Encaixotando minha biblioteca

Encaixotando minha biblioteca Alberto Manguel




Resenhas - Encaixotando minha biblioteca


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Thaís Aguiar 08/03/2023

@elaselivros no Instagram


?Toda literatura preserva alguma coisa que de outro modo morreria com a carne e os ossos do escritor. Ler é resgatar o direito a essa imortalidade humana, uma vez que a memória da escrita é abrangente e ilimitada.?

Encaixotando minha biblioteca é um livro para amantes do universo literário, onde Alberto Manguel relata como se tornou leitor, quem foram os principais autores que moldaram seu perfil e senso crítico e quais livros o acompanharam durante toda uma existência, independente se expostos ou encaixotados.

De certo modo, este é um livro que resgata o amor pela leitura no coração de quem busca nas páginas de um romance um escape dos problemas diários, uma distração para momentos tediosos ou, não menos importante, lições fundamentais de vida que só seriam possíveis de serem aprendidas, se vividas.

O autor também destaca o papel da linguagem, das grandes ficções e das bibliotecas ao redor do mundo, desde que estas foram documentadas pelos primeiros leitores. Manguel relata como estas histórias seculares sobreviveram às diferentes gerações, aos pensamentos divergente à cultura e arte, aos desastres naturais ou, simplesmente, aos efeitos do tempo.

Livro mais que recomendado, digno de repetição sempre que a chama da paixão pela literatura ameaçar diminuir sua luz, seja pelo cansaço da rotina, seja pela falta de tempo ou outro motivo qualquer. Principalmente, recomendaria esse livro para os leitores em formação, que buscam identificar-se com as primeiras histórias, que os levarão à outras e outras, infinita e inevitavelmente.
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diliterando 19/04/2023

Para amantes de livros
Livro: Encaixotando minha Biblioteca
Autor: ??Alberto Manguel
Ed: compania
Pg:  184
" Toda literatura preserva alguma coisa que de outro modo morreria com a carne e os ossos do escritor, Ler é resgatar o direito à essa imortalidade humana, uma vez que a memória da escrita é abrangente e ilimitada."
??
Essa é uma leitura que indico para todo bookgram, um livro que fala de amor por livros e toda sua importância para a sociedade.
Aqui o protagonista é o próprio autor Manguel que no verão de 2015 ele prepara sua mudança da França para um apartamento em Nova York. O grande desafio é encaixotar sua modesta biblioteca com cerca de 35mil volumes...?????? ( imaginem só, que maravilha)
Com isso ele lembra de sua relação com livros físicos e bibliotecas públicas.
Nos reforça da contribuição literárias de clássicos na história e na vida do leitor.
Como a leitura amplifica o ser humano é nos da conhecimento e continuidade.
É um livro de amor ao livros, de carinho as folhas amareladas...?? na sutileza de se admirar a beleza de uma capa e viajar nessa fantasia que é Ler e se envolver em uma história.

" A generosidade de meus livros está sempre lá, como parte de sua natureza, e, ao retira-los de suas caixas, apesar de recém sido condenados ao silêncio por tanto tempo, eles ainda se mostram bondosos comigo."

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#diliterando
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 20/08/2021

Alberto Manguel - Encaixotando minha biblioteca
Editora Companhia das Letras - 184 Páginas - Capa de Ale Kalko - Lançamento: 2021.

Em 2000, o ensaísta, romancista, tradutor e editor Alberto Manguel comprou um presbitério medieval na França, e construiu uma biblioteca para alojar um acervo de 35.000 livros. A biblioteca foi desativada em 2015, devido à mudança para Nova York e o convite para Manguel exercer o cargo de Diretor da Biblioteca Nacional da Argentina. A última notícia que li sobre o destino desta biblioteca, agora com 40.000 livros, é que ganhará um espaço definitivo em Lisboa como parte do Centro de Estudos sobre a História da Leitura, podendo ser finalmente libertada dos caixotes.

