Thais Lima 10/07/2021
Uma surpresa maravilhosa
Esse é o livro da nova temporada da Austenland, corte do clube de leitura O Reino Literário dedicado a romance de época. A princípio eu não estava muito animada com o livro, a ideia de misturar fantasia com romance de época na minha cabeça não estava fazendo muito sentido. E terminei esse livro apaixonada pela escrita do autor, pelos personagens, pela história e a maneira como o Gui conduziu a trama de maneira brilhante, inteligente e delicada.
Os personagens desse livro são todos muito bem desenvolvidos, e todos eles tem uma trama pessoal que faz você gostar (ou não) daquele personagem. Os meus favoritos com certeza foram Flynn (meu amorzinho), Lillian e Charlotte, mas gostei muito do Erich e do Jasper também! E o ódio que eu senti pelo conde Alastor foi real, eu só queria dar um tiro na testa desse homem.
O livro vai muito além de uma história de amor. É um livro que te faz refletir sobre o que é justo, sobre o que é certo, e sobre o que é o amor. O autor conseguiu de maneira muito direta expor a hipocrisia da sociedade, que julga a forma de amar das pessoas como se fosse uma aberração, quando estão sendo pessoas perversas e cruéis o tempo todo. A gente vê isso com o conde Alastor, pai do protagonista Flynn. O homem é rude, cruel e agressivo, ele é a síntese de todas as coisas ruins que você pode imaginar. Flynn no entanto é um homem bom, decente, justo, carinhoso... Mas é sempre tratado pelo pai como uma decepção, uma aberração, e o pobre Flynn está disposto a abrir mão da própria vida pra orgulhar um homem que é horrível, mas se sente um verdadeiro cidadão de bem. Isso é tão real e, infelizmente, tão atual, que é impossível não perceber a mensagem que o autor quis passar.
Há um momento no livro, lá pro final, que a condessa Lillian pensa algo do tipo: "se nós estamos errados, quem vai nos consertar? Alguém como Alastor?". Isso foi um soco na cara! Como pode um homem perverso ser referência pra alguma coisa? Como pode ele dizer o que é certo e o que errado, sendo ele quem era? E não é assim que a nossa sociedade age? Pessoas fazendo coisas horríveis que sentem no direito de ensinar ou dar lição de moral em pessoas que são simplesmente quem são?
O final desse livro é incrível e me fez debulhar em lágrimas, eu tava pronta pra mandar uma dm pro autor pedindo que ele pagasse a minha terapia, porque eu fiquei simplesmente DESOLADA! Mas o livro tem dois finais diferentes, e cabe ao leitor escolher o final que melhor acha que representa a história. Eu achei essa sacada GENIAL! Não vou me ater a detalhes aqui pra não dar spoilers, mas cada final tem uma finalidade diferente: um deles oferece uma realidade perversa, e a outra esperança. Simplesmente sensacional!
Eu já virei fã de Gui Ribeiro e pretendo ler os outros livros do autor. Obrigada por ter aceitado participar da parceria com o Reino Literário. Você não faz IDEIA de como esse livro me marcou. Até agora, foi o melhor livro que li esse ano e vai ser difícil outro conseguir tirar esse título de Um Cupido Sem Coração. Muito obrigada mesmo!