O Alienista

O Alienista Stephenie Meyer
Machado de Assis
Machado de Assis




Resenhas - O Alienista


3853 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Mel 27/11/2010

O ALIENISTA é uma obra muito conhecida do Machado de Assis que aborda de uma forma muito diferente, mas que considero um tanto quanto realista, a sanidade.

Bom, a história gira em torno de um psiquiatra, Simão Bacamarte, que retorna à cidade de Itaguaí depois de formado, e decide abrir uma instituição que hoje chamaríamos de sanatório. Na época, casas de tratamento para doentes mentais era algo totalmente inovador, uma vez que costumava-se isolar pessoas com distúrbios do convívio com a sociedade. Assim, Simão começa a internar as pessoas que ele diagnostica como insanas para tratá-las e aumentar seus conhecimentos sobre a loucura humana.

Conforme a história vai se desenrolando, ele acaba identificando comportamentos anormais em diversas pessoas, e a instituição começa a ficar cada vez mais cheia, a um ponto em que passam a existir mais pessoas dentro do sanatório do que fora, e ele começa a se perguntar se talvez o "anormal" não fosse a ausência da loucura (considerando aqui a definição que até hoje é válida para comportamento anormal, sendo ele aquele que foge dos padrões da maioria da população em termos sociais e culturais). A partir de então o livro começa a abordar essa questão muito interessante da LOUCURA x SANIDADE, e a trama toda tem um desfecho muito legal.
Teco 23/02/2013minha estante


"Como deve ser divertido" a vida destas pessoas em ser e galgar chamarem os outros de loucos. Loucos somos todos nós, e "só os loucos sabem", é dedicado a todo mundo, e nestas se perpassam, imprimem e almejam um viver que é de cada com si, mas que a todo tempo entrelaça a um coletivo, do jeito que for é assim. O movimento e a consciência é de coragem, de ter e buscar ter ela e o simples do comum que é arte maior de cada um (e aí está a maior das loucuras, as admiráveis). Que viva a diversidade, o ser quem é, o não preconceito, a empatia, a compaixão, o encorajar de viver sonhos, que sim, eles são, uma realidade que pode ser próxima, que pode já ser anterior ao passo do já escrito que é o descobrir de si mesmo, da pessoa, em meio e em frente a uma vida mutante, ambulante, montanha-russa, de quedas, encontros, desencontros, e que, com certeza,a maior revelação e expressão é a comunicação do amor, que te mostra um caminho de maturidade, mas, sim, também, de ?loucura?, ou seja, de coragem em ir em sua pessoa ao encontro de si mesmo e nas andanças que te mais revelem, a consciência e a loucura vindo ao que é e ao que for, admirando loucura e sabedoria, que se afinam sem ser dubitável que a simplicidade reúne todas as esferas.



Resenha em andamamento.


Rosendo 03/11/2020minha estante
parabéns por seu resumo bem feito


Marcia 16/12/2020minha estante
Mais uma obra primorosa do bruxo das Laranjeiras.


Oliver 23/04/2022minha estante
Excelente resumo


DAbora89 16/02/2023minha estante
Amei


Loren 01/01/2024minha estante
Legal vou lê belo resumo


Raven3 27/01/2024minha estante
nossa seu resumo tá perfeito


Samara833 27/05/2024minha estante
Vou começar a ler agr,vamos ver se é realmente bom!!!!


Samara833 27/05/2024minha estante
Nossa!!,o primeiro que eu li parecia que ia acontecer uma tragedia,a sorte que tinha esse médico!!!!!


Samara833 27/05/2024minha estante
Gente tô amando ler esse livro!!!!!!!!!


Samara833 27/05/2024minha estante
Parabéns Simão bacamarte por entender uma reforma tão ruim!


Samara833 27/05/2024minha estante
A melhor parte?veja se seu marido dá um passeio ao Rio de Janeiro?,kkkkkkk!!!!(ameii)


Samara833 27/05/2024minha estante
Minha meta é,conseguir ler esse livro até a última pág(vamos ver se vou conseguir comprir essa minha meta),inclusive tô gostando bastante de ler,comecei hj e já tô amando por mas que eu ainda esteja na pág 8(capítulo 1),tô simplesmente amando!!!!!!


Samara833 27/05/2024minha estante
?D.Evarista ficou aterrada.Foi ter com o marido,disse-lhe,(que estava com desejos),um principalmente,o de vir ao Rio de Janeiro e comer tudo o que a ele lhe parecesse adequado a certo fim?,tbm amei essa parte do trecho!!


Samara833 27/05/2024minha estante
Coitado do escrivão perdeu-se nos cálculos da aritméticos!


Samara833 27/05/2024minha estante
?hihihi,?-os cálculos não são precisos,disse ele,porque o D,bacamarte não arranja nada,quem é que viu agr meter todos os doidos dentro da mesma casa ??, vai ter briga!!!!


Samara833 27/05/2024minha estante
Mdssss,50 janelas é muitoooo!!!!!!!!