Encaixotando minha biblioteca é inspirado na relação de toda uma vida do autor com os livros. Na verdade, Alberto Manguel não é um bibliófilo como José Mindlin, ele está mais para Umberto Eco e Jacques Bonnet, sem a seriedade de um colecionador profissional, mas sim com a paixão de um leitor compulsivo. Este é um daqueles "livrinhos" deliciosos que todo amante da leitura não consegue largar até o final e não conseguimos evitar a comparação entre o livro impresso e o virtual, a praticidade e velocidade da consulta em nossos tempos de Internet que parecem apontar, espero que não, para o desaparecimento das bibliotecas e bibliófilos.

"O antigo celeiro, em cujas pedras estavam gravadas as assinaturas de quem trabalhara nelas no século XV, guardou meus livros por quase quinze anos. Sob um teto de vigas desgastadas pelo tempo, juntei os sobreviventes de muitas bibliotecas que datavam de minha infância. Tinha uns poucos livros que um bibliófilo sério julgaria dignos: uma Bíblia ilustrada de um scriptorium alemão do século XIII (presente do romancista Yehuda Elberg), um manual de inquisidores do século XVI, diversos livros de artistas contemporâneos, um bom número de primeiras edições raras e muitos exemplares assinados pelos autores. Mas me faltavam (e ainda faltam hoje) os recursos financeiros ou o conhecimento para me tornar colecionador profissional. Em minha biblioteca, jovens e lustrosos Penguins se sentavam felizes ao lado de patriarcas encadernados de aparência severa. [...]"

Entre as diversas digressões de Alberto Manguel posso destacar as múltiplas citações literárias, passando em poucos parágrafos, e sem qualquer ordem cronológica, por autores tão diferentes quanto: Cervantes, Dante Alighieri, Robert Louis Stevenson, Lewis Carroll, Gustave Flaubert, Ray Bradbury, Marcel Proust, W.H. Auden, Homero, Sófocles, Jean Cocteau, Edgar Allan Poe, Franz Kafka, Vladimir Nabokov, William Shakespeare e com grande destaque para Jorge Luis Borges que ele conheceu ainda em Buenos Aires quando era um adolescente e Borges já estava praticamente cego, precisando que lessem em voz alta para ele, logo Manguel se tornou um dos leitores de Borges, várias vezes por semana de 1964 a 1968.

"Minha biblioteca, acomodada em estantes ou empacotada em caixas, nunca foi um animal único, e sim uma composição de vários deles, uma criatura fantástica formada a partir de várias bibliotecas criadas e depois abandonadas, repetidas vezes ao longo da vida. Não consigo lembrar de um tempo em que não tive alguma biblioteca. Minhas bibliotecas formam uma espécie de autobiografia em múltiplas camadas, todos os livros sustentando o momento em que os li pela primeira vez. As anotações nas margens, a data ocasional na folha de guarda, a desbotada passagem de ônibus marcando uma página por razões hoje misteriosas – todas essas coisas tentam me lembrar do que eu era então. Em geral, fracassam. Minha memória está menos interessada em mim do que em meus livros, e descubro que é mais fácil recordar-me de uma história lida uma só vez, faz muito tempo, do que do jovem que a lia."

Outras divagações do autor passam pela biblioteca de Alexandria que guardou, durante pelo menos três séculos, a maior parte do mundo do Mediterrâneo, sendo que seu fim ocorreu em circunstâncias tão incertas quanto as de sua existência ou o amor pelos mágicos e hoje anacrônicos dicionários diante dos dispositivos eletrônicos e aplicativos modernos, segundo Manguel algumas de suas aquisições favoritas: Petit Robert, Collins, Sopena e Webster's eram os anjos da guarda das suas bibliotecas. Uma época na qual não existia o poderoso Google, o que nos leva novamente à polêmica comparação entre livros impressos e a leitura por mídia eletrônica que provoca reações tão apaixonadas entre bibliófilos e amantes da cultura digital.

"Há leitores para quem os livros existem enquanto estão sendo lidos, e mais tarde como recordações das páginas lidas, mas que sentem serem dispensáveis suas encanações físicas. Borges, por exemplo, era um desses. Os que jamais visitaram o modesto apartamento de Borges imaginavam que sua biblioteca era tão vasta quanto a de Babel. Na verdade, Borges mantinha apenas poucas centenas de livros, e mesmo esses costumava dar de presente aos visitantes. Ocasionalmente, certo volume tinha valor sentimental ou supersticioso para ele, mas, de modo geral, o que lhe interessava eram algumas linhas relembradas, não o objeto material onde as encontrara. Para mim, sempre foi o contrário."

