certa conexão entre si. Neles, a autora traz aspectos da infância, a perda da inocência e temas como bullying e a discriminação.

Não amei, mas achei bastante interessante!
O conto A enjeitada foi o meu preferido.

Valeu a pena conhecer!
Tami 16/12/2021minha estante
Que bom que você gostou, fico feliz :)


Carolina.Gomes 17/12/2021minha estante
Presente da minha amiga secreta: Tami ?


Nath 18/12/2021minha estante
LOUCA para ler!! Tenho altas expectativas para esse livrinho de contos, pois gosto muito da literatura russa (vulgo sou fã de Tolstói), rs? belo presente de amigo secreto! :)


Carolina.Gomes 18/12/2021minha estante
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Isadora1232 26/02/2022

Em correspondência, Liudmila Ulítskaia define seu gênero como "romance fractal". Acredito que "meninas" não poderia ser definido de melhor forma. Um conjunto de seis contos marcados por um realismo desconcertante e ligados por uma interessante teia de personagens e acontecimentos: meninas, "de 9 aos 11", que compartilham o período de descobertas da infância na União Soviética dos anos 1950.
Pra mim, que sempre tive curiosidade de saber quem era essa autora tão especulada pro Nobel, tudo passou a fazer sentido. Fico no aguardo pela publicação de mais obras dela no Brasil, que sem dúvidas merecem ser lidas e conhecidas por aqui.
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José Cláudio 05/10/2021

Finalmente temos uma obra de Ulitskáia publicada no Brasil. Uma grande voz da literatura russa contemporânea, nesse livro temos diversas vozes femininas contidas no final do período stalinista no governo soviético. Porém, tudo isso é contado dentro das individualidades de cada personagem, trazendo uma riqueza narrativa muito grande. Por fim é muito bom que a Coleção Leste também traga autores contemporâneos para seu catálogo
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Carol 04/11/2021

Impressões da Carol
Livro: Meninas {2002}
Autora: Liudmila Ulítskaia {Rússia, 1943-}
Tradução: Irineu Franco Perpetuo
Editora: 34
168p.

A primeira mulher a ser publicada na já tradicional Coleção Leste, da Editora 34, é Liudmila Ulítskaia, recorrentemente cotada ao Prêmio Nobel de Literatura. E, afirmo, com toda justiça. Fui arrebatada pela capacidade dela de dizer muito, de maneira tão sucinta.

Como posso eu, uma brasileira, criança entre as décadas de 1980 e 1990, ter me identificado tanto com essas meninas soviéticas, que estão ali entre a infância e a puberdade, perto da morte de Stálin, em 1953?

Antes de tudo, creio que pela universalidade dos temas retratados nos contos: as amizades, as alegrias, as tristezas, os conflitos, as brincadeiras, tudo o que compartilhamos quando crianças, quando o mundo dos adultos não passa de um murmúrio.

Gosto também de como Liudmila constrói suas personagens, que aparecem e reaparecem a cada conto. As gêmeas armênias Gayané e Viktoria - e a vibe meio Paola e Paulina Bracho, meio Ruth e Raquel -; Tamara Kolivânova, que bordou com os pés um retrato para o camarada Stálin; a judia Lílietchka e seu bisavô Aarón, entre outros.

Como se vê são personagens multiétnicos, com interesses distintos nessa URSS, formada por quinze Repúblicas Socialistas, naquele mesmo ímpeto imperialista que vem desde o czarismo dos Romanov e chega hoje ao "neostanilismo" de Putin, de quem Ulítskaia é opositora ferrenha.

Adorei ter lido "Meninas" nesse ano de leituras russas. Acredito que Liudmila Ulítskaia foi a autora que mais conversou com suas contemporâneas, Elena Ferrante, Doris Lessing e Alice Munro, nisso de rememorar o passado e jogar holofotes em quem antes não tinha vez.? Basta ver como ela, de ascendência judia, trata de forma tão delicada o tema do antissemitismo no conto "No dia 2 de março daquele mesmo ano". Ela narra sem julgar suas personagens, e basta.

