Mariana Dal Chico 06/03/2021“A Alma perdida” de Olga Tokarczuk, ilustrado por Joanna Ragazzi, publicado no Brasil pela @todavialivros e traduzido por Gabriel Borowski, foi um belíssimo presente de aniversário que ganhei de amigos muito queridos @blogliteraturese e @literabola
A percepção do tempo é algo que me intriga e fascina, apesar de ser o mesmo e constante para todos, a sensação da passagem do tempo é algo peculiar, que em 2020 superou qualquer experiência que eu já tenha vivido nos meus 38 anos.
O medo, a incerteza, a insegurança, o distanciamento social, um turbilhão de sentimentos que interferem na percepção de que os dias passam em um piscar de olhos ou que anos se arrastam em apenas uma volta completa do ponteiro maior no relógio.
A cobrança para ser uma pessoa mais produtiva, mais ativa, mais prática, mais criativa, mais eficiente, mais organizada, mais focada, mais, mais, mais… Cresce e acaba fazendo parte da nossa rotina de uma forma que normalizamos esse comportamento e muitas vezes já me peguei me sentindo culpada por estar lendo um livro apenas por “prazer” em um domingo à tarde.
O livro é um convite para um mergulho em si mesmo, um olhar para dentro, para sair das linhas quadriculadas do caderno de matemática e das agendas com horários cronometrados e partir em busca da própria alma que talvez não tenha conseguido acompanhar seu ritmo frenético e ficado para trás em algum momento.
As ilustrações são belíssimas e casaram perfeitamente com o texto de Olga, que é curto, certeiro e indispensável. Um livro perfeito para te ajudar a parar e olhar o próprio velocímetro.
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