O crepúsculo da democracia

O crepúsculo da democracia Anne Applebaum




Resenhas - O crepúsculo da democracia


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Marcus Reis 05/08/2021

Excelente
Um ótimo exercício para aprofundar um pouco mais sobre esse novo movimento iliberal que vem surgindo no século XXI e desestabilizando diversas democracias ao redor do mundo.

A escritora traz uma visão de quem esteve dentro de todo esse movimento que vem acontecendo na Europa desde o início do século, e que ganhou força em outros locais do mundo, sobretudo nos EUA.

Outro ponto interessante é que podemos traçar um paralelo com a realidade atual que vivemos no Brasil. Conseguimos notar uma certa similaridade nos movimentos que levaram países como Polônia e Hungria aos seus atuais regimes autoritaristas, com os movimentos que estão acontecendo hoje no Brasil e em alguns outros países no mundo.

Esse 'liberalismo contemporâneo' se pauta sempre em pilares ideológicos, os quais, quase sempre, se repetem: nacionalismo majoritário, capitalismo nacional, defensoria da liberdade (jogar dentro das 4 linhas da constituição), familiarismo (defender a família), oposição de gênero e cristianismo.

Outro ponto em comum entre essa nova horda de iliberais é que, diferente dos regimes autoritários comunistas e das ditaduras militares, esses líderes alcançam o podem de forma democrática, através do voto popular, mas, uma vez no poder, eles dão início ao processo de erosão da democracia, tentando incitar a população a duvidar das instituições democráticas.
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Paulo Henrique 07/05/2021

O crescimento da loucura elitizada
Um livro que traz a ascenção da extrema direita no mundo e como eles operam, com base em um negacionismo e messianismo. A autora é polonesa, tendo vivido na Inglaterra e nos EUA, e se foca em como nesses três países radicais de direita assumiram o comando, mas principalmente como pessoas antes adeptas da democracia passaram a defender um sistema que tem por base o racismo e pré-conceito com minorias mesmo que essas não sejam o problema do país. Esse sistema cria inimigos inexistentes, gera fake news aos montes e tem por base destruir as instituições para que elas não possam reagir, e para isso se cerca de militantes fanáticos ou que queiram enriquecer sem muito esforço.
Um excelente livro que somado ao "Como Democracias Morrem" mostra os riscos que estamos passando em termos de liberdade ao redor do mundo e da crescente xenofobia e pré-conceitos contra fatores até mesmo inexistentes. O tal nacionalismo focado em "ser grande novamente" que passa por se fechar internamente e destruir oposição e instituições, negar a ciência e a verdade. E essa mudança tem uma característica de vir de líderes pouco preparados e de classes sociais abastadas, bem como seus adeptos, portanto é um movimento de elite que tem um viés de proteger os próprios interesses e chegar ao poder para nunca mais sair.
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Tatiane 16/07/2021

O título por si só já cativa: "O crepúsculo da democracia: como o autoritarismo e as amizades são desfeitas em nome da política". A autora, nesse livro, conta a sua história em meio às questões políticas com as quais convive e apresenta os rumos para, quem sabe, um retorno aos valores democráticos.

Preciso ser mais otimista. Ainda estou muito chocada com tudo o que está acontecendo.
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Luciana 09/01/2022

Um bom livro para se ter uma visão geral da atual realidade política no mundo. Autoritarismo, fake news, teorias de conspirações, como chegamos a isso e por que?
Com um olhar político mais próximo da Polônia, Hungria, Inglaterra e Estados Unidos, lugares em que a autora nasceu, viveu ou possui alguma relação de trabalho.
Vale a pena a leitura, mesmo que alguns assuntos não sejam aprofundados.
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Vinicius.Ferreira 16/07/2022

Tem de possuir conhecimento prévio
Livro bem abrangente, porém foca seus fatos no cenário polonês e norte americano.
Para um entendimento assertivo, deve-se possuir conhecimento prévio de ideais iluministas e contra iluministas, tal que te leve a uma base sólida de movimentos individualistas e coletivistas, assim compreendendo o crepúsculo da democracia exposto.
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Sofia.Riechi 15/09/2021

Um relato pessoal da triste realidade atual
Anne Applebaum utiliza de suas experiências pessoais, encontros com cientistas políticos, políticos, advogados e jornalistas de todo o mundo para descrever o avanço da influência da "pseudopolítica" em nossas vidas.
Debates calorosos, conflitos com pessoas queridas e o isolamento fazem parte dessa experiência.
Todos os dias nos deparamos com situações similares e não sabemos como reagir ou entendemos como elas existem. Anne nos ajuda a entender como familiares e amigos próximos, muitos deles estudiosos, se deixam levar, ou metem para si mesmos, sobre as teorias anti-sistema, ocidente e democracia.
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romulorocha 23/12/2021

O crepúsculo da democracia, de Anne Applebaum 9/10 ??
Em O crepúsculo da democracia, Applebaun apresenta e discute alguns cenários políticos ocidentais, como na Polônia, Hungria, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, nos quais regimes autoritários ganharam força nos últimos 20 anos.