Bookster Pedro Pacifico 24/07/2023

O alienista, de Machado de Assis
Publicada pela primeira vez em 1882, uma das principais obras de Machado de Assis surpreende pelo caráter atual dos temas nela tratados. Somos colocados diante da linha tênue que separa loucura e lucidez, onde uma epidemia de pessoas consideradas como impróprias para um convívio social saudável. E o abuso de quem tem o poder de decidir e separar aqueles que são considerados como sãos dos demais, sujeitos à segregação.

Na novela criada por Machado, essa autoridade é exercida por um médico, Dr. Simão Bacamarte, que tem uma formação e uma origem tidas como invejáveis e se interessa muito pela mente humana. Em seus estudos sobre a razão, pretende internar aqueles considerados como vítimas da loucura em um manicômio, a Casa Verde. Com a anuência do poder público, o protagonista inicia a sua jornada. No entanto, o que começa com intenções aparentemente razoáveis, passa a apresentar traços de uma obsessão.

Utilizando a ciência como justificativa para suas atitudes agressivas, o Dr. Bacamarte vai contra todos no seu objetivo de eliminar a loucura. Aos poucos, a pequena cidade que serve de palco para a narrativa começa a perceber que ninguém está a salvo do poder daquele médico. E a dúvida passa a atormentar a cabeça de todos: quem realmente são os loucos, e quem ainda é são? Seria possível fazer essa distinção?

E para coroar uma história com um tema tão interessante e atual, ainda temos a escrita impressionante de Machado de Assis. Em “O alienista”, o autor usa a sua tremenda habilidade com a língua portuguesa misturada a um intenso toque de humor e sarcasmo. O Bruxo do Cosme Velho é realmente genial!

PS: essa edição da @antofagica é maravilhosa, com ilustrações de Candido Portinari e textos de apoio!

Para mais resenhas, siga o @book.ster no instagram

site: https://www.instagram.com/p/Cu23SJcrrVT/?img_index=1
Flávio 24/07/2023minha estante
????????


palomalm14 25/07/2023minha estante
Sempre lembro de ?Balada do louco?!


Sperandiocarol 25/07/2023minha estante
Amooo suas resenhas...




Regis 26/08/2022

Satírico e Maravilhoso

O Alienista é um clássico da literatura brasileira escrito em 1882, no conto somos apresentados a Simão Bacamarte, um estudioso que convence a cidade de Itaguaí à fundar um hospício chamado Casa Verde, para que possa aprender mais sobre a psiquiatria.

Desse conto só posso dizer que: amei cada momento de loucura desenfreada, realidade desajustada, crítica social, relações políticas, relações pessoais, egoísmo e vaidade humana contidas no livro.
O limite entre a loucura e a sanidade são abordados com exemplos marcantes, o texto é satírico e irônico. Todo o enredo te faz rir desbaratinadamente, para ao final, te fazer refletir copiosamente ao perceber os paralelos com a realidade.

A alusão de que Simão Bacamarte é uma espécie de Dom Quixote, e que o Boticário Crispim Soares, um Sancho Pança (personagem do romance de Miguel de Cervantes), é hilária e oportuna em um determinado momento.
A comparação da Revolução dos Canjicas com a Queda da Bastilha, é revigorante e engraçada.
Tudo tende à loucura, o exagero e ao espetáculo, de uma forma tão maravilhosa, que não pude deixar de ficar com um sorriso no rosto durante toda a leitura (Assim como Ariano Suassuna, sou fascinada com o mundo da loucura). Mas, ainda assim, não pude fugir de sérias reflexões.

A escrita é maravilhosa, clara e consistente. As expressões rebuscadas, tornam necessário o uso de um dicionário, mas isso, longe de atrapalhar, enriquece à experiência.
O cenário da vila de Itaguaí, é tão detalhadamente descrito que nos faz entrar nesse mundo (na época do Brasil Colônia) de cabeça, sem em nenhum momento questionar a veracidade dos acontecimentos ali vivenciados.

A constatação do que é loucura, ficar à mercê da perspectiva científica apenas de Simão Bacamarte, dá um desfecho crítico e surreal à história.
A obra é esplêndida, a mensagem que passa é intrigante e nos faz refletir sobre os paralelos com a realidade atual.
Recomendo.
Cleber 26/08/2022minha estante
Adorei a resenha! Também pensei na analogia com o Dom Quixote e suas trapahadas :)


mpettrus 26/08/2022minha estante
Adorei a analogia com Dom Quixote. Nunca tinha me ocorrido fazer esse paralelo. Parabéns ????


Regis 26/08/2022minha estante
Obrigada mpettrus! ?


Regis 26/08/2022minha estante
Obrigada Cleber!
O livro é maravilhoso! ?


DANILÃO1505 26/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Regis 26/08/2022minha estante
Obrigada Danilo! ?


@voulerdenovo 27/08/2022minha estante
Eu amo esse livrinho! ?


