spoiler visualizarRonaldo Thomé 11/03/2019
Sobre a Alma
Maravilhoso! Platão, aqui, narra um diálogo sobre a morte de Sócrates, o grande mestre que abalou as estruturas da Grécia Antiga. O autor recupera o diálogo entre Fédon e Equécrates, em que o primeiro, ainda muito jovem, porém deslumbrado, narra o último dia de vida do filósofo grego e seus últimos ensinamentos. Sócrates permanece EXTREMAMENTE lúcido e sereno, até mesmo confortando (?) aqueles que lamentavam pela sua morte. E, como era de costume, o filósofo aproveita para dissertar sobre a morte e sua confiança no pós vida. É importante, aqui, ter um pouco de conhecimento sobre a Teoria das Formas (pela qual todas as coisas existem num plano físico, porém também em um plano transcendental, ainda que não exatamente espiritual). No entanto, ainda assim a obra é acessível e de fácil assimilação. O grande tema, aqui, é a alma: sua existência, sua natureza e sua imortalidade. Utilizando-se de seu estilo de argumentação lógica (a Dialética), Sócrates expõe seus argumentos de forma tão convincente para a época que é quase impossível, ainda hoje, constatar seu poder de persuasão (mesmo que não concordemos). É importante ter em mente que, na época, as ideias de Sócrates diferiam de tudo o que existia; sua argumentação e facilidade para associar ideias são assombrosas até os dias de hoje. Para além de tudo isso, Fédon é um retrato poderoso de como usar uma das ferramentas mais importantes da Filosofia: o poder do diálogo e a força dos argumentos, algo que muito nos faz falta hoje em dia.
Indicado para: entender a força que a crença, e o diálogo podem nos dar.
Nota: 10,0 de 10,0.