Sobre o autor: Alberto Manguel nasceu em 1948, em Buenos Aires. Passou os primeiros anos da infância em Israel, onde seu pai era embaixador, e concluiu seus estudos na Argentina. Morou em diversos países, como Espanha, França, Inglaterra e Itália, sempre rodeado por livros. Outras obras do autor no Mundo de K: Uma História Natural da Curiosidade (2016).
Paulo Sousa 21/08/2021minha estante
vou começar ele agora! :p


Alexandre Kovacs / Mundo de K 21/08/2021minha estante
Boa! Depois me conta se gostou.




Thamiris.Treigher 10/03/2023

Para os amantes dos livros
Um livro apaixonante para os apaixonados por livros! Escrito por Alberto Manguel, Diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, "Encaixotando minha biblioteca" é cheio de reflexões relacionadas às leituras, aos livros, às bibliotecas (pessoais ou públicas) e aos impactos que as diversas leituras vão causando em nós ao longo da vida.

Essas reflexões falam desde a paixão pelos livros até análises profundas sobre marcos históricos, como o incêndio da antiga Biblioteca de Alexandria, que, durante pelo menos três séculos, guardou sob seu teto a maior parte da memória do mundo Mediterrâneo.

Todas essas reflexões vão surgindo à medida que Manguel relata sua mudança da França para Nova York, o que faz com que precise encaixotar sua biblioteca pessoal, com cerca de 35 mil livros. Ele relembra todos os livros e bibliotecas que já passaram por sua vida, e o impacto inesquecível de tudo isso.

Uma leitura linda, cheia de carinho e que ressalta a importância dos livros nas nossas vidas pessoais e na sociedade como um todo. Se você é um amante dos livros, precisa ler!
Joao 10/03/2023minha estante
Nossa, adorei sua resenha! Fiquei com muita vontade de ler esse livro


Thamiris.Treigher 11/03/2023minha estante
João, ele é maravilhoso demais!! Super recomendo


Livia.Macedo 17/03/2023minha estante
Thamiris, essa resenha foi muito linda! Deu vontade de ler também.


Thamiris.Treigher 20/03/2023minha estante
Livia, obrigada ??? esse livro é lindo demais




Pittspin 16/10/2021

Excelente .....
" O infeliz podia ser meu inimigo,mas sinto pena dele quando o vejo carregado de infelicidades.Na verdade,dirijo meus pensamentos mais a mim do que a ele ,pois vejo claramente que todos nós que vivemos nesta terra nada mais somos que fantaamas ou sombras sem peso ".
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Shandra 19/08/2023

A incrível arte de ler
Que livro incrível, uma meditação sobre como os livros moldam nossa identidade, fala sobre a relação entre leitor e livro e a sensação de pertencimento que uma biblioteca proporciona. Indispensável para aqueles que assim como eu amam ler.
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Anthony Almeida 25/01/2022

Encaixotando nossas bibliotecas
Enquanto eu encontrava a crônica e as terras paulistas, Alberto Manguel se desencontrava. Prestigiado por suas obras ensaísticas sobre literatura e leitura, apaixonado pelos livros, Manguel também emigrava. Ele vivia no Loire, departamento da França, centro-leste do país, e lá, “num povoado tranquilo com menos de dez casas”, um antigo celeiro, anexo à casa, abrigava sua biblioteca de 35 mil volumes.

Eu, saído de Pernambuco para São Paulo, no mesmo Brasil, me vi atarantado com bem menos que ele. Abrir espaço e mochila a um punhado de livros geográficos foi difícil. Li a história dele e fiquei sem saber o que seria desmontar uma biblioteca tão imensa. Pelo jeito, o argentino também. Uma certeza, todavia, o acompanhou: um lamento por desfazer o seu recanto. Ao imigrar para um apartamento de Nova York, a solução: encaixotar a biblioteca, guardá-la num depósito, até que, com sorte, se achasse novo lugar para remontá-la.