AnonymousCow 27/08/2022minha estante
Ok, sua resenha me deixou com vontade de ler. Lá vou eu procurar nos sebos daqui rs
Mas só depois de ler Dom Quixote.


Regis 27/08/2022minha estante
Dom Quixote é muito bom também, AnonymousCow. ?


Regis 27/08/2022minha estante
Também amei esse livro, albapaz. ?




marina.siqueira 12/07/2021

"Quem é louco em Itajaí?" Costa, prima do Costa, o(s) barbeiro(s), D. Evarista? Mentira, superstições, vaidade, inveja, fofoca e ambições. Não são todas formas de desequilíbrio das faculdades mentais? Talvez a loucura esteja em acreditar nas "mil outras explicações que não explicavam nada",  no que o vizinho do amigo do seu tio disse, nos delírios de poder de um tirano. Talvez a loucura esteja naquele que finge indignação visando benefício próprio, naquele que, pelo medo, recorre a meios escusos, afinal, "o terror também é pai da loucura".
"Quem é louco em Itajaí?" A esposa do boticário, o padre, o vereador, o próprio Bacamarte?  Modéstia, tolerância, honestidade, lealdade, sinceridade. Se o normal for o desequilíbrio das faculdades, a loucura segue a moral? Mas se todos acabaram convertidos ao desequilíbrio, onde termina a moral e onde começa a hipocrisia?
Então, talvez você seja louco. Talvez eu seja também. Talvez a loucura seja intrínseca ao ser humano. "Não se sabia já quem estava são, nem quem estava doido."
"Quem é louco em Itajaí?" Bem, depende da sua definição de loucura.
Alê | @alexandrejjr 16/07/2021minha estante
Que resenha deliciosa, Marina! Parabéns!


marina.siqueira 17/07/2021minha estante
Muito obrigada!




3.0.3 06/05/2024

Os paradoxos da razão e da loucura em O Alienista
“Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.”

Publicado em onze exemplares no periódico A Estação (1881), O Alienista é uma obra central no cânone literário de Machado de Assis (1839-1908). Servindo de obra introdutória em Papéis avulsos (1882), é um texto enigmático que desafia qualquer categorização. Embora inegavelmente humorístico, com episódios memoráveis, personagens cômicos ​​e frases espirituosas, a obra é tão complexa de definir quanto o seu protagonista, o alienista Simão Bacamarte. O texto marca o início da fase realista de Machado e introduz diversos elementos que se tornaram característicos em obras posteriores, como a crítica social e a análise psicológica. Usando-se de um narrador onisciente, Machado expõe o egoísmo e a vaidade que estão sob a superfície do comportamento humano.

Basicamente, O Alienista narra a história de Simão Bacamarte, um devotado médico cujo foco é o estudo e o tratamento de doenças mentais. Após concluir sua formação na Europa e se tornar um renomado especialista, Bacamarte opta por residir na pequena cidade de Itaguaí, situada no Rio de Janeiro. Na esperança de constituir família, casa-se com D. Evarista, mas não conseguem ter filhos. Bacamarte funda na cidade a Casa Verde — hospital dedicado ao atendimento de doentes mentais —, e a instituição logo se torna um elemento de destaque na comunidade. Com ideias pouco convencionais em mãos, o médico desafia as dinâmicas de poder estabelecidas na cidade, as quais são dominadas pelo padre, pelo prefeito, pelos vereadores e pelo juiz. Bacamarte inicia uma série de experiências, detendo e libertando pacientes do seu hospital, tudo na tentativa de descobrir a real distinção entre loucura e razão. Suas ações resultam na prisão de inúmeras pessoas, acabando por desencadear uma revolta popular comandada pelo barbeiro Porfírio. Apesar de todos os esforços, a Casa Verde mantém-se de pé. Enfim, tomando-se como louco, Bacamarte é internado em seu próprio manicômio até morrer.

***

“O principal nesta minha obra da Casa Verde é estudar profundamente a loucura, os seus diversos graus, classificar-lhe os casos, descobrir enfim a causa do fenômeno e o remédio universal. Este é o mistério do meu coração. Creio que com isto presto um bom serviço à humanidade.”

Num mundo que avança rapidamente, O Alienista dá um passo atrás, transportando os leitores para o crepúsculo da era colonial do Brasil. O mesmo acontece com Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), que retrocede para uma época anterior a 1850, mergulhando os leitores num mundo onde o comércio transatlântico de escravizados estava no seu ápice. Contudo, em 1880, o movimento abolicionista, que ganhara força no ano anterior, já se tornara uma influência importante. Nesse sentido, indaga-se: buscar o passado com seus “tempos remotos” seria uma manobra estratégica para impulsionar-se para frente?

