Mandark 13/01/2024Uma nova experiência literária...O mundo é grande demais pra gente ficar preso em um mesmo ciclo literário de autores e títulos para sempre. Diversificar e buscar coisas novas e diferentes é um caminho gratificante. Nos últimos anos tenho tentando superar as barreiras continentais e mergulhar de cabeça em novas culturas e me abrir pra tudo que pode surgir dessa nova aventura. E foi a partir de um artigo que, por acaso, me deparei com o nome da Mónica. Equatoriana e muito jovem ainda, trazia em sua narrativa um mundo novo, uma nova cultura e uma nova forma de enxergar esse mundo a partir de vivências pessoais e de relatos particulares de sua nação.
Outro atrativo fundamental pra mim diz respeito a escolha dos contos como alternativa para a construção dessa obra. Uma paixão antiga que acendeu meus olhos pra esse livro também.
Finalmente adentrei no livro cheio de expectativas e ansioso por comprovar as diversas críticas positivas que encontrei. E não me arrependi.
Todo o livro de contos tem um percurso complicado pela frente. Manter a harmonia entre as diversas narrativas escolhidas para compor a obra é uma tarefa árdua e os altos e baixos em um livro assim são quase inevitáveis.
Porém, Mónica sabia exatamente para onde estava indo desde a primeira página de "As Voladoras". Indigestos, incômodos e tratando de temas pessoais e perturbadores, os contos desse livro nos apresentam uma mitologia própria dos ambientes andinos e de seus moradores. Rondando montanhas, vulcões, vales e florestas, temos mães, filhas, avós, netas, irmãs, pais... Pessoas dispostas a serem confrontadas com seus medos e anseios.
Para mim os maiores destaques ficam por conta "Sangue Coagulado", "Caninos", "Soroche" e "O Mundo De Cima E O Mundo De Baixo".
Já quero, em breve, ler "Mandíbula", o romance da Mónica que já fiz questão de adquirir. Recomendado!