Tori 18/03/2022
"Há palavras que nos curam, nos drogam, nos entorpecem, mas...também há aquelas que podem até mesmo nos matar"
Eu nem sei por onde começar a explicar a quantidade de emoções que eu senti lendo esse livro. A história de Evelyn é dolorosa e ver a retratação de um período histórico tão pesado é muito intenso.
Evellyn é uma garota judia levada ao campo de concentração de Auschwitz, onde conhece Ayden, um soldado alemão com motivos que o fazem protegê-la dentro do local. Durante todo o livro é possível ver como a jovem é bondosa e corajosa, porém isso a coloca em diversos problemas, o que não é agradável considerando a situação em que está. E, vou admitir, isso me irritou um pouco. Ela está em uma situação de vida ou morte, mas ainda assim, não pensa em si mesma. É um ato altruísta, porém não tão inteligente.
A relação de Evellyn e Ayden é complicada, cheia de obstáculos e com segredos obscuros e que são revelados apenas no tempo certo. Apesar de tudo, não acredito que a situação tenha sido romantizada. Foi tratada de forma cuidadosa e que representou de forma nua e crua o que acontecia nos campos de concentração (talvez até mais leve). Os personagens secundários também são cativantes e nenhum deles ficou com um final aberto.
Eu amei essa leitura, apesar de ser extremamente angustiante e dolorosa. O autor retrata a importância de seguir seus valores, seja com atos pequenos ou grandes, e mostra que há bondade mesmo nos lugares mais escuros.
O final foi bem inesperado e agoniante, mas eu entendi o motivo de ter acabado assim. Foi a melhor escolha dentre muitas escolhas ruins. Mas, foi um final digno.
Eu recomendo bastante para quem gosta de ler sobre a Segunda guerra mundial e o holocausto, exposição das camadas mais obscuras da sociedade e quer algo para chorar (muito mesmo, eu chorei o livro todo). Leiam, vale muito a pena.
Aviso de gatilhos: assédio sexual, estupro, abuso psicológico, racismo, intolerância religiosa, torturas e luto.