Do ponto de vista geográfico, talvez Machado pretendesse insuflar em suas histórias um toque de fascínio mítico ou de parábola bíblica. Em Papéis avulsos, vários contos têm cenários abstratos e remotos. Nesse sentido, ao mergulhar na provinciana cidade de Itaguaí, O Alienista não apenas nos transporta no tempo, mas também no espaço. Durante a leitura, não podemos deixar de traçar paralelos com o mito de Prometeu, a torre de Babel ou a história de Fausto, pois Bacamarte anseia por alcançar um conhecimento que ultrapasse os limites humanos. Além dos aspectos míticos, também podemos pensar que Itaguaí atendesse aos interesses do médico, pois, localizada a aproximadamente setenta quilômetros do Rio de Janeiro, minimizaria os riscos enfrentados pelo protagonista na prossecução desenfreada de seus experimentos. A responsabilidade de Bacamarte seria, portanto, introduzir, com a sua pesquisa inovadora, o ineditismo à nada notável Itaguaí. No entanto, como sabemos, a prática criou pouco a pouco um sentimento de horror nos moradores, à medida que as prisões foram acontecendo.

A narrativa tem uma poderosa energia dramática. Nesse reino de Bacamarte, Machado, conhecido por arquitetar narrativas cheias de ironia, desdobra um elenco de personagens complexos. Aqui, empregando técnicas de exagero, distorção, semelhança e excentricidade para provocar sensações de estranheza e diversão, a trama desperta a curiosidade e nos convida a entrar em suas profundezas.

Entre a diversidade de arquétipos sociais, somos apresentados a Crispim Soares, o estimado botânico da vila. Ele reverencia e segue obedientemente cada palavra proferida por Bacamarte, ainda que movido apenas pelo interesse próprio, visando colher vantagens pessoais por meio de sua associação com o médico. Por outro lado, encontramos D. Evarista, uma esposa dedicada que tem muito respeito pelo marido. Apesar da sua profunda admiração pelo intelecto e pela experiência do companheiro, ela opta por não aderir aos seus conselhos médicos, nutrindo inveja pelo seu compromisso com os estudos, que ela considera prejudiciais ao seu próprio bem-estar. Além deles, encontramos Porfírio, o barbeiro local, que personifica o político oportunista, exclusivamente focado em obter ganhos pessoais. Nesse aspecto, a obra não apenas critica o médico arrogante que coloca a ciência acima de tudo, como também satiriza o revolucionário que se torna conservador; o indivíduo apático que só entra em ação quando enfrenta perigo pessoal; o oportunista que desconsidera o coletivo etc. Com uma escrita travessa e mordaz, a seriedade das discussões é retratada de forma cômica e exagerada; não busca o típico humor jovial e alegre, mas a ironia e os gestos sutis e enigmáticos que puxam leves sorrisos, deixando rastros de mistérios.

Que tipo de conceito científico está em jogo aqui? Por meio de um médico dedicado a desvendar os enigmas dos distúrbios psicológicos da sociedade, Machado desafia as noções convencionais de normalidade e anormalidade, trabalhando a ideia de loucura para além de estruturas conhecidas. Embora a sua definição passe por múltiplas transformações ao longo da narrativa, o princípio fundamental no centro desses parâmetros permanece inalterado: a lógica científica é o único meio pelo qual a insanidade humana pode ser compreendida nos limites da sanidade — conhecimento aprisionado exclusivamente pelo alienista. Nesse sentido, a narrativa se desenrola de maneira complexa, desprovida de uma estrutura tradicional e resistente à fácil classificação em gêneros específicos, pois ainda que o princípio permaneça inalterado, o método de validação do comportamento humano muda constantemente. Essa evasão deliberada reflete o tema da narrativa, que orbita em torno da natureza da loucura, e é essa natureza flutuante, apresentada como característica inerente ao processo científico, que perturba os indivíduos e incita-os à rebelião.

***

“E partiu a comitiva. Crispim Soares, ao tornar a casa, trazia os olhos entre as duas orelhas da besta ruana em que vinha montado; Simão Bacamarte alongava os seus pelo horizonte adiante, deixando ao cavalo a responsabilidade do regresso. Imagem vivaz do gênio e do vulgo! Um fita o presente, com todas as suas lágrimas e saudades, outro devassa o futuro com todas as suas auroras.”

A cena faz inteligentemente uma referência a Dom Quixote (1605) de Miguel de Cervantes (1547-1616), traçando paralelos entre o farmacêutico e o alienista, colocando Crispim Soares como Sancho Pança e Simão Bacamarte como Dom Quixote. Nesse sentido, é possível pensar uma chave de leitura para a obra machadiana onde esta seja uma inversão dos princípios que sustentam o Magnum Opus de Cervantes. Dom Quixote e O Alienista, embora abordem o tema da loucura de ângulos distintos, fornecem perspectivas valiosas sobre a dinâmica da sanidade e da insanidade, bem como sobre a complexa interação entre os indivíduos e a sociedade. Neste quadro, as obras propõem que a linguagem assume um papel central no declínio dos personagens ao reino da loucura, uma vez que as suas interpretações da realidade são moldadas pelas palavras que leem e pelas narrativas que incorporam. A linguagem, consequentemente, surge como um instrumento potente que molda as percepções e os comportamentos das pessoas.