Li "Meninas" para o Clube do Livro Russo, mediado pelo @litrussa. Indico a vocês seguirem o perfil @leiturasrussas para não perderem a oportunidade de ler autores e obras menos conhecidas. Vamos diversificar as leituras, povo, nem só de Tolstói e Dostô vivemos.
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Vitor Hugo 02/04/2023

Meninas soviéticas

Já imaginou como era para uma criança viver na URSS nos anos 1950, no pós-guerra, um pouco antes, um pouco depois, da morte de Stalin?

Nesta obra, a autora Liudmila Ulítskaia, usando de elementos autobiográficos (afinal ela nasceu em 1943 e viveu parte de sua infância em Moscou), em uma série concatenada de seis contos, nos dá um panorama.

A autora narra o cotidiano de várias meninas na faixa dos 11 anos de idade, com as respectivas famílias, na escola, e empenhadas nas atividades de organização da juventude soviética (como, por exemplo, as "pioneiras").

A marca da obra é o princípio da continuidade, na medida em que os contos têm relação uns com os outros, ora destacando algumas personagens, ora outras (o que a autora chama de "romance fractal").

A presença do estado soviético se faz sentir sempre em segundo plano, em pequenos detalhes (até mesmo em certa discriminação de algumas meninas em face de determinadas qualidades, como é o caso, por exemplo, de Lília, que é judia), na medida em que o livro tem como cerne o desenvolvimento das meninas que dão o título ao livro, que se encaminham para a adolescência, com todas suas descobertas, sendo este, como se percebe da obra, um tema universal, independente de ideologias da macro-história.

Uma autora reconhecida dentro e fora da Rússia, sendo este livro o primeiro de Ulítskaia publicado no Brasil.
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Marcelo 25/05/2022

Ótima leitura!
Neste livro de contos, a autora narra acontecimentos do cotidiano de meninas com idades entre 9 e 11 anos no período após a segunda guerra e próximo a morte de Stalin. Todos os contos são muito bons, mas os mais impactantes, na minha opinião, são "A Enjeitada", "Catapora" e "A Pobre, Feliz Kolivânova".
É muito interessante observar a sensibilidade com que a autora detalha a vida das personagens, mesmo em momentos trágicos ou mais tensos. Outro fato que é muito legal neste livro é que, para quem esta acostumado com os grande clássicos russos, escritos por homens ainda no período czarista, a visão de uma mulher em outro período histórico é muito enriquecidora.
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july 20/07/2022

muito bom!! foi meu primeiro contato com literatura russa, e ainda mais com uma escritora mulher. os contos são INCRÍVEIS, sério. os que as gêmeas apareciam eram meus preferidos, mas todos são incríveis. ao mesmo tempo que eu adorei, foi muito chocante também, embora fale sobre a vida de meninas, o contexto social e político por trás é muito tenso.
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Diego Rodrigues 17/12/2021

Uma perspectiva feminina sobre a URSS
Liudmila Ulítskaia nasceu na União Soviética em 1943, bem em meio a Segunda Guerra Mundial, na região dos Montes Urais, para onde sua família havia sido evacuada. Se formou em biologia com especialização em genética e exerceu a profissão por dois anos no Instituto Nikolai Vavílov, em Moscou, mas foi afastada do cargo sob a acusação de emprestar sua máquina de escrever a um autor "clandestino", isto é, que não tinha autorização para publicar. Forçada a abandonar sua carreira, se dedicou então à escrita e se envolveu com o teatro, o rádio e o cinema. Depois de anos escrevendo sem poder publicar, seu primeiro livro finalmente saiu da gaveta, na França, em 1993. A autora, que publicou o seu primeiro livro aos 50 anos, é hoje um dos maiores nomes da literatura russa contemporânea. Ainda em atividade, Ulítskaia é ativista política e cultural, vencedora do "Prix Simone de Beauvoir pour la Liberté des Femmes", em 2011, e a primeira mulher a integrar a coleção Leste, da Editora 34.