Embora este gênero literário não seja o meu preferido, gostei da forma que a autora apresentou suas ideias. Não à toa, foi vencedora do prêmio Pulitzer. A primeira parte do livro é bastante densa, com muito conteúdo de geopolítica ocidental, já na segunda parte vai ficando mais leve com cenários mais recentes sobre as democracias e um aprofundamento da discussão.

Eu diria que este é um livro atual, esclarecedor (em certos aspectos) e necessário, sobretudo no cenário que vivemos hoje no Brasil.

Trechos do livro:

?É possível ter raízes em um lugar e, mesmo assim, estar aberto ao mundo. É possível se importar com o local e o global ao mesmo tempo.?

?Nenhuma vitória política jamais é permanente; nenhuma definição de ?nação? tem garantia de durar; e nenhuma elite, de nenhum tipo, seja ?populista?, ?liberal? ou ?aristocrática?, governa para sempre.?

?Sempre
soubemos, ou deveríamos saber, que a história poderia mais uma vez tocar nossas vidas privadas e modificá-las. Sempre soubemos, ou deveríamos
saber, que visões alternativas de nossas nações tentariam nos atrair. Mas talvez, abrindo caminho através da escuridão, descubramos que, juntos,
podemos resistir a ela?.

#resenhasdoromulo
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Drahcir.Arierom 16/06/2021

Onda mundial neofascista.
Livro é bastante atual e esclarecedor. Demostra que o que estamos vivendo no Brasil e simplesmente a cópia ou parte do que está acontecendo em outros países do mundo nos quais políticos surfam, não por acaso, em uma onda neofascista.
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Bel 03/09/2021

Esperava mais
Posso ter começado o livro com a expectativa muito elevada, mas eu realmente esperava mais dele. Algumas boas explicações e linhas de pensamento se perderam no meio de uma gama enorme de nomes de pessoas que não me são familiares. A forma como a autora relata os acontecimentos me fez ter a impressão de que as pessoas que o fizeram eram mais importantes do que o fato em si, quando na verdade o livro não é sobre isso. Para mim, faltou ampliar a narrativa para que a discussão atinja mais pessoas. Fiquei com a impressão de que ela me contou várias e várias coisas com diversos apontamentos interessantes ao longo do percurso, mas que não me levou a nenhum fim. Ainda assim, é um livro interessante e que aponta, como tantos outros, alguns problemas do extremismo (seja de direita ou de esquerda) e sobre as consequências naturais disso às democracias. Também nos mostra (não que seja um segredo) que a política acontece em ciclos - já que nossa memória é fraca o suficiente para esquecer dos horrores do passado e forte o suficiente para acreditar na romantização dele.
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Filyppe.Saraiva 29/11/2021

Esclarecedor e Angustiante
Não, o que vivemos no Brasil, com a amplificação de uma política autoritária que é ao mesmo tempo conspiracionista e despreocupada com o povo, atendendo apenas à demanda de quem está no poder, nada disso ocorreu por acaso. E é justamente o caminho que levou Bolsonaro e seus asseclas ao poder, assim como Trump, Boris Johnson e outros diversos políticos de "extrema direita" ao poder, o que esse livro busca apresentar. E aqui Anne Applebaum o faz de maneira impressionante. Nós conhecemos os fatos soltos, mas a história não se constrói com os fatos soltos, ela é feita da junção sequencial de vários acontecimentos (se repetindo em diversos países quase que simultaneamente), para levar ao mundo essa onda de cacofonia e caos.
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Gustav.Barbosa 09/02/2022

Vivemos nos últimos anos um recrudescimento de movimentos com tendências autoritárias em todo o mundo. Desde o governo do partido Lei e Justiça na Polônia, até o Trumpismo nos EUA, passando pelo partido Vox na Espanha e o Bolsonarismo no Brasil, é possível observar que grupos populistas nacionalistas têm enredado o cenário político de diversos países com grande força. Comum a todos é o uso de uma chamada guerra cultural e um aparato engenhoso de desinformação para buscar a atenção do público e chegar ao poder por vias “democráticas”.

Anne Applebaum, assim como Daniel Ziblatt e Steven Levitsky em Como as Democracias Morrem, nos descreve um modelo de deterioração da democracia que não é, como poderíamos estar inclinados a pensar, abrupto e escandaloso. Não é preciso haver tanques nas ruas e um congresso fechado para que um país esteja fadado ao colapso de sua democracia. Para que isso ocorra, o exército usado é bem mais complexo e inclui influenciadores intelectuais, mídias alternativas e um bom conhecimento do público que se deseja atingir. Nesse sentido, Applebaum usa a analogia dos escultores de César na Roma Antiga, que criavam diferentes versões de sua imagem, e diz que “nenhum autoritarismo pode ter sucesso sem o equivalente moderno: os escritores, intelectuais, panfletários, blogueiros, assessores de imprensa, produtores de TV e criadores de memes que vendem sua imagem para o público. Os autoritários precisam de pessoas para promover tumultos ou iniciar golpes. Mas também de pessoas que saibam usar uma sofisticada linguagem legal, capazes de afirmar que ir contra a Constituição ou distorcer as leis é a coisa certa a ser feita”. Não é difícil encontrar os representantes dessa miríade hoje no Brasil.