Em Dom Quixote, Alonso Quijano transforma-se após ler vários livros de cavalaria. Inspirado por essas histórias, ele embarca em uma série de aventuras extraordinárias como cavaleiro errante. Sua percepção distorcida da realidade — onde moinhos de vento viram gigantes e pousadas viram castelos — é vista por outros como uma manifestação de loucura. Dom Quixote, no entanto, permanece firme em sua perspectiva, desafiando as normas e convenções sociais. Em contrapartida, O Alienista apresenta Bacamarte como um médico racional que se esforça por classificar e tratar os doentes mentais da cidade. Porém, à medida que sua sede por conhecimento aumenta, ele começa a diagnosticar cada vez mais indivíduos como loucos, incluindo até mesmo sua própria esposa. Movido por uma obsessão por controlar e categorizar a loucura, ele estabelece um sistema opressivo que subjuga os habitantes da cidade. Tal como Quixote, Bacamarte é ao mesmo tempo desajeitado e iludido, e a sua perseguição acabará por levá-lo à morte. Enquanto o século mergulhava na loucura, Machado contentava-se em construir a sua narrativa.

O gesto de enlouquecer pela linguagem não pode ser plenamente expresso ou apreendido por meios externos, pois está enraizado numa força transcendente que não pode ser percebida pelo simples intelecto. Nesse aspecto, o gesto não requer a negação dos desejos, pois opera de forma independente e está acima das influências que fazem com que os indivíduos comuns sucumbam às suas sensibilidades. Em essência, transforma o que nos é apresentado em representação, levando-nos a questionar o que está dentro dessa representação. Introduz um quadro ético que existe em nós e tem o potencial de nos levar à presença inegável do outro no reino do sublime. Portanto, o gesto de enlouquecer pela linguagem pode ser compreendido como uma libertação contínua da ilusão do outro, significando que o outro está para sempre situado entre a aflição da alma e o seu bem-estar. Isto nos permite pensar que, por meio de uma rotação contínua, a linguagem é o tumulto causado pelo outro em cada revolução. Em essência, enlouquecer pela linguagem é a representação simbólica da nossa humanidade, que normalmente responde ao desconhecimento, destacando a manifestação do intelecto humano e da autonomia moral.

Tanto Dom Quixote quanto Bacamarte desafiam as convenções sociais, embora suas abordagens sejam diferentes. Dom Quixote segue seu próprio princípio, enquanto Bacamarte tenta impor sua versão da realidade aos outros. Em ambas as obras, a loucura é retratada como meio de resistência às normas sociais estabelecidas. Além disso, a natureza da sanidade e da insanidade é questionada, destacando a linha subjetiva e muitas vezes confusa que existe entre ambas. Dom Quixote é considerado louco por sua visão de mundo idealista, enquanto Bacamarte enfrenta escrutínio por sua fixação em controlar e categorizar a loucura.

A loucura, tema frequentemente explorado na literatura, é uma porta de entrada para a verdade. Tal ideia, enraizada na percepção trágica da loucura descrita por Michel Foucault (1926-1984), reconhece a ligação entre a loucura e a verdade. Assim, quando os caminhos convencionais para a verdade são obstruídos, a loucura torna-se o último recurso. Ao abraçá-la, libertamo-nos das restrições impostas pelas normas sociais e desencadeamos um discurso que desafia a hipocrisia e o medo. Assim como Quixote teve de perder a sanidade, Bacamarte se viu em semelhante situação. No final, ambas as obras mergulham na essência da loucura e nas conexões humanas e sociais, obrigando-nos a desafiar as nossas próprias interpretações da sanidade e da loucura e o significado dessas ideias na nossa compreensão do mundo.

***

Nas narrativas machadianas, a intenção é despertar o leitor para a percepção de que a realidade é retratada de forma fragmentada e incompleta. Nesse sentido, as palavras lançam luz sobre as complexidades do jogo discursivo e revelam alguns dos seus princípios subjacentes. Em O Alienista, o foco reside na instabilidade dos conceitos, na crítica do determinismo científico como o único caminho para a verdade e no exame de como os critérios de valor são moldados e disseminados em vários contextos. Em certo sentido, sinaliza uma abordagem diferente à interpretação que envolve um delicado equilíbrio entre crença e ceticismo, existência e inexistência, traição e lealdade, negação e afirmação. Ao abordar o texto com cautela e com atenção às potenciais armadilhas do seu discurso, abrimo-nos a oportunidade de compreender tanto as intenções e as ações de Bacamarte quanto o poderoso impacto da escrita de Machado na construção da obra. Entre as diversas estratégias discursivas empregadas no diálogo com as tradições literárias, que abrangem a incorporação do púlpito e das práticas retóricas da tribuna para expor as hipocrisias sociais do período machadiano, acompanhamos um narrador que expõe falsos movimentos, ao mesmo tempo que nos permite descobrir fragmentos de verdade.