Primeira obra de Ulítskaia publicada no Brasil, "Meninas" traz seis contos que colocam frente a frente grandes eventos históricos e o cotidiano de meninas comuns vivendo na União Soviética. Em "A Dádiva Prodigiosa", vamos acompanhar um grupo de pioneiras que sai em sua primeira "missão" após assistir uma cerimônia em homenagem a Stálin. "Filhas de Outro" nos coloca em meio a Segunda Guerra Mundial. Mas não no front, com o marido, e sim com a esposa grávida, no lar. Aqui o som das metralhadoras é trocado pelo choro das gêmeas que nasceram longe do pai. "A Enjeitada" nos apresenta uma complexa relação entre irmãs em uma sociedade infestada de injustiças e preconceitos. Em "No Dia 2 de Março Daquele Mesmo Ano" vamos conhecer Lília, uma menina de origem judia que sofre perseguição na escola. Aqui, a morte de Stálin não tem mais importância que o drama de uma menina que está se tornando mulher, ela não entende seu corpo e não entende o mundo ao seu redor. Uma inocente brincadeira de boneca termina na primeira experiência sexual de um grupo de meninas em "Catapora". Por fim, temos "A Pobre, Feliz Kolivânova", que trata do amor platônico que uma aluna nutre por sua professora.

São histórias breves, sensíveis e comoventes, que têm em comum o pano de fundo opressor do regime soviético contrastado com a inocência dessas crianças. Ao longo da leitura vamos "rever" algumas das meninas em diferentes momentos de sua vida, ora antes da morte de Stálin, ora depois. O ciclo forma um intricado quebra-cabeça da vida cotidiana na União Soviética, que vai sendo construído conto a conto, peça a peça. Com uma prosa gostosa e que remete a "histórias de vó", Ulítskaia constrói uma poderosa narrativa repleta de traços autobiográficos e de uma sensibilidade que só as mulheres possuem. O tema da infância, tão comum em obras de autores como Tolstói e Dostoiévski, surge aqui sob uma nova perspectiva, feminina, e a autora não desvia dos tabus para explorá-lo. As meninas de Ulítskaia são fortes, intensas e inesquecíveis. Concluída a leitura, fica fácil entender porque a autora vem sendo recorrentemente cotada para o Nobel de Literatura. A edição da 34 conta com tradução de Irineu Franco Perpetuo e posfácio de Danilo Hora, o que deixa a experiência de leitura ainda mais completa.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Luciana555 01/10/2022

Meninas
Conhecer um pouco da literatura russa pelo texto de uma mulher tornou a leitura do livro Meninas muito especial. O livro nos mostra o ponto de vista de uma mulher falando sobre a infância de meninas, algo nada habitual na literatura russa! Simplesmente PERFEITA.

Ludmila Ulítskaia, começou a escrever as histórias de Meninas no final de 1980 e finalizou no início de 1990. O livro é composto de seis contos e as protagonistas das histórias são meninas de 9 a 11 anos. A dinâmica dos contos é muito interessante, pois algumas personagens estão presentes em mais de um conto. Achei isso sensacional, pois vamos conhecendo melhor as personagens no decorrer do livro.

A forma como Ulítskaia retrata a infância das meninas é fascinante. A autora escreve sobre sentimentos.

Conhecemos as meninas atravez de suas relações sociais, presenciamos seus aprendizados, comportamentos e algumas de suas primeiras experiências em situações cotidianas.

Nos contos, encontramos o olhar inocente das crianças diante de situações corriqueiras, mas também nos deparamos com caraterísticas nada agradáveis do caráter humano se manifestando através dos seus comportamentos.

As histórias se passam no início da década de 1950, período que acontece a morte de Stálin, que é citado diversas vezes nas historias. Várias passagens do livro convidam o leitor a conhecer melhor o momento histórico que essas meninas estavam vivendo.

