Diário de um Pároco de Aldeia

Diário de um Pároco de Aldeia Georges Bernanos




Resenhas - Diário de um Pároco de Aldeia


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Marcos606 11/08/2023

O romance descreve a existência discreta de um jovem padre católico na pequena paróquia de Ambricourt, no norte da França. Ele sofre de dores de estômago e desespero pela falta de fé da população da aldeia. Ele sabe que é fraco, inferior e pensa que às vezes é tocado pela loucura, mas acredita fortemente que a graça de Deus passa por seu sacerdócio.
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Douglas 02/09/2022

Diário de um pároco de aldeia mostra a realidade de um jovem padre segundo suas próprias palavras. A história consiste principalmente em profundas reflexões sobre as mais variadas questões da vida ? religiosa ou não ? como morte, doenças, incertezas, relacionamentos, entre outros...e por ser ainda um jovem e inexperiente sacerdote, está sempre a aprender com as suas vivências como pároco.
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Carla 17/04/2022

?Não tem importância? Tudo é graça?
Livro belíssimo! Repleto de reflexões acerca da vida e da morte; virtudes e vícios; Bem e o Mal; vocação e fidelidade? Quanta riqueza e beleza nestas páginas.
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samucacn 31/03/2022

Diário de um pároco de aldeia
Um romance de Georges Bernanos publicado em 1936 pela editora Plon tendo recebido o Grand prix du roman de l'Académie française desse ano. Em 1950, este romance foi incluído na lista do Grand prix des Meilleurs romans du demi-siècle.
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Anderson Theodoro 25/11/2021

Leva à reflexão
A história nos leva a refletir sobre a importância dos detalhes da vida e do aprendizado que nos faz evoluir a despeito de que nossos corpos corruptíveis demonstram.
Libido sciendi...
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Guiliardo 09/07/2021

Afinal, o que é a santidade?
“O mundo está sendo devorado pelo tédio. Naturalmente, é preciso refletir um pouco para percebê-lo, não é algo que salte aos olhos. É uma espécie de poeira. Você vai e vem sem vê-la, você a respira, você a come, você a bebe, e ela é tão fina, tão tênue que nem estala entre os dentes. Mas se parar em um segundo, eis que ela cobre seu rosto, suas mãos. É preciso agitar-se sempre para sacudir essa chuva de cinzas. Então o mundo se agita, muito.”

DIÁRIO DE UM PÁROCO DE ALDEIA versa sobre a história de um jovem padre, pároco de uma pequena aldeia no norte da França, que lida com o ofício e a insegurança de sua pouca idade.

É um relato em primeira pessoa – escrito em forma de diário – sobre os acontecimentos, sobre suas dúvidas, inseguranças e, mais do que tudo, um retrato do jovem sofrido.

Sempre fui inclinado para esse tipo de escrita tão pessoal, tão íntima que nos é descrito em livros desse formato. Somos postos sob os olhos da personagem, arrebatados pelos sentimentos que sente e lançados para o mais alto dos cumes, serpenteando o ar de sensações enquanto tentamos, ao mesmo tempo, nos segurar.

Mas aqui não é espaço para divagar sobre o meu gosto literário, mas, sim, elaborar uma resenha sobre esse livro tão doce que acabo de ler.

Afinal, o que é a santidade? Não sou versado em teologia, meu conhecimento filosófico, propriamente dito, é muito escasso, muito raso para traçar qualquer linha de raciocínio que fizesse minha pessoa responder tal pergunta, contudo, meus caros, eu tenho intuição. E a intuição me diz que esse personagem, esse jovem pároco de aldeia, vive, da sua melhor forma, a santidade nos seus dias. Em meio aos seus inúmeros erros como servidor da igreja observamos a honestidade de seus atos, a sua devoção para com o Cristo e a fé que, mesmo em meio a dúvida, volta sempre mais forte, com mais vigor.

É um livro para os crentes, para os não crentes... para pessoas. Descrito em suas páginas, mais do que o ato de fé de um homem, observamos o próprio ímpeto humano pela busca de sentido, um conflito da razão com os sentidos, com o corpo que luta contra a doença, a compaixão descrita em uma forma quase sublime.