Esses exames do comportamento humano e da dinâmica social não apenas se confundem, como também traçam paralelos entre Bacamarte e Machado, que compartilha semelhante fascínio em mergulhar nas complexidades das ações humanas e em suas interconexões na sociedade. Além disso, eles introduzem lacunas temporais e interpretativas que podem ou não ser exploradas em encarceramentos subsequentes, desafiando assim as certezas previamente estabelecidas aos critérios definidores da loucura. Lembrando por vezes o Humanitismo de Quincas Borba (1892), Machado desafia a estabilidade dos critérios ​​utilizados para definir a loucura, expondo a imposição contundente dessas normas e as justificativas inventadas para a sua perpetuação. Tal crítica se estende à elevação da ciência como único árbitro da verdade.

O conflito principal do texto reside num domínio completamente diferente: a autoridade latente da ciência que o discurso científico tenta ocultar. No âmbito do positivismo, Machado percebe uma insânia escondida sob o disfarce do humanitarismo, uma busca incansável para desvendar os mistérios do universo e da existência humana. Nesse sentido, Machado transcende a sua época não apenas desafiando a compreensão racionalista e positivista da ciência, mas também questionando a autoridade de qualquer conhecimento que afirma ser estritamente objetivo e universalmente aplicável. Essa insânia decorre do exercício do poder entrelaçado à própria estrutura do conhecimento e aos seus fundamentos, exaltados pelos ideais positivistas da razão e da ciência. Se o foco de Machado é o próprio poder, essa entidade evasiva que se envolve em inúmeros disfarces, consequentemente, não há base para nutrir otimismo em relação à razão e à ciência.

“Nem rogos nem sugestões nem lágrimas o detiveram um só instante.
— A questão é científica, dizia ele; trata-se de uma doutrina nova, cujo primeiro exemplo sou eu. Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.”

Equipado com as ferramentas da ciência contemporânea, especificamente a descrição da classificação predominante dos transtornos mentais, Bacamarte embarca numa busca irreversível para descobrir um critério definitivo que possa delinear com precisão os limites que separam a sanidade da loucura. Essa busca representa a verdade inabalável do alienista, o seu fervor inexorável. Ao nos aprofundarmos no texto, deparamo-nos com um médico que tem a convicção inabalável de que somente a ciência consegue desvendar os mistérios da loucura humana, delinear seus meandros e, finalmente, encontrar uma cura.
O Bruxo do Cosme Velho, no entanto, manifestou a sua insatisfação com o determinismo científico. Com um estilo de escrita cáustico, criticou a crença filosófica enraizada no positivismo que coloca a ciência acima de todos os outros meios de compreensão da realidade. Essa crítica também nos lembra o remédio de Brás Cubas, que sugere a substituição do lema de inspiração positivista da bandeira brasileira por um medicamento anti-hipocondríaco. Por fim, no domínio das parábolas, a conclusão é perfeita, precisa e completa: Simão Bacamarte “morreu dali a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada”. O desejo pela elucidação final e abrangente caminha em direção à morte. A busca incansável pela investigação racional resulta em reclusão. Nada resta.

“Um amplo chambre de damasco, preso à cintura por um cordão de seda, com borlas de ouro (presente de uma Universidade) envolvia o corpo majestoso e austero do ilustre alienista. A cabeleira cobria-lhe uma extensa e nobre calva adquirida nas cogitações quotidianas da ciência. Os pés, não delgados e femininos, não graúdos e mariolas, mas proporcionados ao vulto, eram resguardados por um par de sapatos cujas fivelas não passavam de simples e modesto latão. Vede a diferença: — só se lhe notava luxo naquilo que era de origem científica; o que propriamente vinha dele trazia a cor da moderação e da singeleza, virtudes tão ajustadas à pessoa de um sábio.”
Vania.Cristina 08/05/2024minha estante
Preciso reler O Alienista. Li para a escola e , na época odiei. Com certeza me faltou maturidade e uma mediação melhor da professora.




Rosangela Max 06/03/2022

Uma sátira genial sobre a loucura.
Foi uma delícia ler esta história. Me diverti muito.
O Alienista é uma figura! Fiquei imaginando como seria se o personagem não fosse fictício e estivesse atuante nos dias de hoje. Com certeza poucos escapariam da análise implacável dele e Iria faltar espaço para tantos internos na ?Casa Verde?.
É usado um vocabulário antiquado em alguns trechos, mas acho isso um charme, além de ser uma característica das obras de desse estupendo autor.
A divisão em capítulos curtos facilitou a leitura e as ilustrações estão maravilhosas. As análises ao final do livro foram importantíssimas para uma melhor compreensão da história.
A Antofágica está de parabéns com estas publicações.
Recomendo a leitura.
Gugab 06/03/2022minha estante
Eu li ano passado e amei a história e a edição.


Rosangela Max 06/03/2022minha estante
Realmente esta edição está um espetáculo! ??


Janaina 08/03/2022minha estante
Um clássico maravilhoso ??????