É impossível não perceber o ativismo político de Ulístkaia no decorrer das histórias. Ela aborda temas complexos como preconceito e diversidade.

Opinião:
A própria autora definiu a narrativa de Meninas de ?terríveis e atraentes? e foi exatamente isso que senti em suas páginas. A leitura é densa, um livro repleto de informações que exigem conhecimento do leitor em relação ao contexto e ambientação da época em que as histórias se passam. Particularmente, amo um desafio literário, por isso, amei os contos. Gostei muito da não romantização da infância. Ulítskaia nos mostra crianças reais e como leitora, enxerguei beleza em suas imperfeições.

Recomendo muito!
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Gabriela Gonçalves 26/05/2022

Essa foi mais uma leitura conjunta com a Mell Ferraz. Eu estava muito animada para ler esse livro e tive uma boa experiência, mas com ressalvas. A escrita e a construção da narrativa são ótimas, gostei bastante disso, mas os finais dos contos eu achei um tanto corrido ou meio sem sentido. Era como se ela quisesse encerrar rápido, senti falta de finais mais estruturados. A experiência de leitura ganhou mais força e interesse para mim por causa das discussões com outros leitores. Esse é um daqueles livros que você gosta mais pelas sutilezas e pelas coisas nas entrelinhas do que pela história em si. Enfim, foi boa a leitura, mas recomendo que seja lido em grupo porque as discussões e as interpretações que se apresentam são grandiosas.
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Cristiane 23/05/2022

Meninas
Primeira escritora russa que tenho contato. Primeiro autora russa do século XX que tenho contato.
Neste livro o leitor terá contato com seis histórias sobre um grupo de meninas entre 9 e 11 anos. Estudam na mesma escola e passam por situações típicas da infância. Tudo acontece nos últimos anos do governo de Stalin, porém este fato não é tão importante.
Aqui temos meninas crescendo e enfrentando mudanças.
Deparando-se com a violência, com a diferença social, amores, sonhos e violência.
É difícil descrever meus contos favoritos pois todos são ótimos.
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Carla Verçoza 23/12/2021

Ótimo!
Os contos aqui apresentados são independentes. No entanto, se interligam de certa forma, trazendo as mesmas personagens, o que ajuda a criar um envolvimento maior com o livro, como se fosse um romance. Acompanhamos trechos da vida de algumas meninas, amigas, em diferentes idades, tendo como pano de fundo a política (passa um pouco antes e um pouco depois da morte do Stalin).
Gostei bastante da leitura, a perspectiva da história através do olhar das meninas, pré-adolescentes, é bem interessante. Gostaria de ler mais coisas da autora.
"As roupas de baixo das meninas daquela época tinham sido inventadas por um inimigo do povo e da humanidade, com a finalidade de sua completa extinção. Enfiavam sob as camisas curtas um sutiã desvalido com grandes botões, neste caso, amarelos. Ao sutiã prendiam dois elásticos refratários, que se ligavam às meias curtas, cravadas nas pernas grossas de Vika na altura dos joelhos. Vestiam por cima disso tudo umas calças largas, denominadas "tricot", e todo esse arreio tinha o hábito de prender, de deixar manchas vermelhas nos lugares sensíveis e de rasgar com movimentos bruscos. A lingerie das adultas da época era pouco diferente - o que devia, provavelmente, zelar pela castidade da nação." (Págs. 108 e 109)
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Bruna.Bandeira 01/07/2022

Singelo
Os contos são muito interessantes e de maneira não óbvia se entrelaçam contando aspectos diversos da vida das personagens comuns. Vale a leitura.
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Niara 28/05/2022

Seis contos incríveis que muito traz sobre o mundo soviético a partir do cotidiano de várias meninas, suas vidas familiares, e suas experiências escolares. Suas relações, seus medos, suas dúvidas, seus tabus e seus amores.
A autora possui escrita envolvente rica em simbologia.
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