DIÁRIO DE UM PÁROCO DE ALDEIA foi um dos poucos livros que me deixaram com a ressaca do querer, a tão boa sensação de convalescença – o levitar ao seu fim.

Espero que possam fazer bom uso dessa “resenha” e que, se possível, leiam essa obra tão primorosa do Bernanos.

Mas, enfim... “Não tem importância... Tudo é graça.”
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Caio.Augusto 20/10/2017

Un livro belíssimo, que juntos da história em si, fornece pontos de reflexão simples e pertinentes sobre a vida prática dos católicos.
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MARCIA MARIA 10/09/2014

Ler e viver
Verdadeiramente é uma obra-prima. E como poucas, deverá ser lida com o coração, pois a leitura leva o leitor a se encontrar no livro, o leitor coloca-se como personagem e a partir daí mergulhando nesse universo passa a ser, ver e viver os personagens.
Maravilhosamente espetacular.
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Evandro 13/04/2013

Vida
Uma obra-prima. Mas para ser lida com o coração. Não adianta querer fazer crítica literária deste livro. Bernanos é para ler e se ver ali, ser o que os personagens são, ver o que eles vêem, vivê-los.
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Arsenio Meira 22/02/2013

Eis Georges Bernanos: soldado de trincheira na famigerada Primeira Grande Guerra, casou com uma descente dos Arc, família que conta como seu membro mais ilustre uma certa Joana.

O Homem não parava: certo dia, cismou de buscar exílio no Paraguai; antes, parou no Rio de Janeiro. Otto Lara Resende conta que foram vê-lo Augusto Frederico Schmidt e Alceu Amoroso Lima. Foi a Assunção, deu uma volta por Buenos Aires, mas logo retornou para o Rio. O Brasil fisgou o inquieto intelectual e combatente francês. E não veio só. Acompanhado da família, constituída pela esposa de uma linhagem heroica e santa, seis filhos (!), um sobrinho e um grande amigo francês, igualmente premido por guerras e ditaduras.

Bernanos quis ser fazendeiro e não deixou por menos: fixou-se sucessivamente em Itaipava, Vassouras, Pirapora e Barbacena.

Num bairro que tornaria mundialmente celébre (Cruz das Almas, em Barbacena- MG), viveu os últimos anos (1940-1944) de sua atribulada e rica existência.

Pouco depois do fim da II Grande Guerra, Bernanos morreu na Europa 1948.

O Diário de Um Pároco de Aldeia, publicado em 1936 é sua obra-prima.

O pároco de que trata a obra é um jovem devotado a Cristo, à Igreja e a seus paroquianos, especialmente àqueles mais pobres, a maioria. Leva uma vida miserável, muito por conta de problemas estomacais e, a julgar pela descrição do autor, usa uma batina surradíssima. (Bernanos era um católico fervoroso, mas não era cego.)

A grande sacada do livro é o diário onde estão anotados pensamentos, reflexões e impressões do jovem pároco. São observações que faz sobre a sua vida, mas principalmente a dos outros.

Poucos livros expõem tão claramente a miséria humana quanto este o que, concomitantemente, o faz muito, muito humano.

Tanto que chega a incomodar. Li e reli. Não é lá tão fácil ou palatável. "O Diário de Um Pároco de Aldeia" pode ser apresentado através de um trecho de "A Mesa", do gigante Carlos Drummond de Andrade, um dos mais belos poemas já escritos neste mundo:

"Feroz a um breve contato,
à segunda vista, seco,
à terceira vista, lhano,

dir-se-ia que ele tem medo
de ser, fatalmente, humano."


Daniel 23/07/2013minha estante
Um livro tão triste. O personagem principal transpira humanidade, e é impossível não condoer-se com sua simplicidade, sua humildade e impotência em ser missionário em meio a tanto desencanto. Neste contexto a religiosidade trouxe pouco conforto e MUITA culpa. Achei muito comovente a parte na qual ele se sente livre e feliz num passeio numa motocicleta com um amigo, simplesmente desejando ser uma pessoa comum, sem o fardo de ser um salvador de almas.