Junto à queixa, Manguel usou da literatura e desabafou, refletiu o processo. Nasceu um livro: “Encaixotando minha biblioteca: uma elegia e dez digressões”. Nos conhecemos nele. Uma elegia é um poema-lamento, cheio de ternura e tristeza. Sua elegia, murmurada em prosa, recorta-se por digressões sobre leitura, literatura, biblioteca e, em especial, sobre a vida.

De 2015 a 2021, Alberto Manguel não sabia o futuro da empacotada biblioteca. Eu, me erradiquei no oeste paulista: dois anos em Presidente Prudente, cinco em Presidente Venceslau. O conheci no último ano venceslauense, numa ocasião semelhante. Minha biblioteca também havia crescido. Eu emigraria e encaixotaria meus livros. Só cem livros, mas uma biblioteca que me é tão lugar quanto o celeiro é lugar para Manguel.

Antes, ele se desencontrava da biblioteca; eu, de Pernambuco. Hoje, falta nada para o reencontro. Um casarão de Lisboa abrigará o Centro de Estudos da História da Leitura, com sua desencaixotada biblioteca. Notícia de agosto de 2021. No mesmo mês, decidi voltar à Pernambuco e, em janeiro de 2022, sabemos que o reencontro com os queridos lugares será já, já. Nossos corações, porém, estão em Lisboa e Recife. Faz é tempo.

site: https://www.instagram.com/anthonypaalmeida/
JurúMontalvao 25/01/2022minha estante
?wow?
Q relação única a q temos com os livros, principalmente os físicos né?
tbm iniciei um projeto pessoal com minha mini biblioteca. Tbm por causa de mudança. Incrível como são uma extensão da gente


Katia Rodrigues 25/01/2022minha estante
Q texto lindo! ??


Anthony Almeida 25/01/2022minha estante
Muito obrigado, Katia e Juruh. Leiam o livro do Manguel. É um carinho pra quem gosta de livro. E Juruh, depois me conta mais sobre teu projeto. ?


Julia Mendes 31/07/2022minha estante
?




Reader Za 01/09/2023

Toda biblioteca é autobiográfica
Manguel suas bibliotecas, sua paixão por livros e história? como não se apaixonar?

Um livro gostoso de ler, cheio de referências, citações e relatos de um aficcionado por leitura, literatura e principalmente a companhia de livros ( lidos, relidos ou simplesmente esquecidos).

Eu ?
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Araujo20 12/08/2023

Lemos para fazer perguntas
Que incrível viagem ao lado de Manguel e de sua biblioteca. O mote desse livro é a mudança de um lar e o ?encaixotamento? de 35 mil colegas de quarto, mas o alcance vai muito além. O autor fala sobre perda, medo, certezas? nos dá uma aula sobre leitura e literatura e como estão imbricadas ao cerne do nosso ser. Um livro pra ser lido com calma e deleitando-se com as muitas referências e citações.
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sr. felix 24/03/2022

Um prato cheio àqueles que amam estantes e livros!
Após quinze anos morando num recanto da França, Alberto Manguel é obrigado a deixar ? por questões judiciais ? o casarão acolhedor e pacífico que abrigava sua "modesta" biblioteca. À época, esta humilde habitação literária contabilizava cerca de trinta mil exemplares. Para Manguel, perdê-la, ainda que temporariamente, seria uma grande provação.

O doloroso processo de encaixotar todos os seus livros leva-o a um estado taciturno e meditativo. Lidar com o abandono do organismo vivo com o qual tivera o deleite de conviver por longa data se assemelhara a sensação de dar às costas a um amigo íntimo. E fora enquanto sepultava seus livros em frias caixas que germinou a ideia de escrever as digressões que residem nesta obra.

Influenciado pelo ensaio escrito em 1931 por Walter Benjamin, intitulado "Desencaixotando minha biblioteca: Um discurso sobre o ato de colecionar", Manguel aproveita a desagradável sensação de perda pra falar sobre a importância da literatura em sua vida pessoal e como as bibliotecas são uma ferramenta estrutural pra edificação ética e moral do ser humano e seu coletivo.

