spoiler visualizarAghata14 03/11/2023
Todo dia preciso te dizer que te amo.
Ao indiciar a leitura, é perceptível ser uma leitura que flui bem (foi tão bem que terminei o livro em um dia). Não costumo ler sinopse de livros, porque tenho esse costume de escolher o livro apenas se a capa me chamar atenção, não aconteceu nesse caso, porque tive muito a curiosidade em ler aqui.
A história retrata a vida da Missy, uma mulher de 78 anos que se vê sozinha em uma casa gigante, sem marido, sem filhos e o seu neto. Por ser uma história em que a personagem principal é alguém de idade, é bom vê a pespectiva de alguém assim.
A história alterna entre a vida de agora da Missy e alguns pontos da sua juventude, principalmente quando ela conhece o Léo e de início parece ser um cara legal, acabamos gostando dele.
Especificamente sobre esse ponto, a relação Léo e Missy é estremamente precária, a gente vê uma mulher que se doa 100 % ao cuidado dos filhos, da casa e um homem que não devolve nem 5%. Eu achei péssimo, que homem escroto meu Deus, não seria possível gastar o seu tempo dando apoio para a sua mulher? Comprir direito o seu papel de pai no cuidado com os filhos?
É curioso como vivemos aqui o presente e volta e meia ficamos pensando no passado, em coisas que já foram, você se pega nesses pensamos "e se eu tivesse tido mais vezes", será que faria alguma diferença? Uma boa reflexão que fica, é que precisamos dizer as coisas, precisamos viver o momento e não deixar de falar o que precisa ser dito, infelizmente pode não ter um momento para depois e ficar pensando em tudo que poderia ser falado é só mais uma dor pra gente carregar.
Outro ponto que não gostei, é sobre uma expectativa que alguns pais colocam sobre os filhos no sentido de "vou criar esse filho e aqui e no futuro ele irá cuidar de mim", me parece uma visão errada, como se existisse uma "obrigatoriedade" nesse cuidado, mas não quer dizer também que as relações devam ser péssimas.
A dor de ser sentir sozinha é algo indescritível né? E é um sentir sozinha estando realmente sozinha, vazia em um lugar que um dia foi preenchido por dias felizes. Isso pesa tanto, acho que isso pesa tanto... ninguém nessa vida deveria se sentir sozinho.
E esse vazio de se sentir sozinho pode ser preenchido por pessoas boas, gentis que tem a nossa volta, não precisamos estar relacionados de forma amorosa para preencher esse lugar, criar um bom círculo de pessoas queridas ajuda. Gostei tanto que a Missy estava rodeada de boas pessoas que se importaram com ela, depois que ela deu espaço para deixarem conhecer ela. A surpresa de aniversário de 80 anos dela foi perfeita.
E também para colorir e dar vida em tudo, entra a bobby a cachorra que a Missy se dispõe em cuidar temporariamente, impossível não se afeiçoar a ela, destruiu meu coração a morte dela, me desabou, fiquei a leitura toda esperando acontecer algo e realmente aconteceu, não precisava ter ocorrido a morte dela, me deixou triste por toda a construção feita com a Missy.
Em sua última carta para a mulher pelo menos o Léo reconhece que foi um péssimo marido, pelo menos isso, gostei dessa frase que ele deixa ao final da sua carta:
"Podemos ter cantado músicas diferentes, e houve momentos em que desafinamos, mas, no fim das contas acho que harmonizamos bastante bem."