Carla Maria 08/08/2023

Um Clássico Esplendoroso
Eis que O Alienista até o presente momento, é a leitura que mais se destaca entre tantos livros lidos esse ano de 2023. Talvez seja pelo simples fato de carregar o "fardo" preconceituoso que temos dos clássicos, aqueles cujo autor fomos obrigados a ler na época de escola. Não que as história seja ruim, mas creio que é o típico livros que deve ser lido com uma certa maturidade, aquela adquirida com o passar dos anos. E não falo isso a toa, pois além de ter sido escrito lá pelos anos de 1881, sua escrita é um tanto rebuscada para os iniciantes a leitores, principalmente quando a obrigação se faz presente. Agora não me leve a mau se você pensa diferente, mas que é fato consumado de que pouquíssimas pessoas amavam ler esses clássicos na escola, ah! isso é.

Bom, agora adentremos ao que importa. O Alienista de Machado de Assis é uma daquelas grandiosidades arrebatadoras que jamais perderia seu brilho e esplendor com o passar do século. Tanto é verdade que ele está mais do que "vivo" nos dias atuais, abordando um dos temas mais misteriosos da humanidade, a loucura. E o que é a loucura? De onde ela vem? O que faz ela se manifestar? Todos nós somos loucos? Esses são apenas alguns dos questionamentos abordados até hoje, e mesmo lá atrás, em 1881, Machado de Assis mostrava total interesse pelo assunto. Em O Alienista, vamos nos deparar com um tal doutor formado no exterior. Este mesmo ao retornar ao Brasil, se instala na cidade de Itaguaí com o intuito de estudar e curar a loucura da população local. E eles que se cuidem, pois a loucura se manifesta ou não, de diversas formas possíveis e inimagináveis. Portanto é construída a Casa Verde (Manicômio) que se tornará mais lá na frente, alvo de indignação e revolta. E o Dr. Simão Bacamarte será uma ferramenta importantíssima para suas próprias descobertas, sejam elas conclusivas ou não.
Essa é uma história com várias pitadas de humor, para ser devorada, apreciada e contemplada.
Mais que indico! Leia, leia, leia, leia... Vai ler? Já leu?
comentários(0)comente



alynebz 14/06/2023

"... Quem nos afirma que o alienado não é o alienista??
O livro conta a história de Simão Bacamarte, um homem de estudos que vive pela ciência, e decide construir um hospício para tratar os doentes mentais em uma pequena cidade. Mas o que leva uma pessoa a ser considerada louca?

Machado de Assis em sua obra, traz à tona reflexões sobre nossas sobriedades e a busca incessante para identificar a sanidade humana. O autor usa críticas sociais e um toque de humor para trazer clareza a sua história.

É um clássico interessante, mas por não ter tanta intimidade com o gênero, tive certa dificuldade com a leitura em alguns momentos pela linguagem coloquial, o que pode ser um pouco cansativo, apesar do conto ser pequeno.
Indico para quem quer começar a se aventurar nos livros clássicos!
comentários(0)comente



Alê | @alexandrejjr 26/08/2020

A loucura, o bruxo e a palavra

Nada como uma boa apresentação, não é mesmo? A leitura deste pequeníssimo híbrido de conto e novela intitulado "O alienista" mudou da água para o vinho minha opinião a respeito do conhecidíssimo bruxo do Cosme Velho. Explico.

Na época do colégio, nas aulas de literatura brasileira, me deparei com o - gigantesco - desafio de ler um "tal" Machado de Assis. O livro? "Esaú e Jacó". Até hoje sinto arrepios ao lembrar da tortuosa tarefa que, vocês podem imaginar, não foi completada. E, apesar disso, o livro segue na minha estante na mesmíssima edição dessa época, esperando tristemente a sua vez de ser pego.

Foi uma péssima introdução ao principal fundador da Academia Brasileira de Letras. Felizmente o tempo tem seu próprio passo e eis que em 2020 resolvi me arriscar e voltar a este senhor negro detentor de uma portentosa barba, como sugerem seus retratos e fotos. O resultado foi notável.

Não devemos ter medo de ler clássicos, é um sentimento besta criado em nós por repetição. O que verdadeiramente necessitamos é sermos bem apresentados a eles e isso a edição da Penguin-Companhia das Letras faz com competência e esmero. Do texto introdutório do estudioso John Gledson, passando pelas notas irretocáveis do professor Hélio Guimarães para chegar às linhas finais escritas pela pena de Machado de Assis, sabemos que iremos encarar algo grandioso. O tema será a loucura, mas não uma loucura qualquer: será a loucura vista pelos olhos de um bruxo, não se esqueçam.

Simão Bacamarte, personagem principal de "O alienista", é um tipo brasileiro que não envelhece. É incrível pensar que alguém no séc. XIX tenha tido esse nível de interpretação sobre os brasileiros, transformando seu texto em uma espécie de periscópio social. Mais do que isso: conseguir falar de um país daquela época com a mesma autoridade em pleno séc. XXI é enlouquecedor.