Costurando toda sua argumentação, a autora estabelece como a sedução do autoritarismo mina as relações entre indivíduos e grupos. Ela inicia contando de uma festa que deu em 1999 em um vilarejo polonês, na qual estava presente um bom número de políticos e jornalistas que hoje nem olhariam em sua cara. O motivo desse rancor seria as profundas alterações no cenário político polonês e americano trazidas pelo partido Lei e Justiça e por Donald Trump, dos quais a autora é crítica ferrenha. Citando Hannah Arendt, Applebaum sugere que essa mudança de posição de seus antes amigos, que em 1999 não teriam se dobrado aos desvarios antidemocráticos, tem relação com um ressentimento ou sensação de fracasso, sendo atraídos pela promessa de recompensa à fidelidade partidária. Os asseclas se percebem, então, participantes de um movimento grandioso e histórico. Creem que seus nomes estarão escritos nos livros futuros como benfeitores da humanidade e se orgulham por isso.

Porém, outro ponto essencial dessa rede é a população, que recebe o conteúdo proveniente desses intelectuais ressentidos. O estímulo ao pavor à complexidade, que favorece a busca e aceitação de teorias da conspiração simplistas em essência e “oferece ao apoiador a satisfatória sensação de ter acesso especial e privilegiado à verdade”, parece ser o modus operandi principal para cooptação dos eleitores. Por meio de notícias deturpadas e críticas grotescas, os indivíduos decepcionados com a “política de establishment” passam a acreditar que o novo grupo contracultura e antissistema é o que poderá salvá-los.

A autora não entrega uma solução para o estado de coisas vivido por muitos países por conta das ondas autoritárias nem acredita que tal solução única exista, mas apresenta algumas ideias que podem ser usadas. Ela enfatiza que devemos nos imunizar contra os pensamentos niilistas que nos tornam indiferentes à situação social e política da sociedade. Só assim poderemos nos importar com o que acontece e agir em favor da justiça, igualdade e liberdade. Ela termina com um olhar de esperança para a nova geração de pessoas que, mesmo com raízes em seus lugares de origem, estão abertas ao mundo. Talvez estes sejam “arautos de algo diferente e melhor, algo que ainda não conseguimos imaginar”. Nos preparemos então para isso.
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Tatiana 22/09/2022

Sobre o enfraquecimento da democracia
A democracia é um regime político adotado majoritariamente adotado por países do Ocidente, que nos últimos anos vem sofrendo duros golpes, altos e baixos, com a ascensão de governos populistas, demagogos, de extrema direita, ameaçando a liberdade quando não acesso a direitos básicos como educação.

A guerra na Ucrânia é um exemplo de como a democracia está frágil e a Rússia está usando sua influência e soft power para desestabilizar a região e de certa forma colocar os líderes do Ocidente em "xeque".
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Felipe770 17/09/2021

Excelente para compreender como o autoritarismo nostálgico restaurador está tomando o poder em muitos países, apoiado em medos e sentimentos cuidadosamente despertados por uma retórica e propaganda que apela para alguns botões que todos temos. Poderia ser um pouco mais extenso na análise, e com menos casos pessoais. Ainda assim, essencial para quem se interessa pelo assunto (e quem se interessa por conservadorismo, mesmo que não seja conservador).
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thapark 26/11/2021

Por que testemunhamos, nestas últimas décadas, pessoas, autoridades e nações se voltarem contra a democracia? É essa a pergunta que a jornalista americana pretende responder, a partir de uma análise do comportamento e da história humana moderna.
Os exemplos são vários, e perpassam por violações à Constituição, perseguição a funcionários públicos, destruição de instituições culturais, controle da mídia, restrição do debate político, sempre acompanhados do discurso arrogante, autoconfiante, nacionalista, xenófobo, homofóbico e autoritário.
Nesse cenário, a nova direita e a nova esquerda se encontram num ponto em comum, radicalizando o discurso que, viabilizado pela forma com que atualmente consumimos mídia, polariza, cria ressentimento e inveja, e alimenta o discurso de ódio.
O autoritário quer viver no mundo que apenas suas ideias e seus fatos são possíveis, sem pensar que sua expressão só lhe é concedida num ambiente de liberdade. Ao porvir caberá revelar o momento em que nos encontramos “… é possível que já estejamos vivendo o crepúsculo da democracia; que nossa civilização já esteja caminhando para a anarquia ou a tirania … ou talvez o coronavírus inspire um novo senso de solidariedade global … talvez a cooperação internacional se expanda.”

site: @livros_e_dicas
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