Com munição intelectual de sobra, ele tece suas ideias auxiliado por figuras ilustres como Dante, Homero, Cervantes, Lewis Caroll (e suas obras infantojuvenis), Borges (e suas experiências pessoais com o próprio Borges). Tão bem acompanhado, ele nos convida a passear por temas como a solidão e nossa busca por companhia, o inesperado e improvável instante em que suscita a criação literária, o mito de que melancolia faz boa arte, a estranha relação entre sonhos e literatura, o poder da linguagem... ?? ?????????.

Ler este livro é ser envolvido numa curiosa e dúbia relação de incapacidade intelectual e instigante deleite pelo conhecimento. É como seguir os passos de um erudito inveterado, sem o pudor de sentir-se imaturo, e agir livremente como criança diante do horizonte cultural que desponta a nossa frente. Valeu a pena cada minuto, cada palavra.
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Thalia58 29/01/2024

Escrito por alguém que ama ler para leitores que também são amantes da leitura
Imagine que você tenha uma biblioteca (com 35 mil livros) e precise encaixotar tudo porque vai se mudar para outro lugar. Imagine a quantidade de sentimentos e lembranças que traz essa experiência. É isso que você vai encontrar neste livro, a situação de fato acontece com o autor, Alberto Manguel que atualmente é o diretor da Biblioteca Nacional da Argentina em Buenos Aires. Então é um livro de não ficção escrito por alguém que ama ler para leitores que também são amantes da leitura.

O título já indica que são digressões, ou seja, divagações. Ele fala sobre a magia da leitura, das bibliotecas e da sua importância, citando muitos livros e autores com histórias e reflexões interessantes. Ele divaga sobre como as ideias do livro são concebidas, sobre o sofrimento e pobreza (e se elas são de fato as fontes para uma arte suprema). Fala da biblioteca como consolo ou refúgio, entre outros temas.

“Digo que, sem as bibliotecas públicas e sem conscientização do papel que desempenham, a sociedade baseada na palavra escrita está fadada ao desaparecimento”.

Um dos capítulos que mais gostei é quando ele fala sobre a criação da biblioteca em Buenos Aires logo no início da colonização aqui nas Américas e sobre uma exposição interativa da biblioteca inspirada em um dos seus livros, deu muita vontade de ter participado dessa exposição.

“É claro que a literatura pode não salvar ninguém da injustiça, das tentações da cobiça ou das desgraças do poder. Mas algo nela deve ser perigosamente eficaz, já que todo governo totalitário e too alto funcionário ameaçado tentam eliminá-la queimando livros, proibindo livros, censurando livros, aplicando impostos sobre livros, limitando-se a fazer de conta que respeitam a causa da alfabetização, insinuando que a leitura é uma atividade elitista.”

Recomendo muito essa leitura. Já fiz uma lista com os livros e autores citados, então se procura sugestões de leitura, este livro também é pra você. Inclusive quero fazer uma releitura depois de ter lido todas as referências.
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Otávio - @vendavaldelivros 17/01/2023

“Não gosto de ser proibido de escrever nas margens dos livros que pego emprestado. Não gosto de devolver os livros se neles descubro alguma coisa surpreendente ou preciosa. Como um ávido saqueador, quero que os livros que leio sejam meus.”

Tendo a crer que cada leitor tem uma experiência única com os livros e com a literatura em geral. Mesmo que tenhamos hábitos e costumes parecidos, cada pessoa tem, dentro de si, um sentimento que define essa relação. É óbvio que vamos encontrar leitores com as mesmas manias que as nossas e isso é, na verdade, uma das partes mais legais da vida de leitor, mas só dentro de nós mesmos, dentro de nossos corações, sabemos como os livros nos mudam.

