Supernova: A estrela dos mortos

Supernova: A estrela dos mortos Renan Carvalho




Resenhas -


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Fabio Brust 21/02/2023

Uma aventura cativante
O segundo volume da série "Supernova" é, sem sombra de dúvidas, uma aventura muito cativante e divertida de se acompanhar, embora sofra com o fato de não parecer pertencer de todo à mesma série que o volume antecessor.

Lembro que achei o começo de "O Encantador de Flechas" muito aquém do que eu esperava para a história, e demorou um bom tempo para que o autor se encontrasse; quando ele se encontrou dentro da história, entretanto, fiquei surpreso com as interessantes reviravoltas, os desdobramentos das personagens e os caminhos pelos quais a história seguiu, e admito que fiquei muito curioso para saber como seria a sequência. No longínquo ano de 2015 saiu o volume 2 e lembro que não me demorei muito para comprá-lo e começar a ler.

Quando fui viajar para fora do país, não pude levar livros físicos e acabei deixando a leitura começada para trás. Depois de voltar, nenhum momento parecia especialmente propício para voltar àquele universo. Felizmente, quando finalmente decidi retornar, acabei descobrindo que o volume 3 estava para sair através de um financiamento coletivo e logo apoiei a causa - e não me arrependo, ainda que tenha minhas ressalvas a respeito do segundo volume.

Se no primeiro tínhamos uma distopia em uma cidade na qual a magia era proibida - justo em um mundo no qual a magia existe! -, o segundo volume da série vira tudo de cabeça para baixo e se transforma em uma trama apocalíptica de zumbis, ainda que estes sejam chamados de "crias". Dentro do contexto da história até que faz sentido, mas a mudança de direção foi bastante abrupta aos meus olhos. Definitivamente não é o que eu esperava para a sequência, mas isso felizmente permitiu ao autor produzir várias cenas nojentas e inesperadas que valeram a pena.

A inserção de uma nova protagonista, Tlavi, é muito bem-vinda, ainda mais considerando que o Leran, nossa herança do livro 1, não é lá dos melhores personagens. Entendo que ele seja falho e que os inúmeros erros dele sejam oportunidades para que cresça, mas a Tlavi erra de uma maneira muito mais considerada (pelo autor) e com consequências muito mais severas do que o Leran, que parece sempre estar a um golpe de sorte de morrer ou deixar morrer. Gostei muito de todas as sequências da Tlavi e queria mais dela e menos do Leran.

Vale notar o quão bem o Renan Carvalho narra as cenas de ação, que são vibrantes, movimentadas e dinâmicas sem parecerem simplesmente uma sequência de movimentos. Os acontecimentos em geral são interessantes e motivam o leitor a continuar com a história. Talvez o livro se beneficiasse de menos personagens para que os que temos fossem um pouco melhor trabalhados, assim como locações - a cidade de Tênus, que surge na reta final, é superficialmente apresentada e não dá tempo de nos importarmos com ela.

Apesar do caráter episódico da série, que parece pular de um gênero para outro a cada novo livro, fica a curiosidade para saber o que o título Supernova vai significar no terceiro volume, considerando que a irmã de Leran e também Tlavi são Estrelas, pessoas que têm um poder superior sobre os elementos. Afinal de contas, supernovas são explosões de estrelas - o que não pode ser boa coisa.
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