Arsenio Meira 23/07/2013minha estante
Certeiro, Daniel. Seu comentário, pra variar, é uma resenha. Por isso que escrevi: não é um livro fácil. É angustiante, e evoquei o Poeta Maior (pra mim, pelo menos), Drummond, e os versos que, sob meu ponto de vista, retratam a aflição que atinge a índole do protagonista do livro.

Num escrita simples, Bernanos retratou com precisão cirúrgica o fardo, como você bem escreveu, que se dá quando alguém se vê perdido.

A religião, nesse caso, e secularmente, sempre apontou mais para este lado: culpa e tremores (fortíssimos), e (frágil) conforto.


Klynton.Borges 12/01/2023minha estante
Excelente resenha! :)




jota 20/01/2012

Uma vida humilde
Primeira metade do século XX (o livro é de 1936). Jovem e humilde pároco de aldeia do interior francês pretende registrar em seu diário uma conversação entre Jesus Cristo e ele, "um prolongamento da prece, uma forma de contornar as dificuldades da oração..." Mas o que é que seu diário revela? Como ele próprio reconhece, "o desmesurado lugar que ocupam, em minha pobre vida, essas mil pequeninas preocupações de todo dia, de que me julgava liberto." São justamente elas, ao lado das outras, as grandes questões espirituais propriamente, que tornam este livro interessante de se conhecer ainda hoje em dia.

O padre é fundamentalmente devotado a Cristo, à igreja e a seus paroquianos, especialmente àqueles mais pobres, a maioria. Leva uma vida miserável, sua batina é puída e remendada, às vezes mal tem o que comer. Sente fortes dores no estômago, um tormento. Prossegue anotando em seu diário pensamentos, reflexões, impressões, conversas que teve com superiores, paroquianos, autoridades, etc. São observações que faz sobre sua vida, a dos outros e sobre a vida em geral. Às vezes se arrepende do que escreveu ou pensou, rabisca ou rasga fora alguma página. Ele é demasiadamente humano...

Registra ainda que sua luta espiritual resulta ineficaz naquilo que entende ser seus esforços para melhorar a vida dos pobres paroquianos. Fisicamente ele também se mostra cada vez mais fraco: luta contra uma doença estomacal grave; os fofoqueiros locais atribuem sua fraqueza à embriaguez - na verdade lhe faltam forças para enfrentar a faina diária; quase tudo que ingere lhe faz mal. Suporta apenas molhar o pão em vinho aquecido misturado com açúcar; vinho de péssima qualidade - o único que pode comprar...

Depois, seu papel na conversão de uma condessa rica, que morre de repente, agrava a sua ambivalência moral e motiva a repreensão de seus superiores, bem como da família da mulher. Seu estômago piora, e ele procura ajuda médica na cidade de Lille. Mas parece ser muito tarde já...

As últimas páginas do livro apresentam alguns belos trechos do jovem pároco conversando com o médico que foi consultar, este também a um passo da eternidade. E são comoventes os cuidados que lhe são dispensados por um antigo colega e sua companheira (ele, um ex-padre) quando a doença se mostra mais agressiva.

O jovem pároco me lembrou demasiadamente São Francisco de Assis (ainda que fosse aquele que está em minha cabeça, claro). Um dos muitos méritos do livro de Bernanos.

Lido entre 16 e 19.01.2012.
Natalie Lagedo 19/12/2020minha estante
Muito comovente, muito humano.


jota 20/12/2020minha estante
Um livro inesquecível, de fato.




Pseudokane3 14/08/2010

Deus em páginas!
Antes de ler este livro sublime, tinha visto o filme de Robert Bresson dele derivado... E, tal qual disse o André Bazin, Robert Bresson reescreve o livro da mesma forma que ele foi escrito, com a mesma consciências pascaliana do que é submissão voluntária a uma idéia de Deus. Reescreve o livro em imagens como se o estivesse relendo ao nosso lado... reli o livro depois e... Vida pulsa aqui, ao lado do pároco de Ambricourt... Tanto quantos aquelas ausentes páginas de diário que tanto revelam... Perfeito da primeira à última página!

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