Helder 29/10/2020Coben e sua formula maravilhosaCuste o que custar é o penúltimo livro de Harlan Coben lançado nos EUA e o mais atual lançado aqui no Brasil pela Editora Arqueiro.
Muitas pessoas dizem que Coben tem uma fórmula para escrever livros e eu até concordo, mas por mim, torço para ele continuar com suas fórmulas, pois mesmo assim ele ainda consegue criar histórias extremamente criativas e consegue nos surpreender.
Vamos então ticar alguns itens do Checklist Harlan Coben de escrita:
- Protagonista é um homem. OK.
- Protagonista é o único que desconhece segredos da família. OK.
- Protagonista vai ter que fazer investigação por conta própria correndo risco de vida sem saber. OK.
- Livro com 3 histórias paralelas que aparentemente não tem nada a ver e que se encontram perfeitamente no final. OK.
- Livro com mais de um final, ou seja, quando achamos que a história acabou, Coben ainda tem mais uma surpresa. E aí ficamos calmos e felizes, mas ele aparece com mais uma carta na manga e dá mais uma puxada no nosso tapete. Ok, Ok, OK.
Mais uma vez temos aqui um homem cuja família tem segredos e que vai fazer o papel de detetive tentando descobrir o que aconteceu. Desta vez ele se chama Simon.
No começo do livro Simon se envolve em uma briga no Central Park quando bate em um homem e tem um vídeo viralizado na WEB.
Alguns meses depois ele é procurado pela polícia que lhe diz que aconteceu um crime, e que sua filha é a principal suspeita.
Acontece que há tempos Simon não vê sua filha, pois ela é viciada e fugiu de casa. Começa ai sua procura pela filha e a tentativa de descobrir a verdade sobre o que aconteceu.
Em paralelo a isso, temos a segunda ponta do novelo de lã que Harlan Coben solta sempre para seus leitores.
Nesta segunda ponta temos Elena Ramirez, uma detetive que é contratada por um rico empresário para encontrar seu filho adotivo desaparecido.
E temos ainda a terceira parte do novelo, onde conhecemos a dupla de matadores Ash e Dee Dee, que seguem matando pessoas por encomenda em lugares diversos, sempre fazendo com que os crimes pareçam algo diferente de uma simples execução, como suicídio, roubo, briga por drogas ou simples desaparecimento.
Assim como em todo livro do autor, até mais ou menos 60% da leitura , não temos a mínima ideia de qual a ligação entre a filha drogada, o rapaz desaparecido e o casal executor, mas isso só vai aguçando nossa curiosidade, pois seguimos os personagens esperando o momento em que todos irão se encontrar, e quando isso acontece, vemos que a inteligência de Coben é infinita, e que aquilo que achávamos que era o mote do livro, está longe de ser o causador de todos os problemas.
Desta vez Coben vai do tráfico de drogas a seitas messiânicas passando por sites de engenharia genética, em uma história tensa e, como sempre, sem nenhum furo.
E é como se fosse aqueles filmes da Marvel e eu precise dar a dica: Fique até o final dos créditos, pois o livro ainda tem “cenas extras”.
Se você acha que acabou, Coben não acha. Nada ali é por acaso.
Parabéns a Coben e que ele continue aperfeiçoando sua fórmula. O seu público agradece.