Não poderia ter feito uma escolha melhor como última leitura de 2022 que “Encaixotando minha biblioteca”, do argentino Alberto Manguel. Pensando em encontrar um livro que tivesse indicações de obras ou resenhas curtas sobre as vivências literárias do autor, encontrei muito mais. Encontrei um livro que exalta não só os livros, mas as bibliotecas e, principalmente, as paixões que eles nos despertam.
Publicado em 2018 e impulsionado pela necessidade de mudança que o autor precisou fazer em 2015 (sair de sua casa medieval na França e se mudar para um apartamento em Nova York), aqui Manguel fala como a relação com sua biblioteca particular, de mais 35 mil livros, impactava sua vida e como as experiências derivadas dessas leituras o acompanham até hoje.

Da obsessão em acumular livros até seu trabalho atual como diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, em uma elegia e dez digressões, Manguel aquece o coração do leitor, mostrando como somos muitos, mesmo não parecendo, como o conhecimento se perpetuou através da história pela literatura e como as bibliotecas são importantes até hoje para a manutenção desse conhecimento.

Confesso que terminar um ano absurdamente conturbado e agitado como 2022 com esse livro foi um presente, um brilho de esperança em dias melhores baseado no fato de que nós, leitores, apaixonados pela literatura, cada um com suas manias e costumes, estaremos juntos lutando sempre por todos esses sentimentos incríveis que só os livros são capazes de criar dentro de nós.
Alê | @alexandrejjr 22/09/2023minha estante
Manguel é um dos poucos tesouros conservados de uma Argentina que tinha um futuro próspero, iluminista. Infelizmente, a conturbada política dos nossos hermanos fez questão de, nos últimos anos, diminuir cada vez mais o espaço ao diálogo e ao pensamento, o que vai resultar, creio, na trágica eleição de um lunático ainda pior que Bolsonaro.


Otávio - @vendavaldelivros 22/09/2023minha estante
É triste como conseguiram alimentar um fascista ainda mais louco que o que nós alimentamos aqui. Uma pena, mas acho que a sorte deles é terem colocado os militares nos respectivos lugares após a ditadura. Infelizmente por aqui ainda não podemos falar o mesmo.




Pandora 15/09/2021

Para quem ama livros e leituras o que pode ser mais gostoso que um livro sobre livros, bem escrito, fácil de ler e cheio de carinho pela história do livro e das bibliotecas? Pois é, a leitura de “Encaixotando minha biblioteca” do Alberto Manguel é um presente para as pessoas leitoras, um papo gostoso, bom de se ter numa noite de sábado que se alonga até uma manhã de domingo.
Comecei a ler o livro numa noite de sábado e só fui parar no fim da manhã do domingo de tanto que achei interessantes as digressões do Manguel. Sou apaixonada não só pelo ato de ler, mas também pelo de colecionar livros e pela pesquisa da história dos livros e da biblioteca.
Foi incrível ouvir sobre Gilgamesh, Alexandria, o Mundo Antigo Grego-Romano, Borges, dicionários e enciclopédias, as origens da cidade de Buenos Aires na Argentina. É possível sentir a paixão e o conhecimento da cultura ocidental que o Manguel acumulou ao longo da vida em cada página. Cita vários autores, compartilha experiências de leitura e impressões sobre os textos de Shakespeare, Kafka e Borges, fala sem pressa em uma linguagem fácil, sem ser prolixo.
Muitos dos livros citados por ele também fazem parte da minha trajetória como leitora, temos muitas paixões em comum como Kafka, Borges, dicionários e enciclopédias. Para a forma como construir minha visão de mundo a narrativa kafkaniana é seminal, o Manguel tem três estantes dedicadas só para Kafka. Meu Deus! Que delírio!
Concordo com vários pontos de vista do Manguel, com outros não concordo. Fiquei com vontade de reler alguns livros citado por ele e reler outros. Gostaria de apresentar Neil Gaiman e Sandman, acho que ele iria gostar. Esse foi meu primeiro encontro com o autor, espero que outro aconteçam.
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MatthewsVianna 10/04/2023

Apoiado em sua experiência de encaixotar sua biblioteca, o autor traz um panorama histórico e reflexões sobre a literatura, a leitura e o leitor. As digressões são usadas muito sabiamente e o texto só não me cativou mais, por eu não ter tanta intimidade com materiais de não-ficção.

Ainda assim, pela qualidade da escrita e bagagem inquestionável que o texto proporciona, recomendo a leitura, principalmente para amantes de livros.
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