A barbaridade da classe política, a ironia que chega fina e cortante ao leitor, inserida cirurgicamente no texto, as elegantes referências, tudo que está ali é, à sua maneira, único. Há um jogo constante entre o particular e o universal que pouquíssimos escritores conseguem fazer e, para nosso orgulho, Machado integra esse seleto grupo. Ainda em 2020 pretendo encarar o prazer que, dizem seus leitores, posso ter com "Memórias póstumas de Brás Cubas" e aí poderei tirar a dúvida que persiste comigo desde o término da leitura desse livreto: será que a liderança do clube dos gênios da palavra é do bruxo?
jota 06/05/2022minha estante
Muito bom. E, se já não leu (uma vez que seu comentário tem quase 2 anos) Esaú e Jacó, leia. Assim como Memorial de Aires, Quincas Borba, Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Penso que são os 5 livros fundamentais de Machado. Aos quais acrescentaria essa novela - O Alienista - e uma antologia com seus melhores contos, como Seus Trinta Melhores Contos. Somente depois partiria então para outras aventuras machadianas.


Alê | @alexandrejjr 27/06/2022minha estante
Jota, acreditas que eu só vi teu comentário agora, quando estava rondando antigos textos publicados por aqui? Agradeço o comentário. Ainda não li "Esaú e Jacó", mas está na fila! Também estão na fila boa parte dos títulos que citaste, excluindo "Memórias póstumas de Brás Cubas", que li e favoritei. Aproveito pra lhe perguntar o seguinte: preferes o Bruxo em sua versão contista ou romancista?




Nado 16/08/2020

Divertido, apesar de um tema que soaria pesado
Machado de Assis conseguiu usar um tema, loucura e sanatório, que poderia ser muito pesado, de uma forma leve e divertida. As reviravoltas na história do protagonista farão com que você leia essa obra de maneira leve e rapidinho.
Recomendo a leitura.
Andre234 16/08/2020minha estante
hj a tatiana feltrin fez uma resenha desse livro


Nado 16/08/2020minha estante
Fez mesmo, Dé. Eu já estava querendo ler há um bom tempo, eu vi o vídeo e ela deu o gatilho que eu precisava rss




LAY 21/12/2020

"Quem nos afirma que o alienado não é o alienista?"
Muito bom! Machado faz bom uso das sátiras, a contradição da ciência e do realismo trás a tona questões muito importantes.
O conto tem uma pegada cômica muito bem colocada, dei boas risadas!

.
.
.
.
.
Finalizando 21/12/20
comentários(0)comente



Bruna | @bmartinssss 02/05/2021

Meu primeiro contato com o autor. Achei a história meia lenta, mas gostei da leitura.
comentários(0)comente



Adonai 02/05/2020

Leia Machado de Assis
Primeiro ponto: livros do Machado são aulas de História, Sociologia, Filosofia, Política e Literatura; segundo: um brilhante autor que é, consegue fazer você refletir, questionar e dar aquela risadinha enquanto lê; terceiro e último ponto para ser breve: Machado de Assis é genial, brasileiro, negro e um dos maiores escritores da Literatura Universal.

Nessa maravilhosa narrativa, temos o Simão, homem da ciência e que em uma cidade minúscula busca “ajudar” sua comunidade criando uma casa para tratar pessoas loucas. Bonzinho como é, o alienista encontra vários sintomas em diversas pessoas que ali vivem e então os internam na Casa Verde, como ficou conhecida.

Uma história cômica, cheia de surpresas e com vários bônus: Machado nos faz refletir o que é a loucura, quem a sustenta, quanto é possível lucrar sobre essas pessoas e como esse discurso de razão e insanidade pode afetar as pessoas. Esse livro é altamente recomendável, cheio de camadas de leitura e pode causar borbulhas dentro de quem o lê.
comentários(0)comente



mariana 29/03/2023

os loucos por amor eram três ou quatro
é de se admirar como Machado tem a capacidade de criar personagens tão complexos em uma obra tão curta e, além disso, trazer tantas críticas e reflexões a respeito das questões sociais de seu tempo - que de tantas formas ainda podemos relacionar com o nosso. um livro bem interessante, vale a pena a leitura!
vic bronte 29/03/2023minha estante
ele eh genial mesmo




Michartx 25/12/2022



Quando eu leio esses clássicos, só consigo pensar que eu devo ser muito ignorante kkkkkkkk quase nunca gosto. Livro curto e leitura fácil, mas não achei nada de outro mundo.
Estantedakeh 25/12/2022minha estante
Eu me sinto assim também kkkk


Michartx 25/12/2022minha estante
sou mais meus romances kkkkk


A geógrafa 26/12/2022minha estante
Relaxa. Não é pq é clássico que vc tem que gostar. Eu particularmente gosto, mas é muito pessoal isso. São clássicos pq são importantes, não necessariamente pq todo mundo gosta




3853 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |